Assaí estuda vender lojas e ação cai com temor de crise no varejo
A rede de supermercados de atacarejo Assaí está em queda na Bolsa. Ela divulgou na noite de terça-feira (3) que vai pôr um pé no freio dos investimentos e estuda vender algumas de suas lojas próprias e alugá-las em seguida, para . Outros papéis do setor também estão no negativo, com temor de que a crise se espalhe.
O que está acontecendo?
A companhia disse que quer reduzir suas dívidas e para isso estuda vender lojas e cortar investimentos.
No ano passado, o Assaí fez 60 inaugurações e abriu 16 mil novos postos de trabalho. Para este ano, ainda deve continuar inaugurando lojas novas.
A empresa estuda vender algumas de suas lojas para alugá-las logo em seguida, como forma de arrecadar dinheiro. Essa operação é comum no mercado, disse a empresa, e o Assaí á realizou operações desse tipo no passado.
É uma forma estudada pela empresa para conseguir capital para investimento e ampliação de negócios. Assim, ela se foca mais no comércio de alimentos e menos no mercado imobiliário. O Assaí informa ainda que não irá fechar lojas.
O motivo são os juros altos e o crescimento da dívida. "É mais fácil uma revisão de investimentos, ou venda de ativos de lojas próprias", disse Belmiro Gomes, presidente do Assaí, em teleconferência.
O que fazer com as ações do Assaí?
Por volta das 15h30, as ações estavam caindo 7,02%.
Dentre 20 casas de análises, bancos e corretoras, 18 ainda recomendam a compra. Os preços alvos variam de R$ 19 a R$ 27. Hoje, a ação custa R$ 13,74. Dois bancos (Bank of America e J.P.Morgan) acham melhor não vender, nem comprar.
Por que as ações estão caindo?
O temor é de que outras empresas do setor de supermercados e comércio também tenham dificuldades.
A Marisa (AMAR3) vai fechar 92 das 334 unidades nos próximos meses. Ela também teve prejuízo no quarto trimestre de 2022. Juros altos impactaram as vendas e seu braço financeiro, segundo João Pinheiro Nogueira, diretor-presidente da Marisa.
No início do ano, as Americanas (AMER3) pediram recuperação judicial.
A Amaro, de venda de roupas, também pediu uma renegociação de suas dívidas
Outras ações também foram afetadas. A Alpargatas (ALPA4), dona das Havaianas, também caía 7,08% no mesmo horário.
A Natura (NTCO3) caía 8,7%. No caso de Natura, também há um pouco de investidores vendendo as ações depois de terem lucro, porque a empresa concluiu esta semana a venda da marca Aesop para a L'Oréal — uma manobra para diminuir o endividamento da empresa.
Nem todas estão em queda. Magazine Luiza (MGLU3) tinha alta de 1,24%, e Via (VIIA3), dona das Casas Bahia, subia 5,2%, no mesmo horário.
Essas empresas sobem com uma expectativa de queda na taxa de juros. Com a desaceleração da atividade econômica nos Estados Unidos, o Federal Reserve, o banco central dos EUA, poderia parar de subir os juros, diz Luis Novaes, Analista da Terra Investimentos.
Por isso, empresas bem estabelecidas crescem. Isso beneficiaria Magazine Luiza — considera a empresa mais bem gerida do setor — e Via Varejo, que acaba de trocar de presidente, diz o analista.
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