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Investindo R$ 50 mil, quanto você ganha com dividendos de ações?

21/10/2022 04h00

Na minha coluna anterior, apresentei um levantamento mostrando quanto o investidor tende a receber, por mês, se investir R$ 50 mil em diferentes tipos de fundo imobiliário.

Agora, teremos um levantamento parecido, só que com ações. Você vai ver em quanto está, atualmente, a taxa de retorno em dividendos de cinco empresas que costumam remunerar os investidores regularmente.

Além de trazer os dados, faço comentários sobre cada uma das empresas, pois os números, se tratados isoladamente, poderiam induzir o leitor a erros.

Taesa (TAEE11): R$ 6.780 por ano

Bom, quem acompanha a coluna deve estar cansado de me ouvir falar desse ativo. A Taesa, transmissora de energia elétrica, é uma das empresas mais consistentes no pagamento de dividendos.

Hoje, seu retorno em dividendos está em 13,56% ao ano. Isso significa que, para cada R$ 100 que você investir nesse papel, você tende a ganhar R$ 13,56 ao longo dos próximos 12 meses, se a companhia continuar distribuindo proventos no mesmo ritmo do último ano.

A parte final da última frase talvez seja a mais importante de toda esta coluna. Todos os possíveis ganhos citados daqui em diante só ocorrerão se as ações mantiveram o atual ritmo de remuneração dos acionistas.

Portanto, para um investimento de R$ 50 mil, se a Taesa não reduzir a distribuição de dividendos, o retorno será de R$ 6.780 ao ano.

EDP Brasil (ENBR3): R$ 4.870 por ano

Como a maior parte das empresas desta lista, a EDP Brasil é uma companhia do setor elétrico, subsidiária da Energias de Portugal, com atuação em geração, distribuição e transmissão de energia.

Caso a EDP Brasil prossiga distribuindo dividendos no mesmo ritmo dos últimos 12 meses, o retorno para um investimento de R$ 50 mil será de R$ 4.870 por ano.

Devemos notar, no entanto, que a empresa aumentou fortemente os dividendos em 2022. Desde janeiro, a companhia já distribuiu R$ 2,19 por ação, mais que o dobro do que foi pago em todo o ano passado aos acionistas.

Em nenhum outro ano de sua existência a empresa chegou perto desse nível de distribuição de proventos. Existe, portanto, a chance de que o retorno atual seja apenas um ponto fora da curva e que não se manterá a longo prazo.

Antes de investir, vale a pena olhar mais a fundo os dados da empresa para verificar se os recentes pagamentos de proventos foram motivados por fatores não recorrentes.

Copel (CPLE6): R$ 4.620 por ano

A Copel, Companhia Paranaense de Energia, está com um retorno em dividendos de 9,24% em 12 meses. Assim, um investimento de R$ 50 mil geraria ganhos de R$ 4.620 por ano em proventos.

Aqui temos outro caso de possível ponto fora da curva. Quando olhamos o histórico de distribuição de dividendos da companhia, vemos que os anos de 2021 e 2022 foram excepcionalmente altos, em comparação com os anteriores.

Outro ponto a se considerar é que a Copel teve um prejuízo líquido de mais de R$ 500 milhões no segundo trimestre deste ano. Foi a primeira perda trimestral desde 2016.

Engie Brasil (EGIE3): R$ 2.895 por ano

Propositalmente, escolhi incluir nesta lista um ativo que está com um retorno em dividendos bem menor do que os citados até agora. Os proventos da Engie Brasil estão hoje em 5,8%.

Mas veja só.

A Engie Brasil, subsidiária do grupo francês de mesmo nome, tem apresentado resultados consistentes, se considerarmos um histórico mais longo. Nos últimos dez anos, a companhia teve lucro em todos os trimestres.

A receita da Engie Brasil vem aumentando quase ininterruptamente desde 2012. Porém, a companhia tem usado caixa para fazer investimentos e, assim, poder gerar lucros (e dividendos) maiores no futuro.

Para quem busca um negócio sólido com objetivo de longo prazo, pode ser interessante incluir na carteira companhias que conseguem fazer investimentos significativos e ainda assim manter os lucros em alta.

Petrobras (PETR4): R$ 23.215 por ano

Depois de apresentar a Engie como um exemplo de que o baixo retorno em dividendos pode esconder uma empresa promissora, agora vamos a um caso oposto.

A Petrobras está hoje com um retorno de 46,43%, considerando os proventos pagos nos últimos 12 meses.

No entanto, essa distribuição de dividendos foi claramente um ponto fora da curva. O valor pago por ação em 2022 foi 13 vezes maior do que, por exemplo, em 2021.

Não é sustentável a longo prazo que uma companhia, qualquer que seja, mantenha um pagamento de dividendos de quase 50% do preço da ação. Para justificar isso, o lucro da empresa deveria crescer nesse mesmo ritmo.

Para uma companhia pequena, isso até é possível em casos bem específicos. Mas uma gigante como a Petrobras é praticamente impossível.

Não quer dizer que não seja uma boa companhia, ou que não pagará bons proventos. Pode ser que ainda dê muitos ganhos aos acionistas, mas não no ritmo de 46% ao ano.

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