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Quem investiu R$ 1.000 em Magalu há 10 anos tem R$ 40 mil; veja mais casos

Vinícius Pereira

Colaboração para o UOL, em São Paulo

17/05/2021 04h00

Comprar uma ação e ver o patrimônio investido se multiplicar muitas vezes é possível na Bolsa de Valores, mas requer conhecimento sobre as empresas listadas. Há dez anos, quem comprou R$ 1.000 em papéis do Magazine Luiza e não se desfez do investimento, por exemplo, possui atualmente cerca de R$ 40.170, após uma alta de quase 4.000%. No mesmo período, o Ibovespa, principal índice da Bolsa, acumulou uma valorização de 87,91%.

"Teoricamente, todas as empresas da Bolsa podem ter o desempenho igual ao do Magalu, mas nem todas conseguem. O que temos que ver é se o atual preço da ação está com um nível de desconto que o Magalu teve lá atrás. Esse trabalho de pesquisa, de quase um garimpo, tem que ser feito pelo investidor enquanto ele estuda a fundo a empresa", afirma Rodrigo Moliterno, chefe de renda variável da Veedha Investimentos.

De fato, embora o Magazine Luiza seja o grande exemplo de valorização na Bolsa brasileira, existem outras empresas cujas ações apresentaram altas expressivas em 10 anos. A pedido do UOL, a consultoria Economatica levantou algumas das maiores altas dos últimos dez anos na Bolsa para responder quanto você teria se tivesse investido nelas lá atrás. Confira, e entenda como encontrar novas oportunidades para o longo prazo, segundo especialistas.

Quanto renderam R$ 1.000 em 10 anos?

Confira abaixo a valorização, em 10 anos, das ações do Magazine Luiza, Lojas Renner, Raia Drogasil, Localiza, Alpargatas (Havaianas), Portobello e Klabin, e quanto renderam R$ 1.000 nesse período.

Como encontrar novas ações?

Para quem deseja buscar ações que tenham um desempenho muito superior à média, especialistas ouvidos pelo UOL recomendam muito estudo e cautela.

Para Filipe Ferreira, diretor da Comdinheiro, o investidor iniciante tem que entender que não irá ficar rico rapidamente e que é preciso estudar os fundamentos da companhia antes de decidir por comprar ações.

Ao escolher uma empresa, o investidor deve pensar em virar sócio dela. A primeira coisa, portanto, é ver quem está por trás dessa empresa. Vale a pena olhar as que estão no mercado há um certo tempo, se elas têm lucro nos últimos tempos, se o valor de mercado é coerente com isso também.
Filipe Ferreira

Para o especialista, o investidor deve se preocupar mais em possuir uma carteira de investimentos equilibrada do que em acertar uma ação específica que suba além da média.

O investidor não tem que se preocupar em acertar o olho da mosca. Ele tem que se preocupar em buscar uma carteira consistente, com um nível médio de retorno, pois os juros compostos vão fazer um bom trabalho. Uma carteira consistente, que renda 10% ao ano ao longo de 20 anos, é melhor
que uma carteira oscilante, que renda muito em apenas um ano.
Filipe Ferreira

Lição para os investidores: o passado não reflete o futuro

Outro ponto importante é que, apesar de as empresas citadas terem acumulado altas expressivas no passado, não há garantia alguma de que as ações devam repetir o desempenho daqui para frente.

Quando vamos comprar ações, não podemos olhar a rentabilidade passada porque não faz mais sentido hoje. Ela serve de balizador. Aos investidores iniciantes, recomendamos fazer a diversificação.
Bruna Marcelino, estrategista-chefe da Necton

Além disso, para Ferreira, o investidor também deve ter cautela em ações que sobem muito e começam a ser mais comentadas pelos agentes do mercado e investidores em geral.

Quando uma ação se torna popular, começa a ter muita gente comentando, muito ruído, o que pode aumentar os preços, com a demanda e oferta, e não refletir exatamente o que a empresa esteja entregando.
Filipe Ferreira

Setores que podem trazer oportunidades

De acordo com Moliterno, da Veedha, apesar da dificuldade de encontrar empresas com alto crescimento, como o Magazine Luiza, há companhias listadas na Bolsa que podem surfar um novo ciclo de alta.

No setor de Mineração, a CSN Mineração, por exemplo, acho que tem um grande potencial por conta da demanda do minério de ferro. As empresas de saúde ainda têm um grande potencial para subir, não sei se serão uma nova Magalu, mas há a possibilidade desses setores desempenharem bem.
Rodrigo Moliterno, da Veedha Investimentos

para Bruna Marcelino, da Necton, setores beneficiados com o retorno das atividades após a pandemia da covid-19, como o aéreo e o de turismo, podem experimentar um novo ciclo de alta.

Achei muito interessante o que ouvi sobre o setores do 'sai de casa'. Há empresas com lojas físicas, do setor de turismo e aéreas, que sofreram muito na pandemia. Uma que chama a atenção, por exemplo, é a Time For Fun, empresa de eventos que está muito descontada.
Bruna Marcelino, da Necton

Este material não é um relatório de análise, recomendação de investimento ou oferta de valor mobiliário. Este conteúdo é de responsabilidade do corpo jornalístico do UOL Economia, que possui liberdade editorial. Quaisquer opiniões de especialistas credenciados eventualmente utilizadas como amparo à matéria refletem exclusivamente as opiniões pessoais desses especialistas e foram elaboradas de forma independente do Universo Online S.A.. Este material tem objetivo informativo e não tem a finalidade de assegurar a existência de garantia de resultados futuros ou a isenção de riscos. Os produtos de investimentos mencionados podem não ser adequados para todos os perfis de investidores, sendo importante o preenchimento do questionário de suitability para identificação de produtos adequados ao seu perfil, bem como a consulta de especialistas de confiança antes de qualquer investimento. Rentabilidade passada não representa garantia de rentabilidade futura e não está isenta de tributação. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, a depender de condições de mercado, podendo resultar em perdas. O Universo Online S.A. se exime de toda e qualquer responsabilidade por eventuais prejuízos que venham a decorrer da utilização deste material.