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Analistas da Levante contam tudo sobre o mercado no Investimento Ao Vivo, que acontece quinzenalmente, às terças.


ANÁLISE

Cenário é incerto, e Bolsa enfrentará 3 riscos em outubro, dizem analistas

Colaboração para o UOL, em São Paulo

07/10/2021 04h00Atualizada em 17/12/2021 15h14

A Bolsa brasileira amargou perdas de 6,57% em setembro. Para outubro, o cenário ainda é incerto e há pelo menos três riscos que podem provocar ainda mais quedas no mercado, segundo os analistas Vitor Polli e Fernando Martin, da Levante Ideias de Investimentos. Eles falaram sobre as perspectivas para a Bolsa no Investimento Ao Vivo, programa do UOL feito em parceria com a casa de análises.

"Conforme o cenário vai piorando, a Bolsa vai respondendo do mesmo jeito. Ainda temos um cenário muito incerto, tanto lá fora como aqui. Mas, por outro lado, os resultados das empresas vieram muito bons no último trimestre. Agora começa a nova temporada de divulgação de resultados, e vamos ver se as empresas estão sendo influenciadas por esses cenários", afirmou Polli.

Leia abaixo quais são os riscos mencionados pelos analistas e assista ao programa completo. O Investimento Ao Vivo é transmitido quinzenalmente na página inicial do UOL, e na página de Investimentos, mas fica disponível para consulta.

País sofre 3 riscos internos

O analista de investimentos Fernando Martin disse que o mercado interno sofre pelo menos três riscos que podem influenciar negativamente a Bolsa: o político, o fiscal e o inflacionário.

"Esses três temas predominaram nos últimos 90 dias e, realmente, a gente viu a Bolsa cair 25 mil pontos em poucas semanas por causa disso", disse Martin.

No cenário político, afirmaram os analistas, as reformas administrativa e tributária não "agradam" ao mercado.

"A reforma tributária que está sendo discutida não agrada o mercado hoje, pois não parece abrangente o suficiente para resolver os problemas de produtividade e distribuição. E a reforma administrativa é a mesma coisa", disse Martin.

Para os dois analistas, a chance de aprovação das reformas em 2022, ano eleitoral, é "muito baixa".

Outra preocupação do mercado é o risco fiscal, ou seja, as contas do governo, que ainda não fecham. Há no radar a questão do pagamento dos precatórios, dívidas judiciais que o governo deve pagar, e também do novo Bolsa Família, o Auxílio Brasil, cujo financiamento ainda não está claro.

A inflação, por sua vez, segue elevada —próxima dos 10% nos últimos 12 meses, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) —e força o Banco Central a aumentar a taxa básica de juros, a Selic, que hoje está em 6,25% ao ano. Juros mais altos tiram a atratividade da Bolsa.

Mas tem uma boa notícia, segundo Martin. "Aparentemente a Bolsa está no preço. Se você analisar alguns indicadores, a Bolsa parece atrativa [barata]", afirmou.

Aumento de preços é ponto de atenção para outubro

Segundo os analistas, em outubro, vale ficar de olho na alta da inflação em geral, e em especial no aumento dos preços dos combustíveis e da energia elétrica.

"A alta da inflação impacta o crescimento do país", disse Martin. Os preços dos combustíveis e da energia elétrica afetam basicamente todos os setores da economia, afirmou.

No cenário externo, China e EUA preocupam

"Se o cenário está ruim lá fora, isso vai afetar aqui também. Não tem jeito", disse Polli.

Na China, é preciso ficar de olho na intervenção do governo chinês em empresas de tecnologia do país e no risco de falência da incorporadora Evergrande.

"O mercado já acompanhava o caso Evergrande há alguns meses. É um risco real, e isso trouxe uma perspectiva negativa para a Bolsa brasileira em setembro, e pode respingar em outubro", disse Martin.

Já os EUA precisam aprovar com urgência o aumento do teto da dívida do governo.

"Se esse aumento não for aprovado, ocorrerá um calote dos EUA, e isso seria uma mudança de paradigma, porque hoje os títulos do Tesouro norte-americano são vistos como um porto seguro mundial em todo o mercado", disse Martin.

Esse aumento no teto da dívida dos EUA tem de ser aprovado até 18 de outubro, data em que os recursos do país devem chegar ao limite, calcula a secretária do Tesouro do país, Janet Yellen.

Estratégia é investir todo mês

Para Martin, a melhor estratégia para diluir esses riscos internos e externos é aplicar um pouco todo mês.

"Normalmente, as pessoas compram quando o cenário está bom e vendem quando está ruim. Essa é a melhor forma de perder dinheiro. O ideal é comprar um pouquinho todo mês e ter uma carteira diversificada", declarou.

Polli disse que, antes de investir, você precisa conhecer o seu perfil de investidor, para ver seu nível de tolerância a riscos.

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Este material foi elaborado exclusivamente pela Levante Ideias e pelo estrategista-chefe e sócio-fundador Rafael Bevilacqua (sem qualquer participação do Grupo UOL) e tem como objetivo fornecer informações que possam auxiliar o investidor a tomar decisão de investimento, não constituindo qualquer tipo de oferta de valor mobiliário ou promessa de retorno financeiro e/ou isenção de risco . Os valores mobiliários discutidos neste material podem não ser adequados para todos os perfis de investidores que, antes de qualquer decisão, deverão realizar o processo de suitability para a identificação dos produtos adequados ao seu perfil de risco. Os investidores que desejem adquirir ou negociar os valores mobiliários cobertos por este material devem obter informações pertinentes para formar a sua própria decisão de investimento. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, podendo resultar em significativas perdas patrimoniais. Os desempenhos anteriores não são indicativos de resultados futuros.