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ANÁLISE

Por que o Ibovespa tem tido altas ultimamente e como isso impacta seu bolso

Veja como investir na Bolsa em 2022 levando em conta uma disputa eleitoral a caminho - Getty Images/iStockphoto/denphumi
Veja como investir na Bolsa em 2022 levando em conta uma disputa eleitoral a caminho Imagem: Getty Images/iStockphoto/denphumi

Colaboração para o UOL, em São Paulo

24/02/2022 04h00

A Bolsa de Valores brasileira começou 2022 bem, com altas do Ibovespa. Mas qual o cenário para este ano, levando em conta todo o sobe e desce característico do mercado financeiro, a economia global e uma disputa eleitoral a caminho? O assunto foi abordado na terça-feira (15) no programa Investimento Ao Vivo, da casa de análise Levante Ideias de Investimento, em parceria com o UOL.

Assista ao programa completo e confira toda a análise feita pelo economista. O Investimento Ao Vivo é transmitido quinzenalmente na página inicial do UOL, UOL Economia e UOL Investimentos, e fica disponível para quem quiser se aprofundar nos temas.

Eleições: qual o impacto na Bolsa?

Para Bevilacqua, se algum dos possíveis candidatos apresentasse propostas liberais (como reformas econômicas e redução do tamanho do Estado na economia, entre outras) que fomentariam a economia, o mercado financeiro "estaria com expectativa forte de alta".

"Mas não é essa a percepção. Quando a gente olha para o lado econômico, não existe essa expectativa do mercado", declarou.

O economista diz, no entanto, que essa falta de expectativa em relação ao resultado das eleições presidenciais "já está precificada na Bolsa".

Esse sentimento [do investidor em relação às eleições] foi sendo incorporado ao longo do tempo, e a Bolsa precificou esse cenário como ruim. A volatilidade da Bolsa e os constantes sustos no mercado vão acontecer ao longo de 2022.

Ele explica que, mesmo a Bolsa tendo constantes altas nas últimas semanas, ela ainda está "descontada". Ou seja, está barata. "Não é o momento de estar fora da Bolsa, achando que as eleições vão impactar nas ações. O investidor já entendeu este cenário negativo que pode ter. O pior já está no preço", afirmou.

Inflação vai cair ou continuar subindo?

Bevilacqua diz que inflação alta não é um problema local, puramente do Brasil; é um problema global pós-pandemia. Segundo ele, 2020 foi um caso emblemático por causa da pandemia da covid-19: problema entre oferta e demanda. Houve redução da produção, mas, por outro lado, o consumo foi fomentado pelos governos do mundo todo, que injetaram mais dinheiro em suas economias. Isso gerou escassez.

"De um lado, você para de produzir; do outro, você coloca mais dinheiro para as pessoas consumirem. O que acontece? Escassez. E os preços subiram. Essa é uma condição que o mundo inteiro está vivendo, mas, de alguma forma, o Brasil está caminhando para uma normalização", declarou.

Com a inflação em alta, o Banco Central do Brasil tem subido os juros. A Selic (taxa básica de juros) passou de 2% ao ano (no início de 2021) para 10,75% ao ano (em fevereiro deste ano).

"O Banco Central vai ajustando essa taxa de juros para controlar a inflação. Com os juros mais altos, as pessoas ficam menos propensas a gastar. Você tem um incentivo a poupar, e isso segura a inflação", disse.

O economista afirma que a inflação ainda está alta no país, mas o cenário é de queda —a inflação deve sair dos 10% para chegar provavelmente próxima a 5% no final de 2022.

"Apesar de ela estar alta, estamos em um caminho de melhora. Tudo indica que nosso caminho é positivo em função desse aumento da Selic. Por isso que é bom olhar para a foto [inflação alta], mas tente desenhar o filme do que vem pela frente. E o filme mostra uma trajetória de melhora", declarou.

Em quais ações investir em 2022 no Brasil?

Bevilacqua, da Levante Ideias de Investimento, aponta dois setores para investir neste ano —principalmente diante da alta do Ibovespa.

Grandes bancos: Ele diz que ações de grandes bancos (Itaú, Bradesco, Santander e Banco do Brasil) estão entre as recomendações para este ano.

"Os bancos ganham dinheiro com crédito. E fazem isso muito bem. A oferta de crédito tem aumentado em todos os setores, principalmente no imobiliário. E a gente vê isso nos resultados dos bancos. Esses fatores são positivos para as ações dos bancos", disse.

Segundo ele, os bancos têm "valuation" (avaliação de uma empresa, que inclui a previsão de retorno dos investimentos em ações) bem atrativos. "Banco é um setor mais estável, com menor risco e pagador de dividendos", afirmou.

Varejo: Outro segmento que o economista recomenda é o varejo. "É um setor mais volátil e com maior risco, mas na minha visão existe uma oportunidade maior. As ações do varejo físico tiveram forte queda em março de 2020. Caíram 60%, retomaram um pouco, mas ainda não voltaram ao mesmo preço de antes da crise. Elas têm potencial de crescimento. Ou seja, pensando em uma valorização forte, eu gosto desse segmento", disse.

Em suma, Bevilacqua diz que a Bolsa está barata e que 2022 promete ser um ano bem positivo. "Olhe sempre para o futuro. O que pode ser é sempre melhor do que hoje. Eu tenho mais para ganhar do que para perder", declarou.

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Este material foi elaborado exclusivamente pela Levante Ideias e pelo estrategista-chefe e sócio-fundador Rafael Bevilacqua (sem qualquer participação do Grupo UOL) e tem como objetivo fornecer informações que possam auxiliar o investidor a tomar decisão de investimento, não constituindo qualquer tipo de oferta de valor mobiliário ou promessa de retorno financeiro e/ou isenção de risco . Os valores mobiliários discutidos neste material podem não ser adequados para todos os perfis de investidores que, antes de qualquer decisão, deverão realizar o processo de suitability para a identificação dos produtos adequados ao seu perfil de risco. Os investidores que desejem adquirir ou negociar os valores mobiliários cobertos por este material devem obter informações pertinentes para formar a sua própria decisão de investimento. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, podendo resultar em significativas perdas patrimoniais. Os desempenhos anteriores não são indicativos de resultados futuros.