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Zuckerberg perde US$ 11 bilhões em um dia; o que aconteceu com o Facebook?

Lílian Cunha

Colaboração para o UOL, em São Paulo

27/10/2022 12h33

Há um ano, Mark Zuckerberg, presidente da maior rede social do mundo, mudou o nome do Facebook para Meta (META e M1TA34) e disse que estava entrando no mundo digital imersivo do chamado Metaverso. Investiu bilhões de dólares na plataforma de realidade aumentada.

Mas a decisão foi desastrosa: o empresário perdeu dezenas de bilhões de dólares desde setembro do ano passado e saiu da lista dos dez homens mais ricos do mundo no último mês. De um dia para o outro, Zuckerberg perdeu US$ 11 bilhões, segundo a Bloomberg.

A Meta, controladora do Facebook, mergulhou num poço de desvalorização após ter divulgado que seu lucro líquido tombou de US$ 9,19 bilhões no terceiro trimestre de 2021 para US$ 4,39 entre julho, agosto e setembro deste ano, uma baixa de 52%. O que está acontecendo? Quando o Zuckerberg já perdeu com essa aposta?

Como o mercado reagiu ao tombo? O lucro por ação ficou em US$ 1,64, decepcionando as estimativas do mercado de US$ 1,89. A receita caiu pelo segundo trimestre seguido, de US$ 29 bilhões para US$ 27,7 bilhões (4,5% a menos).

O resultado desvalorizou a empresa de Zuckerberg. Hoje (27), por volta das 11h20 (horário de Brasília) as ações da Meta caíam para US$ 102,24, perdendo mais de US$ 27 de um dia para outro, com baixa de 21,24% em Nova York.

Na Bolsa de Valores de São Paulo, os recibos de ações da empresa, os BDRs M1TA34, também amargavam perda de 24,05% no mesmo horário, chegando a R$ 19,14.

Foi em junho de 2021 que a companhia atingiu o valor de US$ 1,008 trilhão. Hoje, está avaliada em R$ 353 bilhões, queda de mais de 60%.

Como ficou a fortuna do Zuckerberg? Ele saiu da lista dos 10 mais ricos dos Estados Unidos em setembro. Hoje, sua fortuna é de US$ 38,1 bilhões - uma perda de mais de US$ 11 bilhões de um dia para o outro, segundo dados da abertura de mercado.

Em 13 meses, ele já perdeu mais de US$ 100 bilhões, segundo a Bloomberg. O pico da sua fortuna foi em setembro do ano passado, quando ele tinha US$ 142 bilhões.

E o que dizem os investidores? A chuva de resultados ruins deixou os investidores da empresa enlouquecidos.

Brad Gerstner, presidente da Altimeter Capital, fundo de investimento com algumas centenas de milhões de ações da Meta, divulgou uma carta pedindo que a empresa diminua o foco em metaverso e demita 20% de seus funcionários.

As pessoas estão confusas com o que o Metaverso significa, diz ele. Se a empresa estivesse investindo de US$ 1 a 2 bilhões por ano nesse projeto, essa confusão talvez nem fosse um problema. Em vez disso, a empresa anunciou investimentos de US$ 10 a 15 bilhões por ano no Metaverso e que pode levar dez anos para produzir resultados.

"Um investimento estimado em mais de US$ 100 bilhões em um futuro desconhecido é superdimensionado e aterrorizante, mesmo para os padrões do Vale do Silício", diz a carta.

Afinal, o que é o Metaverso? A ideia não é nova. É uma plataforma para acessar uma espécie de realidade paralela, em que, muitas vezes usando óculos especial, a pessoa pode ter uma experiência de imersão.

No inicio dos anos 2000, foi lançada a "Second Life" e muitas empresas gastaram fortunas para estar nele, como acontece agora com o Metaverso. Mas nenhuma das duas plataformas emplacou.

E o que vai ser das ações agora? Elas podem cair mais. "Os investidores, no cenário atual, estão preferindo ações de empresas que preservam o caixa, com uma operação mais eficiente e o Facebook tem feito o contrario disso", diz uilherme Zanin, analista da Avenue Capital. "Por isso a ação pode sofrer ainda mais", diz. O analista não recomenda comprar nem vender os papéis.

O Itaú BBA publicou um relatório na mesma linha. "Estamos cortando nossa estimativa de ganhos por ação em 33% para o período que vai até o final de 2023. Nosso novo preço alvo para o papel é US$ 102 (contra os US$ 188 anteriores)".

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