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Ex-BBB Cida perdeu dinheiro ao ajudar parentes e amigos; veja como evitar

A ex-BBB Cida - Reprodução/Record TV
A ex-BBB Cida Imagem: Reprodução/Record TV

Do UOL, em São Paulo

02/12/2019 16h02

Resumo da notícia

  • Fiadora do aluguel de uma casa a pedido de uma ex-assessora, Cida teve que arcar com a dívida
  • Também emprestou a amigos e parentes, que não devolveram o dinheiro
  • Especialistas recomendam muito cuidado ao assinar como fiador ou avalista. A responsabilidade pela dívida é de quem assina

Vencedora da quarta edição do BBB, em 2004, a ex-babá Cida contou ter perdido os R$ 500 mil recebidos pelo programa, após virar fiadora de uma ex-assessora no aluguel de uma casa. A mulher não teria pago o aluguel, e Cida diz que arcou com a dívida.

Além disso, perdeu parte do que ganhou emprestando a amigos e parentes, que não devolveram o dinheiro, e tendo que pagar honorários de um advogado.

Enfrentar problemas financeiros ao ajudar amigos ou parentes é relativamente comum. Na semana passada, o comentarista esportivo da TV Globo Caio Ribeiro teve parte do seu salário penhorado por ser avalista da dívida de uma empresa de parentes.

Veja abaixo como evitar situações como as de Cida e Caio Ribeiro.

Fiador e avalista assumem responsabilidade por dívida

Tanto o fiador como o avalista são formas de dar mais segurança para quem é proprietário do imóvel ou credor do dinheiro emprestado.

Quem assina um contrato como avalista ou fiador "precisa saber que pode ser chamado a qualquer momento para pagar uma dívida", segundo o advogado Alfredo Zucca, do escritório ASBZ Advogados.

Segundo ele, a figura do fiador é comum em contratos de locação, e pode ser acionado para pagar a dívida se o locatário (quem paga o aluguel) não tiver dinheiro suficiente para cumprir as obrigações. É o que teria acontecido com a ex-BBB.

Já o avalista é mais usual em contratos financeiros, como empréstimos, e assume uma responsabilidade ainda maior: a dívida pode ser cobrada diretamente dele, mesmo que o devedor principal tenha condições de pagar.

Não empreste, recomenda especialista

Se alguém entra em contato pedindo dinheiro ou pedindo seu nome para um empréstimo, é evidente que a pessoa não está em boa situação financeira e é possível que não consiga arcar com o pagamento, sobrando para você, dizem especialistas.

Por isso a orientação é não emprestar, segundo Camila Viana, superintendente da Cercred, empresa de recuperação de crédito.

José Vignoli, educador financeiro do SPC Brasil, diz que, se concordar em emprestar, saiba se a pessoa realmente está em uma situação difícil.

"Existem situações e situações. Há pessoas sérias, com dificuldades momentâneas, muitas vezes por questões de saúde, por exemplo", afirma Vignoli. "[É melhor] emprestar em uma situação em que efetivamente julgue que seja necessário. Medir quanto aquele dinheiro vai fazer falta a você e entender o que levou a pessoa a chegar àquela situação."

Informe-se

Se quiser emprestar, é preciso buscar informações para minimizar riscos e não ser surpreendido. Camila Viana orienta a buscar o histórico da pessoa, saber se ela costuma fazer esse pedido com frequência, se está desempregada ou tem alguma renda.

Pergunte a razão do pedido, por que a pessoa não está em condições de pedir o empréstimo, se está com o nome sujo, quanto dinheiro será necessário e para que será usado.

Caso aceite emprestar, combine previamente como e quando o dinheiro será devolvido.

"É melhor deixar apalavrado porque, mesmo que não dê certo, você tem argumentos para cobrar sem constrangimento", afirma Vignoli.

Camila lembra também que, caso empreste o nome, é preciso avaliar se você terá condições de arcar com a dívida, caso a pessoa não pague.

Não responda imediatamente

Vignoli afirma que, muitas vezes, a pessoa é pega de surpresa com o pedido para emprestar dinheiro, o nome, ser avalista ou ser fiador e aceita sem refletir. Além disso, é comum o pedido ser feito por familiares ou amigos próximos.

"Por questões emocionais, as pessoas acabam assinando esses contratos, mas, na hora que a dívida é cobrada, fica uma situação constrangedora", disse o advogado Alfredo Zucca.

Vignoli recomenda pedir uns dias para pensar na proposta. Além de ganhar tempo para decidir se deve ou não emprestar o nome, isso pode desestimular o empréstimo.

"Muitas vezes, a pessoa que pede dinheiro já está acostumada a fazê-lo. Ela vai pelo caminho mais fácil. A partir da menor dificuldade [como o pedido de tempo para pensar], ela vai procurar em outro lugar", diz.

Ele também recomenda dizer que vai conversar com familiares antes de decidir. "Isso faz com que as pessoas desistam, muitas vezes", afirma.

Caso opte por negar, não há necessidade de constrangimento.

Há outras alternativas

Há outras formas de garantir um contrato sem envolver o patrimônio de pessoas que não fazem parte do negócio. Por exemplo:

  • Pagar uma seguradora, que cobra uma quantia para arcar com o risco de inadimplência;
  • O depósito-caução é comum em contratos de locação; o dono do imóvel recebe uma quantia extra no início do contrato, que fica guardada para cobrir eventuais calotes;
  • Nos contratos financeiros, existe a possibilidade de deixar imóveis e outros bens como garantia.

"É cada vez menos comum um terceiro garantir a dívida de outros. Os modelos mais modernos de negócio procuram alternativas", afirmou Alfredo Zucca.

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