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Santander lança fintech de investimentos que devolve taxas ao cliente

Téo Takar

Do UOL, em São Paulo

14/03/2019 14h26Atualizada em 14/03/2019 15h31

O Santander lançou hoje sua plataforma aberta de investimentos, a Pi, que estará disponível tanto para clientes como para quem não é cliente do banco, com aplicação mínima de R$ 50. Um dos diferenciais da plataforma será a remuneração por um sistema de pontos conversíveis em reais. Os pontos representam parte dos custos cobrados nos produtos, como a taxa de administração dos fundos.

A Pi é uma fintech (empresa de tecnologia que oferece produtos financeiros) que tem o Santander como único acionista, mas que funcionará de forma independente do banco, com uma estrutura e equipes próprias.

A fintech terá parcerias com gestores do mercado para oferecer carteiras de investimento customizadas aos clientes. A empresa oferecerá, inicialmente, produtos de renda fixa (CDBs, LCAs, LCIs e LCs) de 15 instituições financeiras, além do próprio Santander.

No próximo mês estarão disponíveis fundos de investimento e, até o fim do ano, Tesouro Direto, Previdência e ações também deverão estar na plataforma. O produto com menor valor de aplicação da plataforma será um CDB emitido pelo Banco Pine, com vencimento em um ano e taxa de 96% do CDI, que aceitará investimento mínimo de R$ 50.

Sistema de pontos

Uma das propostas da Pi é devolver ao cliente parte da remuneração paga a intermediários do mercado, por meio de um sistema de pontos conversíveis em reais, que poderão ser resgatados ou reinvestidos. Cada ponto será equivalente a R$ 0,01. Futuramente, a empresa deverá fechar parcerias para troca dos pontos por produtos e serviços.

"Em um fundo que cobra taxa de administração de 1%, um terço vai remunerar o gestor, um terço vai para a corretora e um terço para o agente autônomo. O que estamos fazendo é devolver ao cliente essa parcela do agente autônomo na forma de pontos Pi", disse Felipe Bottino, presidente da Pi.

O agente autônomo de investimento é um profissional semelhante ao gerente do banco, que tem como papel assessorar seus clientes na escolha de produtos de investimento. Ele pode ser vinculado exclusivamente a uma corretora, oferecendo apenas produtos dela, ou a várias instituições.

Segundo a empresa, os pontos Pi serão calculados diariamente, com base na variação do valor do investimento. O crédito na conta do cliente será mensal, com resgate mínimo de R$ 100.

Simulações feitas pela fintech indicam que um cliente que investir, por exemplo, R$ 5.000 em um CDB de cinco anos, receberá cerca de 2.000 pontos, o equivalente a R$ 20, que podem ser sacados ou investidos em outro produto da Pi. Em uma aplicação de R$ 50 mil em um fundo com taxa de administração de 2% ao ano, o cliente receberá 140 mil pontos depois de cinco anos, equivalentes a R$ 1.400.

Plataforma indicará investimentos

Além do modelo de "supermercado financeiro", onde o cliente escolhe por conta própria quais produtos quer investir, a Pi também oferecerá fundos de investimentos personalizados por grandes gestoras de fortunas, com aplicação mínima de R$ 100.

"Vamos oferecer fundos a todos os clientes que apenas um investidor com patrimônio de R$ 30 milhões teria acesso. Será uma espécie de curadoria de investimentos", disse Bottino. O cliente informará quais os seus objetivos e o sistema da Pi irá propor uma carteira customizada a partir dos fundos oferecidos por gestores renomados.

Inicialmente, a Pi fechou parcerias com as gestoras TAG, Vitreo, Indosuez e Santander Private para oferecer as carteiras diferenciadas. Os fundos terão taxa de administração entre 0,7% e 1,0% ao ano. Em alguns casos haverá cobrança de 10% de taxa de performance. Nos fundos customizados não haverá recompensa por pontos.

Por que Pi?

O nome da fintech de investimentos foi inspirado na letra grega Pi, constante matemática (3,1415...) que representa a proporção entre o perímetro de uma circunferência e seu diâmetro. "Da mesma forma que o pi facilitou os cálculos, nosso objetivo é facilitar a forma de investir do brasileiro", disse o presidente da Pi.

"Estamos vivendo a terceira revolução na forma de investir. Saímos do modelo 1.0, que era centrado no gerente do banco, para o modelo 2.0, dos agentes de investimento. Agora estamos indo para um modelo que é mais do que 3.0, é 3.14", disse Bottino. A escolha do lançamento da Pi hoje não foi ao acaso. O dia 14 de março é conhecido como o dia do Pi. Em inglês, a data é escrita no formato 3/14.

A Pi Investimentos pode ser acessada no site www.vemprapi.com.br e por aplicativo para celular, disponível nas lojas da Apple e do Google. A expectativa da empresa é conquistar 1 milhão de clientes no prazo de 3 a 4 anos.

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