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Natura sobe após troca em diretoria de RI; veja o que fazer com as ações

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Imagem: Divulgação

Lílian Cunha

Colaboração para o UOL, em São Paulo

03/06/2022 15h53

As ações da fabricante de cosméticos Natura (NTCO3) operavam em alta de 3,74% por volta das 15h45 desta sexta-feira (3), cotadas a R$ 17,75, liderando as altas na Bolsa. No acumulado do ano, porém, há desvalorização de 31,89%.

De acordo com Marcio Loréga, analista-chefe do PagBank, o que explica o avanço de hoje são mudanças anunciadas nesta semana na diretoria de Relações com Investidores (RI) da empresa, após informações sobre vazamento do resultado do primeiro trimestre.

"Isso, mais notícias de que o consumo está melhorando na Europa, de onde vem metade da receita da companhia, estão ajudando a ação a subir hoje" diz.

Entenda mais abaixo.

O que aconteceu?

Na terça-feira (31), a Natura anunciou a saída de Viviane Behar de Castro, diretora de Relação com Investidores há quase cinco anos, que renunciou ao cargo. Guilherme Castellan, atual diretor financeiro, vai acumular os dois postos.

A mudança acontece após o site Seu Dinheiro informar que a empresa fez reuniões com analistas de grandes bancos e corretoras e adiantou a eles informações sobre os resultados trimestrais, antes da divulgação oficial, em 5 de maio.

Procurada pelo UOL, a Natura confirmou o encontro com analistas, mas disse que não aconteceu vazamento de informações. A mudança no departamento, segundo a empresa, não teve a ver com a reunião.

Segundo Loréga, a expectativa do mercado agora é que, com as mudanças, a companhia volte aos trilhos.

O balanço do primeiro trimestre mostrou que a empresa teve prejuízo de R$ 643,1 milhões, mais de quatro vezes o prejuízo registrado no mesmo trimestre de 2021 (R$ 155,2 milhões).

O lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) caiu 38,1%, totalizando R$ 595,9 milhões. A receita líquida caiu 12,7%, chegando a R$ 8,253 bilhões, na comparação com o mesmo período do ano passado.

Sinais bons vindos da Europa

Além disso, hoje a agência de estatísticas da União Europeia divulgou que as vendas no varejo da zona do euro caíram muito mais do que o esperado em abril, devido ao declínio da confiança do consumidor entre as famílias e ao aumento da inflação.

Mas, na comparação anual, o volume de vendas no varejo em abril cresceu 3,9% —o que mostra uma recuperação.

Como a Natura é dona da marca de cosméticos e varejo The Body Shop, que tem forte presença na Europa, os números podem ajudar nos negócios da companhia. A Natura também é dona da Avon.

O que fazer com as ações?

Para o BTG Pactual, a Natura ainda é uma boa compra, com expectativa de preço de R$ 70.

Para a XP, o preço alvo é de R$ 40, com recomendação de compra.

O Goldman Sachs, porém, recomenda neutralidade: não comprar e não vender.

Veja a íntegra do posicionamento da Natura

Em nota ao UOL, a Natura afirmou que "nas interações com analistas, não foram compartilhados ou antecipados dados financeiros ou o resultado do trimestre.

Conforme manifestado no Fato Relevante de 21 de abril de 2022, contendo a manifestação oficial da companhia acerca dos rumores de mercado e matérias na mídia, a companhia entende que as informações divulgadas na mídia refletiram as inferências e projeções dos próprios analistas.

Reuniões com analistas e investidores são realizadas rotineiramente pela área de relações com investidores. Essas reuniões oferecem aos analistas a oportunidade de obter esclarecimentos que não são relevantes ou confidenciais, mas permitem a esses profissionais revisar seus próprios modelos de projeção e as premissas por eles utilizadas."

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