Empréstimo do BNDES não evita demissões na Usiminas, diz diretor
O empréstimo no valor total de R$ 2,3 bilhões, concedido pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) à Usiminas nos anos de 2006 e 2011, não foi suficiente para evitar os impactos da crise econômica na siderúrgica e a demissão de 4.000 trabalhadores, disse nesta quinta-feira (26) o presidente da companhia, Rômel Erwin de Souza.
Em depoimento na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do BNDES, Souza afirmou que a atual situação econômica é pior do que a vivida pelo país em 2008, com queda maior do mercado interno e crescimento da produção chinesa. “O mercado externo é a saída porque o mercado interno desabou”, disse Souza, ao destacar que, desde o início do ano, o Instituto Aço Brasil está negociando com o governo medidas de incentivo à exportação e barreiras econômicas ao aço produzido na China. “Se essas medidas tivessem sido adotadas antes, as demissões poderiam ter sido evitadas.”
Segundo Souza, com a atual situação, a saída encontrada pela empresa para minimizar impactos ainda maiores foi paralisar a unidade de produção de aço da empresa em Cubatão (SP), o que resultará na demissão de 4.000 trabalhadores, anunciada para 31 de janeiro. Souza explicou que as demissões foram adotadas para preservar 16 mil empregos gerados pela companhia.
O deputado Marcelo Squassoni (PRB-SP), autor do requerimento para ouvir Souza e o presidente do Conselho de Administração da Usiminas, Marcelo Gasparino da Silva, que também esteve na CPI na manhã desta quinta-feira, destacou que a China tem um excedente de 400 milhões de toneladas de aço e vende o produto a preços baixos no mercado internacional.
Parlamentares de oposição rebateram o argumento usado na defesa de medidas protecionistas afirmando que o problema está concentrado na paralisação da economia brasileira.
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