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ANÁLISE

Quais investimentos ganham da inflação? Analistas listam os melhores

Colaboração para o UOL, em São Paulo

13/08/2021 04h00

A inflação pode fazer estragos no orçamento de qualquer um. Em julho, ela foi a 0,96%, a maior alta para o mês desde 2002. Como proteger os seus investimentos dessa alta dos preços que está corroendo o seu dinheiro? O assunto foi abordado nesta terça-feira (10), no Investimento Ao Vivo, programa do UOL, feito em parceria com a casa de análise Levante Ideias de Investimentos.

O economista Rafael Bevilacqua e a especialista em investimento Julia Reis indicaram alguns títulos da renda fixa e até de renda variável para proteger seu dinheiro da inflação. Assista ao vídeo abaixo e confira toda a análise feita pelos economistas. O programa Investimento Ao Vivo é transmitido quinzenalmente na página inicial do UOL e do UOL Economia, mas fica disponível para consulta. O vídeo é exclusivo para assinantes.

Entenda a inflação

O analista Rafael Bevilacqua disse que é importante, primeiro, entender o que é a inflação, que registrou uma alta acumulada de 8,99% nos últimos 12 meses. "Se em agosto do ano passado, você precisava de R$ 100 para comprar algo, hoje, precisaria de R$ 109", disse.

Julia Reis explicou que o IPCA, principal indicador de inflação do país, monitora a variação dos preços de uma cesta de itens, que inclui alimentação, transporte, habitação e saúde, entre outros.

"Justamente por isso, a inflação é sentida de forma diferente pelas famílias. Apesar de a inflação impactar as pessoas de maneira diferente, uma coisa é certa: o seu poder de compra está sendo corroído", afirmou.

Para ela, por conta dessa corrosão do poder de comprar, é preciso proteger o seu dinheiro da inflação.

E por que a inflação subiu?

Julia Reis explicou que, por conta da pandemia da covid-19, os governos do mundo todo tiveram que injetar mais dinheiro na economia de seus países, na tentativa de diminuir os impactos da crise.

"Houve muitos estímulos monetários e fiscais, fora todos os benefícios. Com isso, havia muito dinheiro circulando nas economias. Então, era previsto que houvesse um aumento da inflação", afirmou ela.

Fuja da poupança

Uma das recomendações, segundo os analistas, é fugir da poupança, que perde para a inflação. "A poupança é um investimento ruim", declarou Julia Reis.

A poupança paga menos que a taxa Selic (que hoje está em 5,25% ao ano). Quando a Selic está num patamar de até 8,5% ao ano, a poupança vai render só 70% disso. Segundo Julia Reis, hoje como o cenário de juro real é negativo (a taxa de juros é mais baixa que a inflação), investir na poupança é a pior opção para proteger o seu dinheiro.

Para a especialista, a inflação acaba impulsionando o consumo mais rápido.

"Quando você vai perdendo o poder de compra, muitas vezes associa que é muito melhor consumir naquele momento do que poupar o dinheiro, já que os preços vão subir. Isso porque as pessoas não sabem que existe uma maneira de proteger seu dinheiro desse fenômeno", afirmou.

O que fazer para proteger seus investimentos?

Confira alguns investimentos da renda fixa recomendados pelos analistas:

Renda fixa

Tesouro Selic: os títulos pagam uma rentabilidade equivalente à taxa Selic (5,25% ao ano). A partir de R$ 108, é possível comprar um título.

"O bom do Tesouro Selic é que rende mais que a poupança, é seguro e tem alta liquidez: você solicita o resgate hoje, amanhã já está na sua conta", disse.

Segundo ela, a projeção do Banco Central é de que a Selic encerre o ano em 7,25% ao ano, enquanto a projeção para inflação está próxima de 6,88%. "Se a gente considerar essas projeções, você estará ganhando da inflação."

O título do Tesouro Selic é pós-fixado. Ou seja, ele vai acompanhando o rendimento da Selic diariamente.

"Hoje a Selic está em 5,25%, então o título pega o proporcional do dia e vai acumulando o valor. Se a Selic for para 30% no mês que vem, por exemplo, você vai receber o proporcional do dia a dia dessa taxa Selic a 30%. Você sempre estará atrelado a essa taxa", disse Bevilacqua.

CDB do PagBank: rende 200% do CDI. Isso é praticamente duas vezes a taxa Selic. "Hoje, com a Selic a 5,25%, esse CDB paga próximo de 10,5%. Vale muito a pena investir nessa opção", afirmou Rafael Bevilacqua.

Tesouro IPCA+: é um título pós-fixado do Tesouro Direto que paga a inflação mais um bônus. "Há títulos como vencimento em 2035, 2045. Quanto mais tempo você deixar o dinheiro investido, maior será o retorno", afirmou Julia Reis.

Ela ressaltou, no entanto, que o recomendável é deixar o dinheiro aplicado até o vencimento. Se fizer o resgate antes, você pode ter uma rentabilidade negativa.

"Se você tiver a intenção de resgatar o dinheiro antes da data de vencimento, vale a pena aplicar no Tesouro Selic ou em um CDB, e não no IPCA+, mesmo que a rentabilidade possa ser menor", afirmou ela.

Renda variável

Ações: sim, também é possível proteger seu patrimônio da inflação investindo na renda variável. Segundo os analistas, existem algumas empresas que conseguem repassar essa alta dos preços para o consumidor final.

"Que é o exemplo de supermercados, onde a alta dos preços é repassada, e as pessoas não deixam de comprar por isso", afirmou Julia Reis.

"São empresas que têm certa previsibilidade na receita", disse Rafael Bevilacqua.

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Este material foi elaborado exclusivamente pela Levante Ideias e pelo estrategista-chefe e sócio-fundador Rafael Bevilacqua (sem qualquer participação do Grupo UOL) e tem como objetivo fornecer informações que possam auxiliar o investidor a tomar decisão de investimento, não constituindo qualquer tipo de oferta de valor mobiliário ou promessa de retorno financeiro e/ou isenção de risco . Os valores mobiliários discutidos neste material podem não ser adequados para todos os perfis de investidores que, antes de qualquer decisão, deverão realizar o processo de suitability para a identificação dos produtos adequados ao seu perfil de risco. Os investidores que desejem adquirir ou negociar os valores mobiliários cobertos por este material devem obter informações pertinentes para formar a sua própria decisão de investimento. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, podendo resultar em significativas perdas patrimoniais. Os desempenhos anteriores não são indicativos de resultados futuros.