Com a desistência de Elon Musk, o que acontece com as ações do Twitter?
O bilionário Elon Musk, CEO da montadora de veículos elétricos Tesla (Nasdaq: TSLA) e homem mais rico do mundo, anunciou na sexta-feira (8) que desistiu de sua oferta de US$ 44 bilhões pelo Twitter (Nyse: TWTR), após meses de exaustivas e polêmicas negociações com o conselho da companhia.
Confira a seguir o comentário de Rafael Bevilacqua, estrategista-chefe e sócio-fundador da casa de análise Levante Ideias de Investimento, sobre o tema. Todos os dias, Bevilacqua traz notícias e avaliações de empresas de capital aberto para você tomar as melhores decisões de investimento. Este conteúdo é acessível para os assinantes do UOL. O UOL tem uma área exclusiva para quem quer investir seu dinheiro de maneira segura e lucrar mais do que com a poupança. Conheça!
O advogado de Musk enviou uma carta aos conselheiros do Twitter comunicando a desistência do negócio, alegando que a rede social estaria violando disposições do acordo inicialmente firmado entre as partes. Nas últimas semanas, o bilionário vinha se queixando da dificuldade de mensurar o número de contas falsas e bots (robôs) na plataforma.
Um relatório elaborado pela companhia apontava um número de cerca de 5% de perfis falsos entre os usuários da plataforma, mas os dados apresentados não convenceram Musk, que questionou a metodologia utilizada para o cálculo.
Um documento enviado pela equipe do bilionário à Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC) diz que "o Twitter não cumpriu suas obrigações contratuais", não tendo fornecidos "dados e informações necessários para fazer uma avaliação independente da prevalência de contas falsas ou spam na plataforma do Twitter".
Agora, em um momento de alta volatilidade dos mercados e quedas vertiginosas nos preços das ações de tecnologia, o futuro do Twitter se torna ainda mais incerto com o cancelamento da operação.
A companhia vinha apresentando resultados frustrantes nos últimos trimestres, e suas ações haviam recuado de um pico de US$ 77 em fevereiro de 2021 para US$ 33 em março deste ano, quando a oferta de compra da rede social pelo equivalente a US$ 54,20 por ação trouxe novo fôlego para os papéis.
Sem o fechamento de capital e a reformulação prometidos por Musk, os investidores voltam novamente sua atenção para os balanços frustrantes dos últimos trimestres, a as ações do Twitter perdem atratividade.
No curto prazo, os papéis da companhia devem sofrer uma forte desvalorização. No médio e no longo prazo, por outro lado, o futuro do Twitter depende de qual será a estratégia adotada pelo seu Conselho para tentar retomar os bons resultados e melhorar a rentabilidade da companhia.
As ações preferenciais do Twitter fecharam em queda de 11,25% na segunda-feira (11), cotadas a US$ 32,67.
Este material foi elaborado exclusivamente pela Levante Ideias e pelo estrategista-chefe e sócio-fundador Rafael Bevilacqua (sem qualquer participação do Grupo UOL) e tem como objetivo fornecer informações que possam auxiliar o investidor a tomar decisão de investimento, não constituindo qualquer tipo de oferta de valor mobiliário ou promessa de retorno financeiro e/ou isenção de risco . Os valores mobiliários discutidos neste material podem não ser adequados para todos os perfis de investidores que, antes de qualquer decisão, deverão realizar o processo de suitability para a identificação dos produtos adequados ao seu perfil de risco. Os investidores que desejem adquirir ou negociar os valores mobiliários cobertos por este material devem obter informações pertinentes para formar a sua própria decisão de investimento. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, podendo resultar em significativas perdas patrimoniais. Os desempenhos anteriores não são indicativos de resultados futuros.
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