5 fundos imobiliários que pagam rendimento acima da nova taxa Selic
Os investimentos de renda fixa tendem a render um pouco mais agora que o Banco Central aumentou a taxa básica de juros, a Selic, para 10,75% ao ano.
Com isso, algumas pessoas tendem a querer investir só em renda fixa, por conta da segurança.
Mas, para quem busca uma rentabilidade maior, os fundos de investimento imobiliário (FIIs) continuam sendo uma opção interessante para longo prazo.
Na coluna de hoje eu apresento cinco FIIs que estão hoje com um rendimento acima da taxa básica de juros.
FIIs com retorno acima da taxa Selic
Entre os mais de 400 fundos imobiliários que existem no Brasil, existem diversos que apresentam, hoje, um retorno em dividendos acima da taxa Selic.
Mas muitos deles só estão com essa rentabilidade porque tiveram uma desvalorização muito forte de preço nos últimos meses.
Para esta coluna, selecionei apenas aqueles que, além de estarem com um alto retorno em dividendos, tiveram valorização da cota no último ano.
Veja abaixo são os fundos e suas taxas de retorno.
CACR11: 15,63%
O fundo negociado na Bolsa de Valores pelo código CACR11 se chama Cartesia Recebíveis Imobiliários e está hoje com uma taxa de retorno em dividendos de 15,63% ao ano.
Isso significa que, se você investir R$ 1.000 nele hoje e ele mantiver o mesmo ritmo de distribuição de dividendos verificado nos últimos 12 meses, você receberá R$ 156 ao longo do próximo ano.
O CACR11 é um fundo de papel, ou seja, é constituído de contratos de recebíveis imobiliários. Ao investir em um fundo de papel, você se torna um dos credores de pessoas ou empresas com dívidas relacionadas a imóveis (por exemplo, pessoas que financiaram a compra da casa própria).
Os fundos de papel são os mais arriscados. Portanto, se quiser mais segurança, o ideal é partir para outros fundos, os fundos de tijolo, sobre os quais eu falo mais abaixo.
LIFE11: 14,83%
O LIFE11 (Life Capital Partners), outro fundo de papel, apresenta hoje um retorno de 14,83% em dividendos.
Um investimento de R$ 1.000 daria um rendimento de R$ 148 ao longo dos próximos 12 meses, se esse fundo continuar remunerando os cotistas no mesmo ritmo do último ano.
Apesar da rentabilidade atraente, devo reforçar que os fundos de papel são para quem está disposto a correr mais riscos.
Há casos de diversos fundos de papel que já apresentaram altos rendimentos no passado e que depois despencaram na Bolsa, como o HCTR11 e o DEVA11, que caíram, respectivamente, 71% e 57% desde 2023.
RZAT11: 12,94%
Em terceiro lugar desta lista, em termos de rentabilidade, está o RZAT11 (Riza Arctium Real Estate), que apresenta hoje um retorno em dividendos de 12,94%.
Trata-se de um fundo diferente da maioria. Não é um fundo de papel, pois ele não investe em contratos de recebíveis imobiliários. Mas também não é propriamente de tijolo, pois, apesar de possuir imóveis, ele fecha contratos no modelo de arrendamento, não de aluguel convencional.
Funciona assim: o fundo compra um imóvel e o aluga para a mesma empresa que o vendeu. No final do contrato, a empresa tem o direito de recomprar o imóvel pelo mesmo valor inicial.
Então, na prática, é como se fosse um penhor. A empresa toma dinheiro emprestado com o fundo, que, por sua vez, fica com o imóvel (recebendo aluguel, como se fossem juros) e o devolve no final do contrato.
Dessa forma, ele tende a ser mais arriscado que fundos de tijolo e, por isso, tem uma expectativa de rentabilidade maior.
GARE11: 11,26%
Primeiro fundo de tijolo desta lista, o GARE11 (Guardian Logística) apresenta hoje um retorno em dividendos de 11,26%.
Fundos de tijolo possuem imóveis físicos e ganham dinheiro locando essas propriedades.
O GARE11 tem uma boa rentabilidade em comparação com a maioria dos fundos imobiliários de tijolo, mas deve-se levar em conta o fato de que ele possui apenas seis inquilinos.
O baixo número de inquilinos torna o fundo mais arriscado do que alguns outros do mesmo ramo. Se quiser reduzir o risco, o ideal é colocar parte do dinheiro também em outros fundos para diluir a concentração de locatários.
FATN11: 11,16%
O quinto e último fundo desta lista é o FATN11 (Athena I), com um retorno em dividendos de 11,16%.
Trata-se de tijolo no segmento de lajes corporativas, ou seja, prédios de escritórios. Todos os imóveis do FATN11 ficam na cidade de São Paulo, nas regiões de Vila Olímpia, Berrini, Faria Lima, Itaim e Paulista.
É um fundo relativamente pequeno, com um patrimônio líquido de R$ 112 milhões, sendo, por isso, mais arriscado do que outros de lajes corporativas.
Se for investir nesse fundo e quiser reduzir o risco, o ideal é colocar parte do dinheiro em outros FIIs maiores e com mais ativos e inquilinos.
Riscos
Os fundos imobiliários são investimentos de renda variável e, portanto, trazem um risco maior do que a maior parte das aplicações de renda fixa.
Esses fundo da lista estão entre os mais rentáveis, logo, são também mais arriscados do que a maioria dos FIIs.
Se for investir neles, o ideal é conhecer bem o funcionamento dos fundos e estar ciente dos riscos.
Reforço que o conteúdo desta coluna não é uma recomendação de compra ou venda. É apenas uma análise inicial que pode servir como um ponto de partida para quem deseja se aprofundar mais no assunto.
Alguma dúvida?
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