Quer conseguir 'medalha', mas sem disputar Olimpíadas? Veja onde investir
Para um atleta, conquistar uma medalha durante uma Olimpíada é a recompensa por anos de preparação. Mas além do título e da aclamação, ele também volta para casa com o bolso cheio. É que os medalhistas recebem uma recompensa em dinheiro do COB (Comitê Olímpico Brasileiro), de acordo com a posição no pódio, que vai de R$ 100 mil (bronze) até R$ 250 mil (ouro) para atletas em modalidades individuais.
Quer saber como juntar esses valores até a próxima Olimpíada, a de Paris de 2024? Simulações feitas por planejadores financeiros consultados pelo UOL mostram o quanto você deve economizar mensalmente e onde aplicar o dinheiro para ganhar a bolada de um medalhista olímpico brasileiro em três anos. Veja abaixo.
Investidor precisa de dedicação de atleta
Assim como os atletas passam por um treinamento pesado para conquistar uma medalha em uma Olimpíada, o investidor também vai precisar se esforçar para economizar uma quantidade razoável de dinheiro por mês.
Para ganhar tanto quanto um medalhista em três anos, é preciso aplicar pelo menos R$ 2.654 mensalmente — isso se o seu objetivo for o bronze. Para o ouro, os aportes são maiores e chegam a R$ 6.802.
A simulação foi feita pelo planejador financeiro Andrés Montano, e considerou três tipos de investimentos bem conservadores.
O primeiro cenário considerou uma aplicação em um título de renda fixa pós-fixado (Tesouro Selic, CDB), que paga 100% do CDI, taxa que acompanha os juros da economia. Hoje, essa taxa está em 4,25% ao ano. Contudo, a expectativa é que a Selic suba a 7% ao ano até o fim de 2021 e para 2022, e fique em 6,5% em 2023 e 2024, segundo o Boletim Focus. Portanto, para a simulação, o especialista considerou uma taxa de 6,5% ao ano.
No segundo e terceiro cenários, Montano levou em conta dois fundos de renda fixa: um que paga 117% do CDI e outro 125% —ambos ativos que são possíveis de serem encontrados nas corretoras.
Para os três casos, o planejador financeiro levou em conta um índice de inflação de 5% ao ano, que é descontado do rendimento dos ativos. Veja o quanto é necessário investir todo mês para ter o equivalente à premiação dos medalhistas brasileiros em três anos.
Investindo em Tesouro e CDBs que pagam 100% do CDI, quanto você teria de investir todo mês para ter o valor das medalhas:
- Ouro (R$ 250 mil): R$ 6.802
- Prata (R$ 150 mil): R$ 4.081
- Bronze (R$ 100 mil): R$ 2.721
Investindo em fundos que pagam 117% do CDI, quanto você teria de investir todo mês para ter o valor das medalhas:
- Ouro (R$ 250 mil): R$ 6.685
- Prata (R$ 150 mil): R$ 4.011
- Bronze (R$ 100 mil): R$ 2.674
Investindo em fundos que pagam 125% do CDI, quanto você teria de investir todo mês para ter o valor das medalhas:
- Ouro (R$ 250 mil): R$ 6.635
- Prata (R$ 150 mil): R$ 3.981
- Bronze (R$ 100 mil): R$ 2.654
O valor das parcelas, dentro de cada objetivo, não é muito diferente de um investimento para o outro. Isso acontece porque as rentabilidades das aplicações são parecidas. Mas até a próxima Olimpíada, o investidor vai ter colocado menos dinheiro na aplicação que oferece maior retorno.
"Dá uma diferença bem pequena na parcela, mas após três anos, ela é mais razoável. Quem tinha, por exemplo, o bronze como objetivo e escolheu o fundo que paga 125% do CDI, desembolsou R$ 2.400 a menos do que o investidor que aplicou no título pós-fixado", afirma Andrés Montano.
O que é preciso para estar no pódio?
O planejador financeiro Jaques Cohen explica que não é todo mundo que precisa economizar tanto dinheiro mensalmente para ganhar o equivalente a um medalhista.
"Não dá para tirar o contexto do investidor. Todo investimento que ele faz tem que estar alinhado ao seu perfil, seus objetivos e ao horizonte de investimento que ele tem", afirma Cohen.
Ele lembra que a reserva de emergência não pode ficar imobilizada em investimentos que não tenham liquidez diária. Essas economias devem cobrir de seis meses a um ano de despesas e o ideal é que estejam numa aplicação que permita retiradas diárias.
"Também não adianta sair da poupança para um fundo que cobra 1% de taxa de administração, pois o retorno pode ser pior", diz Cohen, se referindo ao valor cobrado pelos gestores de fundos.
Para identificar oportunidades com maior rendimento, o investidor deve pesquisar. "É importante garimpar títulos, você sempre consegue boas diferenças, mas precisa sempre estar de olho na qualidade do emissor do papel", afirma o planejador financeiro.
Além disso, é possível conseguir diminuir os valores mensais de aportes, se o investidor conseguir retornos melhores nos investimentos. Para isso, portanto, ele vai precisar se arriscar mais, indo para a renda variável. Os especialistas recomendam, porém, que o investidor entenda o seu perfil de risco antes de apostar em ações e fundos que podem entregar um retorno melhor, mas são mais arriscados.
Este material não é um relatório de análise, recomendação de investimento ou oferta de valor mobiliário. Este conteúdo é de responsabilidade do corpo jornalístico do UOL Economia, que possui liberdade editorial. Quaisquer opiniões de especialistas credenciados eventualmente utilizadas como amparo à matéria refletem exclusivamente as opiniões pessoais desses especialistas e foram elaboradas de forma independente do Universo Online S.A.. Este material tem objetivo informativo e não tem a finalidade de assegurar a existência de garantia de resultados futuros ou a isenção de riscos. Os produtos de investimentos mencionados podem não ser adequados para todos os perfis de investidores, sendo importante o preenchimento do questionário de suitability para identificação de produtos adequados ao seu perfil, bem como a consulta de especialistas de confiança antes de qualquer investimento. Rentabilidade passada não representa garantia de rentabilidade futura e não está isenta de tributação. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, a depender de condições de mercado, podendo resultar em perdas. O Universo Online S.A. se exime de toda e qualquer responsabilidade por eventuais prejuízos que venham a decorrer da utilização deste material.
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