A frase que mais ouço quando me apresento como educadora financeira é "quando eu ganhar mais, então irei guardar". Mas fico pensando: "quanto será ganhar mais para essa pessoa?".
Gosto de brincar dizendo que a economia é a ciência do "depende", pois todos os valores são relativos. Ou seja, dependem de uma comparação com algo, uma referência.
Por exemplo, para avaliar se alguma coisa é cara ou barata, você precisa comparar aquele valor a algum outro.
Quando diz que quer ser rico, precisa definir o que é ser rico. Para você, o significado de ser rico é ter moradia própria com um carro na garagem ou um jatinho particular? O que é ser rico? Qual é o valor que representa este "ganhar mais" para você?
Ser ou não ser?
"Ser ou não ser? Eis a questão" (do inglês, "To be or not to be? That is the question") é a famosa frase dita por Hamlet, personagem criado por William Shakespeare.
No atual contexto o "ser ou não ser" extrapolou a reflexão entre vida e morte proposto pelo escritor e se tornou uma pergunta sobre agir, tomar a ação e se posicionar ou não diante dos acontecimentos. E essa decisão faz parte da rotina de todos nós brasileiros.
Quando proponho esse questionamento no âmbito financeiro, o cenário inclui a projeção do enrosco do dia a dia em direção a um futuro mais sereno, tranquilo e livre. E, enquanto projeção, é preciso começar agora, pois a beleza do amanhã tem o compromisso do hoje.
A importância de começar hoje
Nossas necessidades são ilimitadas, mas os recursos não... Administrar tais necessidades e recursos é inerente à natureza humana. Por isso, esperar ganhar mais para, então, guardar dinheiro nunca será o caminho para um futuro livre e belo. Vou explicar melhor:
É um alívio ter um aumento de renda quando estamos com as nossas finanças totalmente comprometidas. Mas nossa tendência natural é usar esse "mais" para aumentar o padrão de vida.
Por exemplo, incluir um jantar no restaurante, comprar mais roupas, trocar o modelo do celular ou do carro, viajar mais... Coisas que eventualmente são saudáveis, mas quando se tornam rotina trazem consigo maior comprometimento da renda. Logo esse "mais" estará incorporado à rotina, deixando o hoje para amanhã.
Quando nos organizamos para ter gastos que se enquadram na nossa renda mensal atual, independente do valor que seja, um aumento de renda pode ser tranquilamente direcionado para um investimento pensando no futuro.
É como se estivéssemos pagando uma conta do futuro agora, de modo que, quando esse futuro chegar, a conta já estará paga. É claro que uma parte dessa renda a mais pode, e deve, servir para pequenas novas necessidades, o prazer do momento é muito importante, mas o benefício maior no futuro é essencial.
A vida é cheia de tormentos. A dúvida do personagem Hamlet era sobre simplesmente aceitar sua existência com as dificuldades inerentes ou se posicionar diante dos acontecimentos, arcando com as consequências ainda que incertas dessa ação.
Ser ou não ser, ganhar mais ou gastar menos são dilemas entre a resignação conhecida ou a ação que, em alguma medida, determinará nosso futuro incerto.
Se o hoje está difícil, comece agora, com pequenos passos, a agir para construir um futuro mais tranquilo.
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