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Renda extra para sempre: veja 36 ações que são boas pagadoras de dividendos

Quer ter renda passiva ganhando dividendos? Veja quais ações são boas pagadoras - Vergani_Fotografia/Getty Images/iStockphoto
Quer ter renda passiva ganhando dividendos? Veja quais ações são boas pagadoras Imagem: Vergani_Fotografia/Getty Images/iStockphoto

Paula Pacheco

Colaboração para o UOL, em São Paulo

21/02/2022 04h00

Deseja ter uma renda extra para sempre, mas sem se expor demais a riscos? Para isso, analistas recomendam a renda passiva por meio do pagamento de dividendos. O UOL ouviu especialistas do mercado para saber quais empresas com ações negociadas na Bolsa de Valores são as melhores pagadoras de dividendos do momento.

Confira abaixo a lista completa com 36 ações, entre preferenciais e ordinárias, de 24 empresas, para ficar de olho em 2022, e descubra como identificar se uma companhia de fato paga bons dividendos.

Melhores pagadoras de dividendos

Veja abaixo as recomendações dos analistas das casas de análise Nord Research, Toro Investimentos, Guide Investimentos e Órama.

Nord Research

Toro Investimentos

Guide Investimentos

Órama

"Na nossa recomendação [da Guide Investimentos], levamos em consideração na escolha companhias de valor, com constância na geração de caixa e na distribuição de dividendos, além de uma baixa alavancagem [endividamento]", afirma Rodrigo Crespi, analista da Guide Investimentos.

Características mais atraentes

Entre as recomendações para quem busca boas pagadoras de dividendos, há um predomínio de empresas dos setores de energia, saneamento e bancos.

Essas companhias não demandam investimentos elevados e constantes (devido ao grau de maturação do segmento) e, no caso daquelas que atuam por meio de concessões, existe previsibilidade quanto à entrada de caixa —graças à regulação das tarifas (por exemplo, de água e de energia, no geral corrigidas pela inflação).

Os dividendos são a principal opção para quem busca renda passiva, e as melhores pagadoras são empresas maduras, de setores já sólidos. São negócios que já não exigem muito investimento. Por isso, é possível repassar o lucro para o acionista.
Valéria Vieira, head de Renda Variável da RB Investimentos

Já o especialista em Finanças da Toro Investimentos, Josias de Matos, inclui outras opções para quem quer um reforço de caixa por meio da renda passiva, principalmente fundos imobiliários (FIIs) e títulos de renda fixa com pagamento de cupons.

A empresa está pagando bem em dividendos?

Classificar uma empresa como uma boa pagadora de dividendos depende de uma série de análises. Entre elas, está o dividend yield (DY).

Trata-se de um indicador da rentabilidade relativa dos proventos pagos aos acionistas em determinado período; ou seja, o percentual obtido com base no que o investidor recebeu em proventos (dividendos ou Juros Sobre Capital Próprio, o JCP) no formato de dinheiro em conta corrente nos últimos 12 meses dividido pela cotação atual do papel em questão. Em outras palavras, o DY é o percentual de rendimento do dividendo.

O dividend yield (DY) mostra a porcentagem de dividendos pagos em relação ao preço de uma ação. Se a ação vale R$ 50, e a empresa pagou R$ 5 de dividendos por ação, o DY é de 10%.

A conta é: (dividendos pagos por ação ÷ pelo preço da ação) x 100

No exemplo, 5 ÷ 50 x 100 = 10% (Portanto, no exemplo o DY é de 10%.)

O valor da ação a ser considerado é antes do pagamento dos dividendos.

Logo, quanto maior o DY, melhor pagadora de dividendos a empresa é? "É preciso ter cuidado ao analisar o DY isoladamente", diz Phil Soares, chefe de análise de ações na Órama. Para ele, o DY ideal leva em consideração vários fatores, incluindo o perfil do investidor.

O investidor, segundo Soares, não deveria procurar o yield máximo, mas sim estabelecer quanto quer e buscar boas empresas a preços razoáveis que cumpram esse número. Um número razoável para ser usado seria de 5%, diz o especialista da Órama. Já Crespi explica que na lista de recomendações da Guide Investimentos o DY chega a 11%.

"Uma empresa que paga um nível alto de dividendos não é necessariamente uma empresa saudável, e o próprio DY alto pode indicar um problema com relação ao Capex [sigla para Despesas de Capitais ou Investimentos em Bens de Capitais], ou seja, a capacidade de investimentos da empresa. Na maioria dos casos, procurar por empresas robustas, já consolidadas no mercado, é um bom começo na hora de escolher boas pagadoras de dividendos", declara Soares.

Outro ponto importante, segundo o chefe de análise da Órama, é o custo de oportunidade —medido normalmente pelas taxas de renda fixa. Segundo ele, para alguns investidores, o DY deverá ser igual ou superior às taxas dos títulos de renda fixa (geralmente do Tesouro Direto) atuais.

"Já outros investidores optam por empresas pagadoras de dividendos pela isenção de IR que os dividendos usufruem no Brasil. Por isso, é importante o investidor ter claro o seu perfil de aversão a risco e seu horizonte de investimentos na hora de escolher essas empresas", declarou.

Diversificar segmentos

A recomendação de Matos, da Toro Investimentos, é evitar a concentração na hora de escolher as companhias que pagam bons dividendos, diversificando suas áreas de atuação.

"Investir em muitas empresas de um único setor aumenta o risco da carteira, já que, caso haja algum movimento de baixa setorial, seja por uma nova lei ou decisão judicial, todas estarão expostas a esse movimento e deverão ser impactadas. Diversificação, portanto, é um ponto importantíssimo na hora de montar uma carteira dessas", afirma.

Quem deve investir em ações que pagam dividendos?

Ter parte da carteira alocada em empresas pagadoras de dividendos pode ser uma alternativa para alguns perfis. Investidores de perfil conservador, explica o especialista da Órama, não deveriam comprar ações, conforme orientação da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).

O investidor de perfil moderado, para quem é indicado em média 30% da carteira em ativos de renda variável, pode direcionar de 15% a 20% do dinheiro para empresas que pagam bons dividendos, segundo Valéria Vieira. O restante pode ser aplicado em outros produtos de renda variável, como ações e classes de investimentos com maior risco e maior expectativa de ganhos.

Já os investidores de perfil arrojado, segundo Valéria, preferem ações de empresas com grandes oscilações, pois podem representar a oportunidade de ganhos maiores. Por isso, não costumam direcionar a estratégia para as boas pagadoras de dividendos.

Investir 100% em dividendos

Crespi, da Guide Investimentos, não vê problemas em optar por uma carteira 100% voltada a dividendos. Mas o especialista pondera que esse tipo de carteira costuma ser mais moderado, já que é formada por empresas de mais valor, porém com menos capacidade de ganho de capital (valorização dos papéis), porque são mais focadas no pagamento de dividendos.

No entanto, ele destaca outras vantagens, como o fato de ser uma renda líquida (livre de pagamento de Imposto de Renda), que pode ser creditada na conta do investidor mensal, semestral ou anualmente.

Exemplos do que é avaliado

Quando buscam as companhias com boas chances de pagarem dividendos expressivos, as casas de análise avaliam não só a última linha do balanço —se teve lucro ou prejuízo—, mas seu nível de endividamento, o tempo de maturação dos projetos investidos e o comportamento do setor —como mostra o relatório divulgado recentemente pela Nord Research, no qual aponta três empresas do setor elétrico entre as apostas para 2022.

Engie Brasil (EGIE3)

A Engie Brasil (EGIE3), voltada à geração de energia, aparece entre as preferências pela sua diversificação, já que tem buscado diminuir sua exposição ao risco hidrológico por meio de investimentos em fontes renováveis (como eólica e solar).

A análise destaca ainda a boa gestão, administração, o retorno aos acionistas em patamares elevados, a alavancagem financeira controlada, a previsibilidade nos resultados e projetos em andamento.

EDP Brasil (ENBR3)

No caso da EDP Brasil (ENBR3), companhia integrada do setor elétrico (transmissão, distribuição e geração), além da diversificação das fontes de receita, o relatório destaca o aumento da exposição ao segmento de transmissão, que causa impacto positivo no fluxo de caixa da companhia e, consequentemente, no pagamento de dividendos.

Neoenergia (NEOE3)

Sobre a Neoenergia (NEOE3), também com atuação integrada, a Nord Research cita que um dos estímulos para os resultados futuros é o crescimento orgânico da operação de distribuição. A companhia tem investido na expansão da sua rede de distribuição, com o objetivo de diminuir perdas e aumentar o número de clientes.

As fontes renováveis também estão entre os pontos fortes que devem beneficiar os investidores que buscam bons dividendos. Por último, o relatório aponta para as oportunidades no mercado de transmissão, tanto por meio de leilões quanto por aquisições.

Este material não é um relatório de análise, recomendação de investimento ou oferta de valor mobiliário. Este conteúdo é de responsabilidade do corpo jornalístico do UOL Economia, que possui liberdade editorial. Quaisquer opiniões de especialistas credenciados eventualmente utilizadas como amparo à matéria refletem exclusivamente as opiniões pessoais desses especialistas e foram elaboradas de forma independente do Universo Online S.A.. Este material tem objetivo informativo e não tem a finalidade de assegurar a existência de garantia de resultados futuros ou a isenção de riscos. Os produtos de investimentos mencionados podem não ser adequados para todos os perfis de investidores, sendo importante o preenchimento do questionário de suitability para identificação de produtos adequados ao seu perfil, bem como a consulta de especialistas de confiança antes de qualquer investimento. Rentabilidade passada não representa garantia de rentabilidade futura e não está isenta de tributação. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, a depender de condições de mercado, podendo resultar em perdas. O Universo Online S.A. se exime de toda e qualquer responsabilidade por eventuais prejuízos que venham a decorrer da utilização deste material.