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Magalu: com prejuízo de R$ 98 milhões, ainda vale investir em ações?

Lu, avatar do Magazine Luiza - Reprodução
Lu, avatar do Magazine Luiza Imagem: Reprodução

Lílian Cunha

Colaboração para o UOL, em São Paulo

17/05/2022 13h19

Em um ano, a queda acumulada no valor das ações do Magazine Luiza (MGLU3) é intensa: 76% de desvalorização. Do início de 2022 até agora, o acumulado é negativo em 34%. Os resultados do primeiro trimestre, divulgados nesta segunda-feira (16), também não foram bons: o Magalu teve prejuízo de R$ 98 milhões no período.

Hoje (17) os papéis da varejista estavam entre as maiores quedas na Bolsa de Valores brasileira (B3) pela manhã. Às 12h (horário de Brasília) as ações caíam 4,04%, a R$ 4,27 cada. Desde quando abriu o capital, em 2011, a Magalu teve alta de 760%. Mas a curva se inverteu desde o meio do ano passado, quando os ativos começaram a despencar.

O que tem levado à queda das ações do Magazine Luiza (MGLU3)? Ainda vale investir na empresa? Confira abaixo o que dizem os especialistas consultados pelo UOL.

Assim como outras empresas de comércio físico e eletrônico, o Magalu, como é popularmente chamado, registrou crescimento no faturamento do primeiro trimestre deste ano, mas não chegou a ter lucro.

As vendas tiveram uma alta de 13% em comparação ao mesmo período de 2021, chegando a R$ 14 bilhões. Mesmo assim, o prejuízo líquido foi influenciado pelo aumento da inflação e de custos que incidem sobre os produtos.

Em relação à rentabilidade, a geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) foi de R$ 424 milhões no trimestre, avanço 2% em relação ao resultado de 12 meses atrás.

"Foi um resultado financeiro fraco em um cenário de curto prazo ainda desafiador com taxa de juros pressionando as margens, custos e despesas", diz Regis Chinchila, analista da Terra Investimentos.

Vale a pena comprar ação da Magalu?

Chinchila ainda recomenda a compra da ação do Magazine Luiza (MGLU3). Para o especialista, o comércio eletrônico da empresa é um ponto positivo, além da recuperação de lojas físicas após restrições de isolamento devido à pandemia de covid-19.

"O desafio da empresa é aumentar suas margens e melhorar os custos da operação sem parar de crescer na distribuição. E tudo isso passa pela retomada da economia brasileira e melhora do consumo do mercado interno", afirma o analista.

Para o BTG, a lucratividade do Magazine Luiza tem melhorado gradualmente.

"A maior participação do e-commerce nas vendas (72% agora em relação aos 70% no primeiro trimestre de 2021) foi compensada por maiores vendas de serviços (39% de alta na comparação anual) e aumentos de preços, levando a margem bruta a crescer", diz o banco, em relatório sobre a empresa.

Por isso, o BTG ainda acredita no papel e também recomenda a aquisição da ação, com preço-alvo de R$ 16.

O Safra também aposta em compra, acreditando que a dona dos sites Zattini e Netshoes continua a ganhar participação de mercado e se beneficiar de aquisições mais antigas.

Magalu vai voltar a brilhar como antes?

Em 2019 a ação da varejista era a mais valorizada de todas. A MGLU3, que custava R$ 0,03 no final de 2015, passou a R$ 27,42 cinco anos depois — o que representa uma valorização de 91.300%.

Dificilmente esses tempos vão voltar. Isso porque, segundo Lívia Rodrigues, analista de pesquisa da Ativa Investimentos, o mundo mudou. Antes não tínhamos concorrência de gigantes asiáticos como Shopee, Alibaba e a americana Amazon.

"Esses rivais são muito capitalizados. Eles têm dinheiro para queimar caixa em busca e troca de ganhar percentual de mercado no Brasil", diz Lívia. E o Magalu, para enfrentar essa briga, precisaria investir mais no negócio.

Outra coisa que complica o cenário da varejista brasileira é a deterioração do cenário econômico, graças à inflação. Isso fica claro, segundo a analista, quando se olha para o desempenho das lojas físicas.

"Em março de 2021 a gente teve fechamento de lojas por causa da covid, e mesmo na comparação com aquele momento fraco, as vendas no critério de comparação com as mesmas lojas da Magalu caíram 2,8%", declara.

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