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Construção entra em recuperação e você também pode ganhar dinheiro com isso

João José de Oliveira

Do UOL, em São Paulo

02/01/2020 04h00

Resumo da notícia

  • Setor deve crescer 2% em 2019 e 3% no ano que vem
  • Deve aumentar oferta de aplicações relacionadas a imóveis, como fundos imobiliários
  • São alternativa aos fundos de renda fixa e tendem a render mais, com risco menor que a Bolsa
  • Em relação ao imóvel de verdade, liquidez é maior e risco é mais diluído
  • Tem vantagem tributária: fundo paga 20% de IR só sobre eventual valorização de cotas na venda
  • Fundos cobram taxa de administração e não têm cobertura do FGC

A construção civil começou a sair do buraco em 2019 e projeta crescimento em 2020, após anos de recessão. O setor deve fechar este ano com expansão de 2% e acelerar o passo para 3% no ano que vem, segundo o SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo). Isso traz oportunidades para o investidor.

Empresas precisam de dinheiro para construir, e uma das formas de conseguir recursos é no mercado de capitais. Com o mercado imobiliário mais aquecido, analistas dizem que deve aumentar a oferta de aplicações relacionadas a imóveis, como os fundos imobiliários. Eles são uma alternativa aos tradicionais fundos de renda fixa, que aplicam apenas em títulos do governo, e tendem a render mais.

"As pessoas estão mais dispostas a correr risco, mas a sua parcela de investimentos mais conservadores tende a permanecer. Nesse ambiente, vemos os fundos imobiliários como alternativa para o aplicador que quer um pouco mais de retorno, mas não quer correr tanto risco quanto o da Bolsa de Valores, por exemplo", afirmou o sócio e chefe de produtos da Messem Investimentos, Gabriel Ribeiro.

Quando o investidor aplica em um Fundo de Investimento Imobiliário (FII), compra cotas desse fundo. Por sua vez, o fundo investe em bens ligados a imóveis de diferentes tipos. Essas carteiras hoje somam R$ 107 bilhões em aplicações.

Tipos de fundos imobiliários

Há três tipos de fundos imobiliários:

  • De tijolo: O fundo compra participação direta em imóveis, como conjuntos residenciais, shopping centers, prédios de escritórios ou redes de hospitais. O aluguel pago pelos locatários desses imóveis é que vai remunerar o fundo.
  • De papel: O fundo compra títulos de projetos imobiliários lançados por construtoras ou incorporadora, como LCIs (Letras de Crédito Imobiliário) e CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários). Essas empresas pagam ao fundo um rendimento pelo título. Como garantia, os papéis estão vinculados a algum tipo de recebível (pagamento), como aluguéis.
  • Fundos de fundos: São fundos que compram cotas de outros fundos.

Vantagens em relação a comprar um imóvel

Se você comprar uma casa e um dia precisar do dinheiro investido nela, vai demorar um tempo razoável para conseguir vendê-la. No caso do fundo imobiliário, a liquidez é maior, ou seja, o resgate do dinheiro é mais rápido.

O risco também é mais diversificado no fundo imobiliário. Como o administrador do fundo costuma comprar títulos ou participações de diferentes negócios, os riscos são diluídos.

Outra vantagem do fundo é a tributária. Quem investe em imóveis e recebe renda de aluguel tem que pagar Imposto de Renda, que aumenta toda vez que o aluguel é reajustado. O fundo paga 20% de IR, mas apenas sobre a eventual valorização das cotas no momento da venda.

Ponto fraco: não tem cobertura do FGC

Os fundos cobram taxa de administração, que varia de acordo com o tipo de carteira. Fique atento a isso.

Outra desvantagem é que, como o fundo compra diversos tipos de ativos, é difícil para o investidor identificar aqueles que eventualmente estejam puxando o rendimento do fundo para baixo.

O diretor da Ourinvest Real Estate, Rossano Nonino, recomenda que o investidor pergunte ao gestor não só quais são os ativos imobiliários do fundo, mas também detalhes sobre cada um deles. "É importante observar com atenção o demonstrativo de resultados do fundo e avaliar quanto da renda do fundo vem de aluguéis recorrentes e quanto vem de renda garantida."

Como outros fundos, esse tipo de investimento não conta com a garantia do FGC (Fundo Garantidor de Crédito), afirmou Carlos Ferrari, sócio da NFA Advogados.

Como investir

Por uma corretora, do seu banco ou independente. Não existe lei sobre valor mínimo a ser aplicado, então isso depende de cada fundo. Em geral, a aplicação mínima varia de R$ 100 a R$ 1.000. Há duas formas de comprar cotas de fundos.

Uma delas é a oferta primária, que corresponde ao lançamento do fundo no mercado ou a uma nova emissão de um fundo já existente. Você faz uma reserva na corretora e alguns dias depois o dinheiro é convertido nas cotas que, depois, podem ser vendidas na Bolsa.

A vantagem é o maior potencial de valorização das cotas. A desvantagem é a falta de histórico sobre o fundo, o que aumenta o risco. É recomendável ler a documentação do fundo e conhecer o gestor.

A outra, mais comum, é comprar cotas diretamente na Bolsa. Há cerca de 250 fundos listados na B3. A forma de negociação das cotas é similar à de ações. Basta conhecer o código do fundo e lançar a ordem com a quantidade de cotas desejada na plataforma da corretora.

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