'Família pode travar quem está começando a investir', diz Gustavo Cerbasi
Novos investidores podem se deparar com diversos desafios ao começar a aplicar o dinheiro. Em muitas situações, as adversidades podem estar dentro de casa, segundo Gustavo Cerbasi, professor de finanças e maior referência em educação financeira no Brasil. "A família pode e provavelmente irá travar aquele que está começando nos investimentos", diz.
Sem perceber, a mãe, o pai, o tio, o irmão podem desestimular quem começa a se preocupar com finanças e investimentos. E frases como "isso é muito difícil", "mas isso é para gente rica", "você precisa viver o hoje" começam a pipocar dentro de casa. No Guia do Investidor UOL, Cerbasi explicou como fazer para ter os familiares como aliados na hora de investir. Veja abaixo as dicas do especialista.
Novidades geram desconfiança na família
Um dos motivos pelos quais a família pode travar qualquer tentativa de investimento é a desconfiança com a novidade, segundo Cerbasi. Informações sobre investimentos podem, num primeiro momento, assustar quem não estava acostumado a falar ou ouvir sobre o assunto.
"Para a família é como se o filho que está trazendo a novidade estivesse indo para Las Vegas jogar num cassino, pois os demais não conhecem ainda o tema e acreditam que a pessoa que está falando de determinado investimento está se desviando do trabalho, da carreira para se dedicar ao jogo", diz Cerbasi.
...e também ciúmes
Além da desconfiança, de acordo com Cerbasi, manter o foco para aprofundar os conhecimentos sobre o mercado financeiro também pode gerar "ciúmes" dentro de casa.
"Um marido ou esposa pode achar que é um hobby, uma brincadeira e que o ato de investir roubará o tempo dos filhos e do trabalho", diz.
O educador financeiro salienta que todos esses cenários podem ser naturais e esperados num primeiro momento, e funcionam como um escudo de proteção a tudo o que é diferente e novo.
Como tornar a família uma aliada
De acordo com Cerbasi, para contar com a família como aliada na hora de investir não é preciso convencê-la a pensar como investidor também. A dica do especialista para quem está passando por uma situação semelhante é simples: "Comece compartilhando os planos, mostre o que você está estudando e o resultado dos investimentos, não apenas as oportunidades."
Para ele, apenas quando família consegue ter confiança sobre o investimento, ela conseguirá apoiar as decisões de aplicação.
Contar para a família, por exemplo, que um investimento, como criptomoedas, chegou a US$ 60 mil, caiu para os US$ 30 mil e voltou a subir para os US$ 50 mil, pode gerar muita ansiedade e ainda mais desconfiança.
A ideia, segundo o especialista, não é esconder a informação sobre a alta volatilidade, mas mostrar para a família que você está estudando o assunto e há um cenário muito otimista e muito pessimista.
"Mostre que dentro dessa faixa de cenários, há um certo conforto para tomar decisões e que uma pequena parte do investimento será colocada para especular, protegendo a maior parte do valor [em investimentos mais seguros]", afirma.
Família precisa se sentir parte do projeto
Segundo Cerbasi, ter a família como aliada vai além de convencer sobre investimentos ou cortes de gastos, por exemplo. De acordo com ele, é preciso envolver todos os membros para que cada um sinta que é parte de um projeto e para que, juntos, possam desenhar o que desejam construir com o resultado de determinado investimento.
"Um plano para viajar mais, comprar uma casa de campo ou uma festa de aniversário para um filho são coisas que fazem a família prestar atenção e querer ir junto", diz.
A ideia, diz, é envolver a família em um objetivo em comum, em que todo mundo ganha.
Cerbasi ainda alerta que comentários receosos de alguém da família, com dúvidas sobre o risco de algum investimento, por exemplo, é bom sinal. Mostra que há interesse e que a família está envolvida no projeto.
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