Petrobras bate maior valor da história, R$ 530 bi; o que está acontecendo?
A Petrobras (PETR4 PETR3) e suas ações atingiram este mês seu maior patamar na história da companhia. As ordinárias PETR3 também atingiram nesta quinta-feira (20) o valor máximo de R$ 40,19. Com isso, hoje (21), o valor total da companhia atingiu R$ 530,16 bilhões por volta das 14h - uma vez que as PETR4 continuam em valorização, subindo 4,52% no horário.
O maior valor de mercado atingido pela empresa foi em 2008, no dia 22 de maio, quando chegou a R$ 510 bilhões. "As ações preferenciais já subiram 494% e as ordinárias 552,5% desde o fundo do poço para o preço da companhia e dos ativos, no dia 20 de março de 2020, quando começou a pandemia", diz Einar Rivero, diretor comercial do aplicativo TradeMap, que fez o levantamento.
No dia, a ação PETR3 fechou em R$ 41,56 e a PETR4 em R$ 37,72, alta de 574,7% e de 514,9% respectivamente, desde 18 de março de 2020. A Petrobras encerrou a semana avaliada em R$ 520,6 bilhões na Bolsa, uma alta de mais de R$ 17 bilhões frente aos R$ 503,4 bilhões no fechamento de quinta-feira.
O que está acontecendo? O que está injetando tanto valor na Petrobras é a alta do preço do petróleo internacionalmente.
Desde que o preço do petróleo tombou para US$ 9,12 o barril do tipo Brent, no início da pandemia, o valor do óleo vem numa escalada de preços que atingiu seu ponto máximo este ano, com o valor de US$ 133,18 em março passado - uma valorização mirabolante de 1360,31% no período. Em relação ao preço atual do Brent - US$ 92 o barril - a alta é de 908%.
Só a Petrobras está subindo? Não. A alta do combustível fez outras companhias de petróleo no mundo se valorizarem. A americana Exxon Mobil - a maior do mundo - viu seu valor tombar para US$ 133 bilhões durante a pandemia e agora vale US$ 439 bilhões (R$ 2,32 trilhões), perto de sua máxima histórica, superior a US$ 500 bilhões, alcançada em 2007.
A também americana Chevron passou de US$ 128 bilhões na pandemia para os atuais US$ 333 bilhões.
Por que o petróleo está tão caro? A produção mundial está relativamente estagnada enquanto o consumo cresce, e isso faz o preço subir.
Em 2021, a Comissão Europeia estipulou que a partir de 2035 não serão mais vendidos carros particulares e caminhonetes novos que emitam dióxido de carbono, o que na prática significa extinguir os motores a gasolina, diesel, gás e híbridos do continente.
"Por conta desse movimento em direção a energias mais limpas, desde 2015 as empresas de petróleo vêm diminuindo o investimento em novos poços", explica Romero Oliveira, chefe de renda variável da Valor Investimentos, em Vitória.
Mas com a pandemia se arrefecendo, o consumo aumentou. Aí aconteceu também a guerra entre a Ucrânia e a Rússia, iniciada em fevereiro deste ano. Em retaliação, muitos países deixaram de comprar petróleo russo e procuraram fornecedores alternativos.
No início deste mês, a Opep+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados) decidiu reduzir em 2 milhões de barris por dia a produção do combustível. É o maior corte de produção desde abril de 2020, no começo da pandemia de coronavírus. O objetivo é forçar o preço a subir mais e ajudar a Rússia a repor perdas financeiras causadas pela guerra na Ucrânia. Isso pode impulsionar o preço
Como o fornecimento de gás russo também está a perigo, as atenções voltaram-se mais ainda para o petróleo. Conclusão: com menor oferta e mais procura, o preço sobe.
É só o preço internacional que movimenta a Petrobras? No Brasil, as ações da Petrobras ainda deram uma esticada em junho desse ano por conta do pagamento recorde de dividendos. Um relatório da empresa Janus Henderson mostra que até agora a Petrobras é a empresa que mais distribuiu dividendos no mundo este ano, tendo pago US$ 9,7 bilhões no trimestre passado - muito acima dos US$ 1 bilhões distribuídos pela estatal no mesmo período de 2021.
As ações vão continuar subindo? É difícil saber. "Mas para o pequeno investidor, mesmo com o preço tão alto agora, ainda vale investir parte de suas economias em Petrobras", explica Oliveira.
A estatal, assim como outras companhias de petróleo, movimentam bilhões de dólares. "Os grandes investidores, em tempo de recessão, buscam não só os juros americanos, mas também empresas com grandes gerações de caixa, como as petroleiras", diz ele.
De certo modo, elas são consideradas um porto seguro por que, apesar de variar conforme a cotação do petróleo, elas pagam muitos dividendos.
Este material não é um relatório de análise, recomendação de investimento ou oferta de valor mobiliário. Este conteúdo é de responsabilidade do corpo jornalístico do UOL Economia, que possui liberdade editorial. Quaisquer opiniões de especialistas credenciados eventualmente utilizadas como amparo à matéria refletem exclusivamente as opiniões pessoais desses especialistas e foram elaboradas de forma independente do Universo Online S.A.. Este material tem objetivo informativo e não tem a finalidade de assegurar a existência de garantia de resultados futuros ou a isenção de riscos. Os produtos de investimentos mencionados podem não ser adequados para todos os perfis de investidores, sendo importante o preenchimento do questionário de suitability para identificação de produtos adequados ao seu perfil, bem como a consulta de especialistas de confiança antes de qualquer investimento. Rentabilidade passada não representa garantia de rentabilidade futura e não está isenta de tributação. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, a depender de condições de mercado, podendo resultar em perdas. O Universo Online S.A. se exime de toda e qualquer responsabilidade por eventuais prejuízos que venham a decorrer da utilização deste material.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.