O mês de novembro foi marcado por eventos que levaram a uma alta volatilidade do mercado no cenário local e internacional tanto econômico quanto político. No Brasil, repercutiu bastante as falas de Haddad no encontro com os banqueiros na Febraban (Federação Brasileira de Bancos), principal entidade representativa dos bancos brasileiros, no dia 25/11.
O discurso do ex-prefeito não teve reação positiva pelo mercado, visto que tratou apenas de maneira superficial sobre temas vistos como importantes e urgentes como o cenário fiscal, a equalização das contas com as promessas de governo e a PEC da transição.
Os principais índices de ações do mercado brasileiro e do exterior tiveram retornos opostos em novembro. Enquanto o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, teve retorno negativo no mês com -3,06%, o S&P 500, principal índice da bolsa americana, fechou em alta de 6,12% no mesmo período. O dólar fechou o mês com leve alta, cotado a 0,71% acima, perante o fechamento de outubro.
No último mês, o número de casos de Covid-19 também alarmou as autoridades públicas mundiais. No Brasil, o aumento foi expressivo nas últimas semanas de novembro. A Organização Mundial da Saúde (OMS) diz que as infecções se devem a sub variantes da Omicron, cepa que surgiu em novembro do ano anterior e conhecida pelo alto grau de infecção. A preocupação fica por conta da chegada do final de ano juntamente com as festas, o que está levando algumas cidades a obrigarem novamente o uso de máscaras em lugares fechados.
No mundo, o mês foi marcado por acontecimentos importantes como os protestos na China contra a política de Covid Zero imposta pelo país e as eleições de meio de mandato nos Estados Unidos. Os Republicanos conquistaram 221 cadeiras na câmara de um total de 435, já no senado o partido democrata mantém a maioria na casa. O resultado das eleições traz novamente a ideia de um governo dividido no país o que acarretará grandes desafios de governabilidade ao atual presidente democrata Joe Biden.
Neste cenário, se destacaram fundos com alocações maiores nos índices americanos e nos mercados de renda fixa brasileiros, além estratégias com posições menos direcionais.
Melhores fundos multimercados
Confira a seguir os dez fundos multimercados com as maiores altas em novembro (nome do fundo e retorno no mês).
CANVAS VECTOR FIC MULTIMERCADO 3,76%
EXPLORITAS ALPHA AMÉRICA LATINA FIC MULTIMERCADO 3,09%
CONSTÂNCIA ABSOLUTO FI MULTIMERCADO 1,88%
IBIUNA CREDIT FIC MULTIMERCADO CRÉDITO PRIVADO 1,48%
SPARTA DINÂMICO FIC MULTIMERCADO 1,45%
NEO MULTI ESTRATÉGIA 30 FEEDER FIC MULTIMERCADO 1,23%
ICATU VANGUARDA HEDGE FI MULTIMERCADO 1,16%
AZ QUEST LOW VOL FI MULTIMERCADO 1,14%
AZ QUEST ALTRO FIC MULTIMERCADO CRÉDITO PRIVADO 1,11%
AZ QUEST MISTRAL FIC MULTIMERCADO CRÉDITO PRIVADO 1,09%
A NEO, gestora do fundo Neo Multestratégia 30, que obteve uma rentabilidade de 1,23% no mês de novembro, comenta:
"O fundo teve rentabilidade de 1,23% em novembro. Perdemos 0,77% em ações, sendo 0,30% em posições compradas no setor de shoppings e consumo, e 0,47% em operações long-short . Na estratégia internacional ganhamos 0,22%, principalmente em operação de venda da moeda americana contra a japonesa. Na estratégia de juros local ganhamos 0,94% com operações de venda de inclinação de curva e operações relativas de venda de inflação implícita com compra de inclinação de curva.
Em função das incertezas sobre a forma de condução da política econômica pelo novo governo vimos uma reprecificação grande da curva de juros. O mercado passou a precificar alta de juros no início de 2023 e um ciclo de corte de aproximadamente 200 bps, iniciando-se no final de 2023. Anteriormente o mercado não precificava alta e um ciclo de corte de quase 350 bps começando no segundo trimestre de 2023.
Em relação ao mercado local, nossa visão é de o mercado já precificou de forma adequada as notícias sobre expectativa de condução de política econômica pelo novo governo. Não é nosso cenário base um descontrole da dívida pública. Com isso, continuamos vendo o próximo movimento de juros como sendo de queda e algumas ações na bolsa que devem apresentar bons retornos em um horizonte de 12 meses.
No mercado externo temos a visão de que os ciclos de alta de juros nas economias desenvolvidas devem se encerrar no primeiro trimestre de 2023. A partir daí veremos um conflito entre cenário de atividade se deteriorando e números de inflação ainda bem acima das metas dos Bancos Centrais. Com isso não vemos muito espaço para valorização dos ativos ligados a risco."
Melhores fundos de renda fixa
Confira abaixo os melhores fundos de renda fixa no mês de novembro (nome e retorno no mês).
AF INVEST GERAES 30 FI RENDA FIXA CRÉDITO PRIVADO 1,22%
CA INDOSUEZ VITESSE FI RENDA FIXA CRÉDITO PRIVADO 1,19%
BV CRÉDITO ATIVO FI RENDA FIXA CRÉDITO PRIVADO LP 1,14%
CA INDOSUEZ AGILITÉ FI RENDA FIXA CRÉDITO PRIVADO 1,13%
DAYCOVAL CLASSIC 30 FI RENDA FIXA CRÉDITO PRIVADO 1,13%
QUASAR ADVANTAGE PLUS FI RENDA FIXA CRÉDITO PRIVADO LP 1,13%
DEVANT SOLIDUS CASH FI RENDA FIXA CRÉDITO PRIVADO 1,12%
AF INVEST GERAES FI RENDA FIXA CRÉDITO PRIVADO 1,11%
ALFA CASH FI RENDA FIXA REFERENCIADO DI 1,11%
ALFA SIRIUS FI RENDA FIXA CRÉDITO PRIVADO 1,11%
Para o fundo AF Invest Geraes 30, o gestor compartilha o seguinte comentário sobre o desempenho em novembro:
"A AF Invest é a Asset do grupo Araújo Fontes, que desde 2008 possui fundos abertos e expertise na estratégia de crédito privado. Atualmente possuímos 7 fundos abertos em diversas classes como crédito privado local e offshore, ações e imobiliário.
O fundo AF Geraes 30 é um fundo de renda fixa de alocação em créditos privado e através da gestão ativa busca as melhores assimetrias de risco/ retorno no cenário local de crédito privado. Ao longo de 2022 o fundo entregou uma rentabilidade de 13,40% (equivalente a 119,8% do CDI). Desde o início do fundo em 2018 a rentabilidade do fundo é de 114,1% do CDI, que mostra a consistência da casa na estratégia.
O fundo tem na estratégia a diversificação dos emissores de crédito (high grade, bancários e estruturados), com emissores com boa capacidade de geração de caixa e altas margens, que conferem uma boa capacidade de pagamento dos emissores. O produto é diversificado contando com mais de 80 diferentes emissões em 22 setores de atuação. Além da análise minuciosa das emissões alocadas, a variar do cenário macroeconômico é natural que haja desinvestimos/ reduções em setores que possam apresentar resultados menos resilientes.
Em novembro, o AF Geraes 30 atingiu a rentabilidade de 1,22% (119,7% do CDI), dado o atual carrego e fechamentos de spread das principais posições do fundo, em especial no setor Financeiro, sendo esse nosso maior setor de exposição. Mantemos confiantes com os resultados futuros do fundo, dado que o carrego atual do produto segue atrativo e a duração média do portfólio segue próxima de 2 anos.
No cenário local, temos acompanhado a abertura de curva de juros relevante nos últimos meses e uma volatilidade forte no período pós-eleitoral. Acreditamos que o cenário deve seguir volátil até a confirmação dos rumos da política fiscal do país, que perpassa por uma definição da equipe econômica do novo governo e da PEC da Transição.
Acreditamos que haverá manutenção das projeções de curva de juros em um patamar mais alto no próximo ano e este cenário segue sendo uma boa oportunidade para fundos de renda fixa.
No cenário externo, acompanhamos as evoluções das taxas de juros mundiais, que seguem a tendência de permanecerem mais altas por um período prolongado, em um ambiente de mais inflação mundial e desacelerações econômicas, sempre focados em como esse cenário pode trazer consequências para países emergentes como o Brasil."
Segue comentário da Daycoval Asset sobre seu fundo de renda fixa Daycoval Classic 30:
"O Fundo Daycoval Classic 30 FIRF CP faz parte da estratégia "Família Classic" em sua versão de liquidez em 30 dias, no qual traz o princípio básico investir em títulos de renda fixa , segmentos de crédito privado e títulos públicos muito bem avaliados pelo mercado, alcançando a classificação 'High Grade' da Anbima.
O objetivo é simples, entregar rendimentos superiores ao índice CDI com menor risco possível para a estratégia. O fundo aceita todos os tipos de investidores (geral, qualificados, profissionais e institucionais) e seu perfil de risco é "conservador"
O Fundo Daycoval Classic 30 estrutura as operações baseadas em uma carteira composta principalmente por operações de empresas e bancos com balanço forte, garantindo retornos e diminuição de riscos.
Nesse fundo, apostamos em uma estratégia que busca retornos diferenciados em relação ao CDI, mesmo que com períodos mais longos. A alocação em operações de crédito está na faixa de 80% do portfólio, sendo 50% em debêntures, 15% em FIDCs e o restante em LFs e CDBs, e uma posição adequada em títulos públicos com liquidez diária. É nessa equação balanceada que encontramos retorno positivo de algumas operações, que nos levam a compensar a volatilidade, que deve perdurar no curto prazo", explica Roberto Kropp, diretor da Daycoval Asset.
O fim das eleições ampliou a volatilidade no mercado financeiro, diante das expectativas dos membros da equipe econômica do novo governo e das políticas que devem ser adotadas a partir de 1º de janeiro. E, dentro deste cenário de incertezas e com forte ingresso de recursos em fundos de investimentos e busca maior por títulos no mercado secundário, a Daycoval Asset se destacou, com retorno de 1,13% ou 110,75%do CDI em novembro do Fundo Daycoval Classic 30 FIRF CP.
Com o cenário externo também conturbado, com inflação crescente nos Estados Unidos e Europa, a Daycoval Asset projeta a manutenção de juros elevados no Brasil por um longo período, com o Banco Central sinalizando isso devido ao quadro fiscal que leva a volatilidade dos juros futuros.
Confiamos na capacidade do Banco Central de ancorar as expectativas inflacionárias para os próximos anos mesmo diante de um cenário externo bastante incerto e eventuais pressões para mais gastos fiscais nesse momento de transição, afirmou Kropp.
Quanto ao Daycoval Classic 30, Kropp reforça que o portfólio do fundo está bem balanceado e a diversificação da carteira tem sido importante para compensar maiores riscos.
A carteira do Daycoval Classic está diluída e atende aos critérios da Daycoval Asset de liquidez. A estratégia tem sido de buscar operações que têm prêmio relevante em relação à curva de juros, mesmo que com prazos mais longos e um pouco menos líquidas como FIDCs, vendendo aquelas com retornos baixos, resultando num portfólio diferenciado, segundo Kropp.
O fundo se destacou em novembro, com retorno de 1,13% ou 110%CDI, no ano acumula +13,16% ou 118,25%CDI, e nos últimos doze meses já atingiu a marca de 14,08% ou 117,62%CDI. O patrimônio do fundo cresce de forma orgânica e pulverizada, em doze meses a média é de R$ 296 milhões e atualmente em torno de R$ 450 milhões."
Os fundos foram classificados utilizando dados de mercado fornecidos pela Quantum Finance e foram considerados fundos para investidores em geral de gestão ativa com mais de R$ 50 milhões de patrimônio líquido, investimento mínimo até R$ 5.000 e mais de 100 cotistas.
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