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Petrobras, Vale ou nenhuma delas? Quais as ações tradicionais para investir

Quer investir em ações tradicionais? Veja os setores que são opções seguras no momento - Getty Images
Quer investir em ações tradicionais? Veja os setores que são opções seguras no momento Imagem: Getty Images

Leandro Becker

Colaboração para o UOL, em São Paulo

13/08/2022 04h00

Opção tradicional no portfólio de investidores no Brasil, as ações de Petrobras e Vale são vistas com cautela por especialistas, especialmente no curto prazo. O motivo é um combo que envolve eleições no Brasil, incertezas na China e a oscilação no preço das commodities em meio à inflação e desaceleração das economias globais. Ou seja, o valor dessas ações pode sofrer.

É importante lembrar que ações estão sujeitas a muita variação mesmo sempre. Mas, diante desse cenário, analistas comentam algumas opções para tentar reduzir os riscos. Os setores elétrico, bancário e telefônico são alternativas a considerar no momento. Outra orientação é não apenas buscar empresas mais conhecidas, mas acompanhar a gestão e estar atento a indicadores-chave. Veja abaixo essas dicas.

Petrobras vai sofrer com eleições

Apesar de a ação ter valorizado 32,07% em 12 meses, de R$ 28,19 para R$ 37,23 (considerando o preço do fechamento do dia 9/8), a iminente disputa eleitoral e seus efeitos na gestão da estatal a partir de 2023 sugerem precaução em curto prazo.

Mudanças na lei das estatais, que protege as empresas de ingerências de governos, podem trazer incertezas, dizem analistas, o que sempre afeta os preços, afirma Pedro Serra, chefe de pesquisas da Ativa Investimentos.

No médio e longo prazo, porém, a visão é mais favorável para a Petrobras, por ser uma ação considerada barata e com potencial de lucro. Recentemente, a empresa anunciou que vai pagar R$ 87,8 bilhões em dividendos, o que é visto como sinal de que a empresa é sólida.

O cenário faz a corretora Órama projetar preço alvo de R$ 40,20 para as ações, um pouco abaixo do previsto por Ativa Investimentos (R$ 41) e Terra Investimentos (R$ 42).

Vale depende muito da China

A China, maior consumidora mundial de aço e um dos principais clientes no Brasil, está na mira dos investidores. O país aumentou as restrições internas para combater a pandemia da covid-19 e aumentou a tensão com Taiwan.

Nesse cenário, é melhor puxar o freio de mão nas ações da Vale, de acordo com especialistas. Em 12 meses (considerando o preço do dia 9/8), o preço das ações desvalorizou 35.8%, de R$ 109,01 para R$ 70. A instabilidade da cotação do minério de ferro é outro ponto de atenção.

Se você está disposto a esperar para receber retornos, no entanto, analistas mantêm a recomendação de compra para médio e longo prazo. Entre os fatores, estão preço interessante da ação, forte geração de caixa, expectativa do pagamento de dividendos e resiliência da companhia. Há alto potencial de valorização, desde que as coisas se resolvam na China", diz Regis Chinchila, analista da Terra Investimentos.

Enquanto a Ativa Investimentos trabalha com preço alvo de R$ 92,40 para a ação, a Órama projeta R$ 103,60 e a Terra Investimentos, R$ 115.

Que opções analistas consideram?

Apesar do risco de queda no preço das ações de Vale e Petrobras em 2023, a perspectiva é favorável em dez anos, dizem os especialistas. Mas, se o foco é ter pouca variação no preço das ações ou maior chance de ganhar, o ideal é buscar empresas grandes, com menor risco potencial e que dão lucros recorrentes, afirma Phil Soares, chefe de análise de ações da Órama.

Para tentar reduzir os riscos, analistas recomendam papéis como os dos setores elétrico (Eletrobras, Equatorial e Engie), telefônico (Vivo e TIM), bancário (Bradesco e Itaú) e de rodovias (CCR). Isso porque esses setores têm um crescimento mais previsível e ganhos mais garantidos. Afinal, as pessoas vão continuar usando energia, telefone, bancos e estradas, não importa os rumos da economia. Por isso, os ganhos para o acionista são mais previsíveis.

Outras ações consideradas pelos especialistas são Ambev, Vibra Energia, Minerva, MDias Branco e Wilson Sons.

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