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Após bitcoin subir 419%, outras moedas digitais podem seguir mesmo caminho?

Vinícius Pereira

Colaboração para o UOL, em São Paulo

12/04/2021 04h00

Após o bitcoin subir mais de 419% no ano passado, considerando valores em dólar, investidores voltaram a olhar as moedas digitais em busca de uma alta rentabilidade. Afinal, com uma taxa básica de juros (Selic) a 2,75% ao ano, ganhar cerca de 150 vezes esse valor é tentador.

Mas, como nada pode subir para sempre, a forte alta da criptomoeda já preocupa investidores, que preferem ficar de fora desse investimento. Assim, outras moedas digitais como bitcoin cash, ethereum ou tether passaram a chamar a atenção e a pergunta é se elas podem repetir o desempenho da "prima" mais famosa.

Confira o que disseram os especialistas.

Altas generalizadas são possíveis?

Especialistas ouvidos pelo UOL afirmam que, apesar da tentação de altas expressivas, não há garantia de que essas outras moedas digitais possam disparar para além do bitcoin, que representa cerca de 70% do mercado e serve como referência às demais.

"No mercado de criptomoedas não existe uma regra que prevê que toda vez que o bitcoin subir, todas [as outras criptomoedas] sobem, mas é uma tendência. Se você pegar a ethereum, ela subiu mais ou menos na proporção do bitcoin", disse Fabrizio Gueratto, especialista em investimentos. Em 2020, a ethereum se valorizou mais que o bitcoin e subiu, em dólar, cerca de 470%.

Para Ricardo Dantas, CEO da corretora Foxbit, para saber se há possibilidade de valorização em outra criptomoeda, é necessário que o investidor entenda a tecnologia por trás daquele ativo e se essa tecnologia pode se valorizar no futuro.

"As criptomoedas representam algum conceito por trás. A etherium, a segunda maior em volume hoje, representa uma tecnologia de contratos inteligentes que tem um potencial muito grande de valorização no futuro, a meu ver", disse Dantas.

"Tanto no movimento de subida como no de descida, as outras criptomoedas acompanham o bitcoin. Mas, para além disso, elas também possuem valorizações independentes sempre que descobrem novas aplicações ou novos projetos, por exemplo", completou.

Aplicações e projetos representam, basicamente, o uso das criptomoedas. O bitcoin cash, por exemplo, é uma divisão do bitcoin e permite transações mais rápidas e menos custosas. A moeda subiu em dólar 72% em 2020. A tether, por sua vez, também citada como uma das mais representativas, se manteve praticamente estável no ano passado, e promete ter lastro em dólar e ser uma opção para transferências entre sistemas.

Criptomoedas podem compor carteira de investimentos

Quem ainda não se arrisca em investir em criptomoedas pode levar em consideração ter uma pequena parte do patrimônio nessa classe de ativos.

De acordo com Virgílio Lage, assessor de investimentos da Valor Investimentos, mesmo quem possui perfil de risco agressivo, não deve ter mais de 10% do patrimônio em moedas digitais.

"Para o perfil agressivo, o ideal é entre 5% a 10% do capital. Para o investidor com perfil moderado e conservador, entre 1% a 5% no máximo. Antigamente, a alocação poderia ser um pouco maior no início, mas com um movimento tão expressivo, não faz tanto sentido a pessoa colocar muito do capital dela no bitcoin ou em outra criptomoeda", disse.

Segundo Ricardo Dantas, da Foxbit, quem busca comprar uma moeda digital ainda desconhecida e aguardar uma valorização semelhante a do bitcoin no último ano precisa tomar cuidado, já que boa parte delas pode desaparecer.

"O mercado das criptomoedas ainda está em maturidade e, dos cerca de quatro mil ativos, ao menos metade disso não vai vingar", afirmou.

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