Logo Pagbenk Seu dinheiro rende mais
Topo

Dia das Crianças: quais os melhores investimentos para o futuro dos filhos?

Como guardar dinheiro para o meu filho? Leia dicas no UOL Economia - Getty
Como guardar dinheiro para o meu filho? Leia dicas no UOL Economia Imagem: Getty

Weudson Ribeiro

Colaboração para o UOL, em Brasília

12/10/2022 04h00

Como você imagina os seus filhos em 10 ou 20 anos? Uma boa faculdade, o emprego dos sonhos ou simplesmente a tão sonhada estabilidade financeira: seja qual for a meta, o futuro dos pequenos é motivo de preocupação para pais e mães. Mas por onde dar o primeiro passo?

Especialistas consultados pelo UOL dizem que "economizar" é a palavra-chave. Investimentos em renda fixa entregam bons rendimentos a longo prazo. Isso inclui CDBs oferecidos por grandes bancos e até mesmo a velha caderneta de poupança.

Conheça as diferenças e vantagens de cada um:

Poupança é uma boa para o meu filho? A princípio, sim. A abertura de uma caderneta é rápida e não é necessário pagar imposto de renda sobre o rendimento. Com pouco dinheiro guardado, a curto prazo, a diferença entre a poupança e outros investimentos de renda fixa será de centavos.

"O ideal quando a gente começa a poupar é que a gente veja o nosso dinheiro crescer. Nessa fase, eu entendo o poder dos juros e aprendo que o dinheiro que eu guardo pode, sim, trabalhar para mim", explica Bruna Kloppel, especialista em investimentos do Ailos.

No entanto, na adolescência, é importante apresentar alternativas mais rentáveis para que o jovem economize enquanto aprende na prática sobre matemática financeira.

"A poupança sai muito atrás de diversos investimentos com o mesmo e até maior nível de segurança", declara o especialista em investimentos Renan Carini, professor da Eu Me Banco Educação.

Apesar de ter isenção do imposto de renda, sua taxa de retorno não é atrativa (0,5% ao mês), ficando aproximadamente em 6,45% ao ano quando a Selic está acima de 8,5%, como é o caso. Muito aquém de outros investimentos, como CDBs e tesouros diretos, diz o especialista.

Qual é a vantagem do Tesouro Selic? É um título público em que o próprio governo federal garante o pagamento. Nesse caso, as alíquotas de IR variam conforme o período da aplicação, sendo de 15% (36 meses), 17,5% (12 e 18 meses) e 20% (6 meses).

O rendimento está atrelado à Selic —que é a taxa básica de juros da economia. Por ser de renda fixa, o título não tem tanta volatilidade quanto a Bolsa de valores. É indicado para pais com perfil financeiro mais conservador, mas que desistiram de usar caderneta de poupança devido à baixa rentabilidade.

Quanto meu filho terá se eu começar a poupar hoje?

Com aporte de R$ 100 por mês por 18 anos, o valor investido seria de R$ 21.600. Descubra em quanto isso se rentabilizará ao longo dos anos para cada tipo investimento (em R$):

  • Poupança: R$ 39.838,44.
  • Tesouro Selic: R$ 84.912,87
  • CDB: R$ 84.010,25

Aportando R$ 500 mensalmente durante 18 anos, o valor investido seria de R$ 108 mil. Descubra o quanto isso rentabilizará ao longo dos anos para cada investimento (em R$):

  • Poupança: R$ 199.192,22
  • Tesouro Selic: R$ 424.564,33
  • CDB: R$ 420.051,25

A simulação foi feita pelo especialista em investimentos Renan Carini, a pedido do UOL. Os cálculos consideraram o imposto de renda a 15% para o Tesouro Selic.

As contas não levaram em conta a inflação. Ou seja, os R$ 424 mil acumulados no Tesouro Direto em 18 anos poderão comprar menos coisas do que compram hoje. Para mitigar os efeitos da perda de poder de compra, é necessário aumentar o valor investido a cada ano de acordo com a inflação.

E a previdência privada? Funciona da seguinte forma: todo mês você deposita uma quantia e o valor fica rendendo. Uma vantagem é a blindagem contra disputas judiciais em caso de morte do responsável pela criança uma vez que esse tipo de investimento não pode ser penhorado nem entrar em inventário - vai direto para o herdeiro.

Para pais que desde cedo já gostariam de formar uma reserva para os filhos usufruírem no futuro, o plano de previdência faz bastante sentido. Além disso, a partir do momento em que você investe por meio de um fundo de previdência, você delega a um profissional de mercado a gestão desses recursos. As chances de você ter um retorno melhor aumentam.

"Além disso, é uma forma simples de investir: bancos, cooperativas e corretoras oferecem esse tipo de produto", destaca Kloppel.

Sou adolescente e quero investir. O que devo fazer?

Jovens de 14 a 19 anos que buscam investir parte do dinheiro, de olho em objetivos de longo prazo, podem começar por alguns investimentos de maior segurança, como por exemplo os títulos públicos federais ou títulos privados de grandes instituições, como os CDBs.

"São produtos que trazem uma maior segurança para o investidor, além de, muita das vezes proporcionar taxas de retorno interessantes, dado o histórico do Brasil em relação a ter taxa de juros em patamares mais altos", explica Carini.

E a Bolsa, é uma boa opção? Apesar da turbulência na economia nos últimos anos, a maioria dos especialistas concorda que o mercado de ações é uma boa opção para crianças. Como o dinheiro permanecerá investido por décadas, ele terá tempo para superar os altos e baixos do mercado.

No Brasil, a B3 conta atualmente com mais de 27 mil investidores com até 15 anos de idade. Essa faixa etária movimentou R$ 700 milhões em 2021.

Número de jovens na B3 (último dado disponibilizado em 4 de outubro de 2022):

  • Até 15 anos: 27.205
  • De 16 a 25 anos: 703.085
  • De 26 a 35 anos: 1.785.867

No entanto, se você é um adulto que está economizando para um adolescente, faltando apenas alguns anos para que ele precise do dinheiro, o melhor é buscar opções com maior liquidez.

"Um erro muito comum de quem começa a investir em ações é encarar a Bolsa de valores como um cassino, um jogo de sorte e azar, ao invés de conhecer o mercado e entender seu funcionamento. Começando esse aprendizado ainda na infância e adolescência, o investimento em ações a partir dos 18 será muito mais leve e natural", diz Felipe Bottino, diretor de investimentos no banco Inter.

Este material não é um relatório de análise, recomendação de investimento ou oferta de valor mobiliário. Este conteúdo é de responsabilidade do corpo jornalístico do UOL Economia, que possui liberdade editorial. Quaisquer opiniões de especialistas credenciados eventualmente utilizadas como amparo à matéria refletem exclusivamente as opiniões pessoais desses especialistas e foram elaboradas de forma independente do Universo Online S.A.. Este material tem objetivo informativo e não tem a finalidade de assegurar a existência de garantia de resultados futuros ou a isenção de riscos. Os produtos de investimentos mencionados podem não ser adequados para todos os perfis de investidores, sendo importante o preenchimento do questionário de suitability para identificação de produtos adequados ao seu perfil, bem como a consulta de especialistas de confiança antes de qualquer investimento. Rentabilidade passada não representa garantia de rentabilidade futura e não está isenta de tributação. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, a depender de condições de mercado, podendo resultar em perdas. O Universo Online S.A. se exime de toda e qualquer responsabilidade por eventuais prejuízos que venham a decorrer da utilização deste material.