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ANÁLISE

Onde investir para ter diversificação e reduzir riscos esperados em 2022?

05/01/2022 04h00

Diversificar seus investimentos para aumentar as chances de ganho e diminuir os riscos de perda é um conceito muito conhecido dos investidores. Mas é frequentemente negligenciado ou interpretado de forma incorreta.

Será que você está fazendo certo? Felipe Bevilacqua, analista da Levante Ideias de Investimentos, mostra a seguir o melhor jeito de diversificar de verdade suas aplicações. Veja também análise de onde investir para ter mais oportunidades de lucro em 2022, um ano que promete emoções.

Ovos não devem ficar na mesma cesta

O termo "diversificação" é frequentemente utilizado no mundo dos investimentos e se refere à técnica de selecionar diferentes ativos para compor sua carteira ou portfólio de investimentos.

Especialistas e investidores utilizam frequentemente o ditado popular que diz que não se deve colocar todos os ovos em uma única cesta, para que não se quebrem todos de uma vez.

"Ativos financeiros podem não ser tão frágeis quanto os ovos, mas é comum ver investidores perdendo quantias expressivas ao alocar grande parte de seu patrimônio em um ativo de alto risco, o que nos lembra da importância de não colocar todo o seu dinheiro, ou a maior parte dele, em uma única 'cesta'", diz Bevilacqua.

Segundo ele, uma carteira diversificada não é aquela que possui inúmeros investimentos selecionados de maneira aleatória, sem critério. "Afinal, não adianta colocar os ovos em várias cestas diferentes se muitas delas estão furadas."

Avaliar riscos, potencial de ganho e perfil

A seleção deve ser racional e cautelosa, levando em consideração os riscos e o potencial de retorno. "Deve-se, ainda, adequar a composição da carteira ao perfil do investidor, o que significa entender seus objetivos e sua tolerância ao risco", afirma o analista.

"À primeira vista, isso tudo pode parecer óbvio, mas o assunto é tão complexo que rendeu um Prêmio Nobel de Economia ao americano Harry Markowitz, economista que desenvolveu um método para elaborar uma carteira de investimentos com a melhor relação entre risco e retorno possível. Esse método ficou conhecido como a teoria moderna do portfólio e é utilizado até hoje por gestores e analistas na elaboração de carteiras de investimento", diz Bevilacqua.

Maneiras de diversificar sua carteira

Há alguns critérios para classificar as diferentes formas de diversificação de portfólio.

Em primeiro lugar, existe a diversificação entre ativos diferentes dentro de uma mesma classe. Por exemplo, ações de companhias diferentes na Bolsa.

Indo além, há a diversificação de setores, que consiste na aquisição de ações de empresas que atuam em setores diferentes da economia, como um banco e uma mineradora.

Olhando para o universo de investimentos sob uma perspectiva mais abrangente, há a possibilidade de diversificação entre classes de ativos diferentes, que acontece quando você escolhe investir não apenas em ações, mas também em ativos de renda fixa, criptomoedas ou fundos imobiliários.

Por último, mas não menos importante, existe a diversificação geográfica do seu portfólio, ou seja, a exposição a outros mercados, como o norte-americano ou o chinês, por exemplo, e que pode ser feita de forma direta, quando o investidor possui contas em corretoras estrangeiras e opera nesses mercados, e de forma indireta, adquirindo cotas de fundos negociados na B3 que replicam o desempenho de índices estrangeiros, como o IVVB11 ou o XINA11.

Como cada mercado se saiu em 2021

2021 foi um ano particularmente difícil para a Bolsa brasileira. Durante esse período, o principal índice brasileiro de ações, o Ibovespa, caiu 11,93%, e muitos investidores viram seu patrimônio encolher.

Por outro lado, com o início do ciclo de alta da taxa Selic, os investimentos em renda fixa voltaram a ser atrativos. Títulos públicos, Certificados de Depósito Bancário (CDBs) e fundos de investimento atrelados à taxa de depósito interfinanceiro (DI), que antes haviam sido colocados em segundo plano durante o período de juros baixos, voltaram a ganhar espaço nas carteiras dos investidores.

Além disso, as Bolsas dos Estados Unidos se beneficiaram da perspectiva de reabertura econômica e dos fortes balanços corporativos de 2021, e quebraram novos recordes.

Enquanto o Ibovespa caiu quase 12%, o índice norte-americano S&P 500, cuja carteira teórica é composta por ações das 500 maiores companhias de capital aberto listadas nos Estados Unidos, disparou 26,89% em 2021.

O otimismo dos investidores também impulsionou os índices Dow Jones, que reúne 30 grandes companhias industriais listadas na Bolsa de Valores de Nova York, e Nasdaq Composite, o qual engloba os papéis de quase todas as companhias listadas na Nasdaq, bolsa conhecida por reunir grandes empresas do setor de tecnologia.

O Dow Jones teve ganhos de 18,73% no ano passado, chegando a 39.338,30 pontos, enquanto o Nasdaq Composite fechou 2021 com alta de 21,40%, a 15.645,0 pontos.

Investimento no exterior será estratégico em 2022

Tendo em vista as eleições no Brasil, a alta dos juros nos principais mercados do planeta e a imprevisibilidade trazida pelas frequentes mutações do coronavírus, 2022 promete ser um ano de alta volatilidade para os ativos brasileiros.

Sendo assim, a diversificação se torna essencial para proteger sua carteira contra os riscos oferecidos pelos ativos listados na Bolsa.

Nesse contexto, investimentos em renda fixa e em fundos de índice (ETFs) que buscam replicar o desempenho de índices estrangeiros são estratégicos para quem busca uma boa rentabilidade sem depender do bom desempenho do Ibovespa.

Leia aqui o relatório completo da Levante sobre diversificação nas suas aplicações, incluindo investimentos no exterior.

Carteiras conforme o perfil

Para quem ainda não pegou as recomendações de investimentos, elas estão a seguir:

- Carteira para quem não aceita risco algum

- Carteira para quem tem perfil mais conservador, mas aceita um pouquinho de risco

- Carteira para quem é mais moderado

- Carteira para quem aceita mais risco

- Carteira para quem aceita alto risco

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Este material foi elaborado exclusivamente pela Levante Ideias e pelo analista Felipe Bevilacqua (sem qualquer participação do Grupo UOL) e tem como objetivo fornecer informações que possam auxiliar o investidor a tomar decisão de investimento, não constituindo qualquer tipo de oferta de valor mobiliário ou promessa de retorno financeiro e/ou isenção de risco . Os valores mobiliários discutidos neste material podem não ser adequados para todos os perfis de investidores que, antes de qualquer decisão, deverão realizar o processo de suitability para a identificação dos produtos adequados ao seu perfil de risco. Os investidores que desejem adquirir ou negociar os valores mobiliários cobertos por este material devem obter informações pertinentes para formar a sua própria decisão de investimento. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, podendo resultar em significativas perdas patrimoniais. Os desempenhos anteriores não são indicativos de resultados futuros.