É provável que você já tenha visto ou ouvido alguma das frases abaixo, nas redes sociais, rádio, podcasts e principalmente nos telejornais.
"Governo eleva previsão de alta do PIB brasileiro", "Inflação bate recorde e chega à casa dos 2 dígitos", "É previsto novo aumento na taxa de juros Selic".
PIB, inflação e taxa de juros Selic são três dos principais indicadores econômicos do Brasil. Por isso, vou mostrar cada um desses indicadores utilizando como referência a frase inconfundível dita pelo jornalista Sérgio Chapelin no tradicional programa "Globo Repórter".
O que são? Onde vivem? Como impactam o bolso do brasileiro? Hoje no UOL Economia.
PIB ou Produto Interno Bruto
É um importante indicador econômico que representa o valor de todos os bens e serviços produzidos no país, servindo como um medidor da atividade econômica.
O PIB ajuda a verificar quais são os setores que estão gerando mais riqueza. Os três segmentos de mercado que costumam ser observados são serviços, indústria e agricultura.
Quando o PIB do Brasil está crescendo, significa que a economia está apontando melhores indicadores em seus segmentos de produção de bens e serviços. Assim transmite mais segurança para empresas e investidores, atraindo novos negócios para o país.
O PIB em alta também indica que existem mais ofertas de trabalho e mais renda para a população —que vai fazer o dinheiro circular com a compra de bens e serviços. E pode-se dizer que a geração de empregos está diretamente relacionada ao crescimento da economia e, consequentemente, do PIB.
Inflação
É o aumento generalizado dos preços, que faz com que uma mesma quantidade de dinheiro compre menos coisas do que antes.
Imagine que um dia você foi a um mercado com R$ 20 e usou esse dinheiro para comprar 5 kg de arroz e 3 kg de feijão, cada um custando R$ 10.
Um ano depois, você voltou ao mercado novamente com R$ 20, mas agora o mesmo arroz e feijão custam R$ 12 e R$ 15, respectivamente.
Neste caso, os mesmos R$ 20 não conseguem mais comprar os dois produtos, e você terá que escolher qual irá levar ou desembolsar um valor maior. Ou seja, após um ano, o seu dinheiro perdeu poder de compra.
Além de influenciar o consumo, a inflação pode também impactar seus investimentos. O principal impacto pode ser observado na rentabilidade das aplicações. Isso porque existem diferenças básicas entre a rentabilidade nominal (aquela que registra o retorno bruto, sem descontos) e a rentabilidade real (que já tem o desconto de taxas, impostos e da inflação).
Com isso, a inflação gera impacto direto em todos os tipos de investimentos, seja na renda fixa ou na variável, na medida em que interfere no poder de compra do dinheiro. Neste caso, é fundamental que você, investidor, esteja sempre de olho na rentabilidade real dos investimentos.
Taxa de juros Selic
A Selic é considerada a taxa básica de juros referência na economia brasileira. Por isso, influencia todas as demais taxas do nosso país, desde as rentabilidades das aplicações financeiras até os juros de empréstimos e financiamentos disponíveis no mercado. É também uma ferramenta usada pelo governo para controlar a inflação.
Taxa Selic alta
Os investimentos atrelados à Selic ganham atratividade, pois têm maior rentabilidade. Investindo seu dinheiro, você ganha mais juros. No mesmo sentido, você prefere fazer compras pagando à vista e evitando taxas de juros mais altas.
Taxa Selic baixa
Os investimentos atrelados à Selic perdem atratividade, pois têm menor rentabilidade. Já o crédito, via financiamentos e empréstimos, fica mais barato, e as pessoas tendem a comprar mais.
Abaixo, trago de forma simplificada a engrenagem de controle da inflação:
- A economia está aquecida, as pessoas estão consumindo produtos e serviços e solicitando empréstimos.
- Esse aquecimento do consumo provoca um aumento de preços, a inflação.
- Na intenção de controlar a inflação, o Banco Central aumenta a taxa de juros Selic.
- Com a Selic mais alta, alguns investimentos ficam mais atrativos. Isso faz com que as pessoas optem por consumir menos e direcionar o dinheiro para investimentos com taxas de juros maiores. Por outro lado, as taxas de juros de empréstimos e financiamentos também aumentam, fazendo com que as pessoas comprem menos para não se endividar.
- A redução no consumo da população preocupa os comerciantes que tendem a reduzir os preços dos produtos e serviços na intenção de que as pessoas voltem a comprar.
- Com a redução dos preços, o avanço da inflação é contido e o ciclo recomeça.
Entender sobre esses indicadores pode parecer maçante em um primeiro momento, mas é de extrema importância conhecê-los, pois impactam direta e indiretamente nosso bolso no dia a dia.
Sem contar que agora você poderá compartilhar sobre o assunto no próximo almoço ou churrasco de domingo com a família e amigos.
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