Estas aplicações são renda fixa, pagam mais, não têm IR, mas há riscos
Resumo da notícia
- Com juros baixos, investidor precisa buscar novos produtos e se arriscar mais para ter um rendimento maior
- Duas opções são os CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários) e CRAs (Certificados de Recebíveis Agrícolas)
- Vantagens: rendimento superior a outros produtos de renda fixa e isenção de IR
- Desvantagem: riscos maiores e não têm cobertura do FGC (Fundo Garantidor de Crédito)
- Normalmente, são produtos de longo prazo e é difícil conseguir resgatar o dinheiro antes
- Atualmente, já é possível investir nesses produtos com cerca de R$ 1.000
A nova era de juros baixos no Brasil faz com que o investidor precise buscar novos produtos para manter seus investimentos com uma remuneração satisfatória. Duas opções disponíveis são os CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários) e CRAs (Certificados de Recebíveis Agrícolas).
As vantagens são: rendimento superior ao de produtos concorrentes de renda fixa, além da isenção do Imposto de Renda (IR). Porém, por outro lado, trazem riscos maiores. Conheça mais sobre eles.
O que são CRIs e CRAs?
CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários) e CRAs (Certificados de Recebíveis Agrícolas) são títulos emitidos por companhias chamadas de securitizadoras, a partir de dívidas de empresas, com o objetivo de financiar empreendimentos imobiliários ou agrícolas.
Primeiro, uma empresa financia um empreendimento imobiliário ou a produção rural e tem recursos a receber no futuro. Para não precisar esperar, ela antecipa esses "recebíveis". Quem faz essa antecipação é uma companhia securitizadora. Essa securitizadora, por sua vez, empacota esses créditos como um título de renda fixa e oferece a investidores pessoas físicas, com acréscimo de juros. São os CRIs e CRAs.
"Tanto CRI e CRA são títulos que empresas utilizam para financiar projetos imobiliários ou agrícolas com dívidas. Pelo lado do investidor, são títulos de renda fixa, geralmente de longo prazo, que podem ser uma opção de diversificação interessante", disse Bruno Saads, sócio e chefe de Renda Fixa da XP Investimentos.
Como é o rendimento dos CRIs e CRAs?
A maioria desses títulos é de longo prazo e costuma oferecer rendimento bem superior ao de produtos com menor risco, como CDB (Certificado de Depósito Bancário) ou LCI e LCA (Letra de Crédito Imobiliário ou do Agronegócio), por exemplo.
A rentabilidade pode ser atrelada ao CDI, à inflação mais uma taxa, ou ter um rendimento prefixado definido na hora da aplicação.
"Esse produto tem a possibilidade de ser emitido atrelado a diferentes indicadores. Podem ser indexados a CDI, IPCA, entre outros, o que o torna atrativo pela possibilidade de diversificação", disse o executivo da XP.
Uma grande vantagem é a isenção de IR.
Quais os riscos de investir em CRI e CRA?
Apesar de ser um produto de renda fixa, tanto o CRI quanto o CRA têm risco de mercado e de crédito (calote) e não contam com a cobertura do FGC (Fundo Garantidor de Crédito). É por isso que esses títulos costumam pagar mais que produtos mais seguros.
"Como ele não conta com proteção do FGC, é essencial para o investidor conhecer os riscos da operação", disse Victor Candido, sócio da Journey Capital.
Uma forma de se proteger de eventuais problemas é ficar atento à nota de crédito do título concedida por agências de classificação de risco, como a S&P ou Fitch.
"[O investidor] deve ficar atento à qualidade do crédito. Como são títulos de longo prazo, as condições podem mudar com o tempo, e o investimento se tornar um problema. Por isso, ele tem que entender exatamente onde está investindo e qual é a nota de crédito daquele negócio", afirmou Candido.
Há também o risco de liquidez. Normalmente, são produtos de longo prazo e é difícil conseguir resgatar o dinheiro antes do dia do vencimento. Até é possível negociar o produto no mercado secundário (ou seja, vendê-lo para outro investidor), mas esse mercado ainda é muito pequeno.
Para quem o CRI e o CRA são indicados?
Alguns títulos são exclusivos para investidores qualificados, aqueles com mais de R$ 1 milhão investido, mas o volume de CRI e CRA ofertado ao público em geral vem aumentando. Atualmente, já é possível investir nesse produto com cerca de R$ 1.000.
A maioria das corretoras não cobra taxas de administração para esse tipo de produto. Além disso, como dito anteriormente, também não há incidência de IR.
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