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Como ganhar dinheiro com dólar? Analista da Empiricus mostra o que ela faz

Raphael Coraccini

Colaboração para o UOL, em São Paulo

24/09/2021 04h00

Diante da desvalorização do real e do avanço da inflação, proteger o capital em dólar pode ser uma boa saída, diz Laís Costa, analista de investimentos da Empiricus. Mas a especialista, que participou do Guia do Investidor UOL, diz que, independentemente da situação do câmbio hoje, é sempre aconselhável usar a moeda norte-americana para proteger o patrimônio.

Desde 2018, quando Laís começou a investir, o dólar saltou de R$ 3,17 para a casa dos R$ 5,30 —cotação da última quinta-feira —, uma valorização de mais de 166% em três anos e sete meses, o que garantiu a ela ganhos importantes. Isso sem contar a valorização das próprias empresas no exterior. Veja abaixo como Laís usa o dólar para melhorar a rentabilidade dos seus investimentos.

Por que investir em dólar?

A analista da Empiricus tem praticamente 90% do seu patrimônio em dólar e aconselha o investidor a usar a moeda norte-americana para diversificar os seus investimentos e fugir das frequentes oscilações da economia brasileira.

"Eu sempre aconselho pensar no dólar. É um tabu ainda para o brasileiro porque ele tem todas as suas despesas e receitas em real e acaba se distraindo da necessidade de ter uma diversificação também em moedas", afirma.

Ela ressalta que o dólar permite que o brasileiro fuja do crescimento da inflação.

"Eu acho muito importante (o investimento em dólar) pelo histórico inflacionário brasileiro, que leva à depreciação da moeda no longo prazo", diz. Já o impacto da inflação norte-americana sobre a moeda local tende a ser menor.

Hoje, mesmo entre os investimentos que Laís mantém no Brasil, ela separa uma parte para diversificar em investimentos globais. Cerca de 20% do que ela tem no país é investido em ativos internacionais.

Títulos brasileiros em dólar melhoram rentabilidade

Na primeira metade da década passada, a analista da Empiricus foi estudar nos Estados Unidos e comprou US$ 1.000 com um câmbio a R$ 2,03. "Eu nunca gastei esse dinheiro e deixei na conta".

Em 2018, com esse mesmo capital, ela investiu em seus primeiros bonds — títulos de dívidas de empresas brasileiras no exterior. No Brasil, títulos semelhantes são os do Tesouro Direto (dívida do governo) e as debêntures (dívida de empresas privadas). É como se Laís tivesse comprado debêntures, mas nos Estados Unidos.

Entretanto, contar apenas com a valorização do dólar não garante bons resultados. É preciso investir em bons papéis para também ganhar com a valorização das empresas. No caso de Laís, ela investiu em títulos de dívidas de empresas como Vale e Banco do Brasil e conseguiu rentabilidade média de 11% ao ano com essas empresas.

O investidor brasileiro também pode investir nesses títulos estrangeiros, se tiver uma conta em corretora internacional.

ADRs também são alternativa

O sucesso também aconteceu na compra de certificados de ações brasileiras nos Estados Unidos (ADRs). Laís recebia seu salário em dólar e investia em papéis brasileiros com a moeda norte-americana, o que fez toda diferença na sua rentabilidade.

O câmbio fez com que Laís alcançasse uma rentabilidade de 60% sobre o valor investido em ADRs em apenas 10 meses. Na média, ela alcançou rentabilidade de 8% com suas ações nesse período, com destaque para a Vale, que rendeu 25%, mas o grande ganho foi no câmbio.

O investidor brasileiro só tem acesso às ADRs se tiver conta em corretoras estrangeiras e o investimento é em dólar.

Uma alternativa para se expor ao dólar, sem sair do Brasil, é investir em ETFs de mercados globais que já existem na Bolsa brasileira ou mesmo em BDRs, que são certificados de ações estrangeiras, que têm capital aberto nos Estados Unidos.

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