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ANÁLISE

Caiu tudo? Veja os melhores fundos multimercado e de renda fixa em março

Investidora: veja quais fundos mais renderam no último mês - iStock/gorodenkoff
Investidora: veja quais fundos mais renderam no último mês Imagem: iStock/gorodenkoff

Pagbank

11/04/2023 04h00

Em março os investidores globais tiveram mais um mês de alto nível de estresse e volatilidade em decorrência da consequente quebra de bancos norte-americanos e o impacto da crise do Credit Suisse, um dos bancos mais conhecidos ao redor do mundo.

O primeiro banco a quebrar foi o Silicon Valley Bank (SVB) quando em março decretou não conseguir mais saldar os resgates solicitados pelos clientes devido ao aumento da taxa de juros dos Estados Unidos, afetando os preços dos títulos públicos que o banco havia comprado, fato este que levou o banco central americano a tomar medidas de controle do SVB e garantir os saques solicitados.

O cenário atingiu startups ao redor do mundo, inclusive no Brasil, isto porque a maioria dos clientes do SVB eram companhias de tecnologia e startups que depositavam seus caixas no banco, além do banco também ser investidor desse tipo de empresa.

Dois dias após a falência do SVB, os reguladores financeiros do estado de Nova Iorque decidiram fechar o Signature Bank, outro banco afetado pelos acontecimentos da semana anterior. Ainda em março o Credit Suisse, banco europeu com mais de 150 anos também passou por graves problemas de liquidez. O banco, que já vinha sofrendo há algum tempo, teve apoio do banco central suíço e dos reguladores do país e no dia 19 o UBS, outro banco suíço, formalizou a compra do Credit Suisse, contendo uma desconfiança global em relação à saúde financeira mundial.

O mês de março ainda foi marcado por mais uma "super quarta", nome dado a quarta-feira onde os bancos centrais brasileiro e americano decidem o caminho da taxa básica de juros de seus respectivos países. No Brasil, o banco central decidiu manter a taxa em 13,75% ao ano. Já nos Estados Unidos a decisão foi a favor de elevar em 0,25% levando ao intervalo de 4,75% a 5% ao ano, deixando ainda no radar mais uma possível alta ainda em 2023.

O CDI em março ultrapassou a casa de 1% e teve alta de 1,17%. Já os ativos de risco no Brasil tiveram outro mês de performance negativa, com o Ibovespa tendo retorno de -2,91%. Por outro lado, o S&P 500, índice de ações americano, recuperou parte da perda de fevereiro e em março teve variação positiva de 0,97%, enquanto o dólar devolveu seus ganhos, performando negativamente em 2,45%. As criptomoedas mais negociadas no mundo, Bitcoin e Ethereum, tiveram rentabilidade de 20,10% e 10,68%, respectivamente.

Neste cenário, se destacaram fundos com alocações menores em ativos de risco e posições menos direcionais, além de posições apostando no fechamento das curvas de juros.

Melhores fundos multimercado

Confira a seguir os dez fundos multimercados com as maiores altas em março.

A ARX Investimentos, gestora do fundo ARX Macro e ARX Extra, que obtiveram rentabilidade de 4,58% e 3,46% e lideraram nosso ranking no mês de fevereiro, comenta:

"O ARX Macro FIC FIM é o nosso fundo multimercado macro clássico e rendeu 4,58% em março, enquanto o ARX Extra FIC FIM, que combina a estratégia macro com uma carteira long short, apresentou rentabilidade de 3,46% no mesmo período.

As principais contribuições para os resultados foram as posições aplicadas na curva de juros nominal local e vendidas em bolsa internacional.

No cenário doméstico, observamos que os preços dos ativos reagiram com algum estresse ao longo do mês e a proposta de novo arcabouço fiscal divulgada pelo governo para substituir o teto de gastos, ainda que tenha recebido diversas críticas do mercado, afastou cenários mais pessimistas e trouxe alívio aos mercados de juros.

No mercado internacional, a rápida atuação dos formuladores de política pública nos Estados Unidos e na Suíça foi de suma importância para a estabilização dos ativos financeiros internacionais após a corrida bancária no Silicon Valley Bank seguida pelo colapso do Credit Suisse.

Diante de um ambiente bastante volátil, a equipe de gestão dos fundos ARX Macro FIC FIM e ARX Extra FIC FIM optou por uma estratégia com viés mais tático, procurando aproveitar as assimetrias de preços e manter exposições menores nos momentos de mais estresse, com o intuito de preservar uma maior flexibilidade em um cenário com alto grau de incerteza."

Segue comentário da NEO Investimentos sobre seu fundo multimercado NEO Multi Estratégia 30:

"O fundo teve rentabilidade de 2,5% em março. Perdemos 0,54% em ações, sendo praticamente toda a perda em operações de long-short em diferentes setores. Na estratégia de juros local ganhamos 2,14%, principalmente em operações compradas em inclinação na parte longa da curva. Na parcela de operações internacionais ganhamos 0,02%.

Hoje temos aproximadamente 3% do portfólio comprado em ações, concentrado nos setores de shoppings e financeiro. Em long-short temos posições em vários setores. Na estratégia de juros no Brasil temos operação de venda de inclinação na parte intermediária da curva e compra de inclinação na parte longa. Temos também uma operação de venda de inflação implícita entre os anos 2023 e 2024. Na estratégia de juros internacional e moedas temos um portfólio bastante diversificado, apostando principalmente em operações relativas entre juros e moedas e posições de diferencial de juros entre diferentes países.

A falência de alguns bancos nos EUA mostrou um dos setores da economia americana que devem ser impactados pelo forte ciclo de alta de juros. Nossa visão é que este não será o único setor. Nossa expectativa, porém, era que os questionamentos sobre a capacidade da economia americana (e global) continuar crescendo com taxas de juros altas aconteceria no segundo semestre.

O fato de as fragilidades da economia já estarem aparecendo farão os Bancos Centrais serem mais cautelosos nas próximas altas de juros. Porém, como os índices de inflação ainda estão muito altos, não existe a possibilidade de cortar juros de forma preventiva.

Portanto, os mercados podem sofrer bastante em um cenário de desaceleração mais forte de atividade nos EUA e no mundo. No Brasil, o anúncio do novo arcabouço fiscal pouco influenciou preços de mercado. Nossa visão é que o arcabouço depende de premissas muito otimistas para conseguir estabilizar a relação dívida/PIB. Assim, os fundamentos do cenário econômico brasileiro continuam muito frágeis."

Melhores fundos de renda fixa

Confira abaixo os melhores fundos de renda fixa no mês de março.

Para o fundo MAG Inflação Alocação Dinâmica, o gestor compartilha o seguinte comentário sobre o bom desempenho em março:

"Lançado em 2011, o fundo MAG Inflação Alocação Dinâmica busca superar o IMA-B e, para atingir esse objetivo, procura assumir de forma tática pequenas "assimetrias" em relação ao índice de referência, escolhendo os melhores vértices dentre os diversos vencimentos de NTN-B que compõem o IMA-B, mas sem perder o "tracking" para o benchmark.

Dispomos de um time macroeconômico próprio, com especialistas focados em inflação, que nos permite analisar os dados econômicos com alto grau de detalhamento e desenvolver nossas próprias projeções. Desta forma, com nossas estimativas de curto prazo, construímos nossas estimativas de médio e longo prazo, para inferir onde há oportunidades e distorções no mercado.

A geração de alpha é feita através de (i) Descasamento de duration ; (ii) Estratégias de inclinação de curva; (iii) Estratégias de valor relativo (intragrupos); (iv) Aumento/redução de exposição à inflação; e (v) operações direcionais táticas empregando futuros e opções.

Recentemente diversos eventos aumentaram o grau de incerteza sobre as principais economias e a atuação dos Bancos Centrais pelo mundo. A crise do setor bancário nos EUA e Europa trouxe ainda mais volatilidade para os ativos de risco, promovendo uma mudança na estratégia do FED em relação à política monetária mesmo em um ambiente de pressão inflacionária e mercado de trabalho aquecido.

No Brasil, após o BCB ratificar o seu compromisso com o processo de desinflação, o mercado de juros sofreu significativo ajuste principalmente nos vértices mais curtos, reduzindo as inclinações tanto na curva de juro nominal quanto real.

E ainda, a apresentação do novo arcabouço fiscal trouxe alívio momentâneo e, após análises preliminares, muitas dúvidas permanecem em relação à sustentabilidade da dívida.

Dado o aumento de volatilidade e redução da liquidez promovidos por estes eventos, optamos por alocações mais conservadoras e alinhadas com a duration do bechmark no mercado de juros reais enquanto priorizamos operações táticas na curva de juros nominais cuja liquidez e assimetrias seguem mais favoráveis."

Segue comentário do BNP Paribas sobre seu fundo de renda fixa BNP Paribas Debêntures Incentivadas:

"O Fundo BNP Debêntures Incentivadas Infra tem como estratégia investir em ativos emitidos por empresas do setor de infraestrutura como construção de estradas, saneamento básico, geração de energia renovável e linhas de transmissão energética. Buscando superar a variação do IMA-B5 no longo prazo.

Além disso, o fundo adota o objetivo de Investimento Sustentável que visa a mitigação das mudanças climáticas através da integração de fatores Ambiental, Social e Governança (ASG ou em inglês, ESG) nas decisões de investimento e desinvestimento.

O processo e filosofia de investimento da BNP Paribas Asset Management em Crédito Privado é focado na consistência de retorno baseada em profunda análise de crédito dos ativos que sejam compatíveis com os critérios proprietários e métricas ASG.

Em relação a performance do mês de março de 2023, o fundo BNP Debêntures Incentivadas Infra apresentou retorno positivo de 1,73%, versus 1,52% do Benchmark IMA-B5 e 1,17% do CDI.

Foi um mês de boa recuperação depois de meses consecutivos de abertura de prêmio de crédito dessa classe de ativos.

O investidor pessoa física, principal foco desse produto devido a isenção fiscal, passou por um longo período de troca de ativos indexados ao IPCA (juros real) para ativos indexados ao CDI.

Esse movimento provocou forte abertura dos prêmios de crédito, que chegaram a alcançar patamares próximos a 180bps acima da NTN-B (títulos públicos indexados ao IPCA).

A partir desse ponto o mecanismo de reequilíbrio de preços passou a funcionar e os prêmios de crédito estabilizaram em patamares atrativos.

Portanto, a rentabilidade do mês de março sintetizou esse movimento específico de estabilização do mercado de debêntures incentivadas e o fechamento da curva de juros real.

Hoje nosso fundo apresenta um carregamento médio de IPCA + 7,15% para uma carteira de 2,8 anos de prazo médio.

Mantemos uma estratégia mais de curto prazo para o fundo justificada pelos riscos percebidos: a incerteza sobre o novo arcabouço da política fiscal brasileira, o aperto monetário nos mercados desenvolvidos, a inflação global e local e a continuidade do risco de choque recessivo e inflacionário originado pelo conflito na Ucrânia.

Vale reforçar que consideramos esta estratégia vencedora em horizontes de investimento de mais longo versus o custo de oportunidade do investidor pessoa física, o CDI."

Conheça aqui os fundos disponíveis do PagBank.

Os fundos foram classificados utilizando metodologia interna do PagBank usando dados de mercado fornecidos pela Quantum Finance e foram considerados fundos para investidores em geral de gestão ativa, abertos para captação, com mais de R$ 50 milhões de patrimônio líquido, investimento mínimo até R$ 5.000, mais de 100 cotistas e existentes há mais de um ano.

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