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Small caps: ações menores subiram 13,54% em um mês, vale investir?

Lílian Cunha

Colaboração para o UOL, em São Paulo

02/06/2023 04h00

Das 10 ações mais valorizadas de maio, oito são de small caps, como são chamadas as empresas com um valor de mercado menor e menos negociadas que outras companhias da Bolsa.

O índice de small caps da Bolsa de Valores de São Paulo está subindo. Em maio, de acordo com o TradeMap, a valorização média dessas empresas foi de 13,54%. Já no ano, elas subiram 4,71%.

O Ibovespa, o principal índice de ações do Brasil, registrou um crescimento de 3,74% em maio de 2023. Apesar disso, ele ainda acumula uma queda de 1,28% ao longo do ano.

Quais foram as small caps que mais subiram desde o começo do ano?
  1. Azul (AZUL4) 53,04%
  2. Cyrela (CYRE3) 47,89%
  3. IRB Brasil (IRBR3) 47,29%
  4. Yduqs (YDUQ3) 38,35%
  5. São Martinho (SMTO3) 36,39%
  6. Cogna (COGN3) 36,32%
  7. Embraer (EMBR3) 32,91%
  8. MRV (MRVE3) 32,63%
  9. Eztec (EZTC3) 32,01%
  10. Alianscsonae (ALSO3) 31,04%

Fonte: Economatica, variação no ano até 31 de maio.

Que empresas são essas?

Antes de mais nada, é bom lembrar que small cap não é ação de empresa pequena. A fabricante de aviões Embraer, por exemplo, vale mais de R$ 14 bilhões e é uma small cap.

Para a B3, small caps são as empresas fora do conjunto de ações que respondem por 85% do valor de mercado total listado na Bolsa. Dentro desse conjunto, estão Petrobras PETR3 e PETR4, Vale VALE3, Ambev ABEV3, Banco do Brasil BBAS3, entre outras. Ou seja, tirando as maiores empresas - chamadas de blue chips - tudo é small cap.

Para o BTG, o conceito é mais simples: são small caps empresas com um valor de mercado de até R$ 15 bilhões.

Por que elas subiram tanto?

As ações das small costumam variar mais, tanto para cima, quanto para baixo. São companhias que têm menor valor de mercado. Ou seja, são mais sensíveis às mudanças do mercado.

Como têm um potencial alto de crescimento para o futuro, costumam estar suscetíveis aos ciclos econômicos. Qualquer mudança no cenário já afeta as projeções que fizeram para o mercado.

Em maio, elas se beneficiaram da expectativa de queda nos juros. O mercado espera que os juros caiam com a tramitação e a expectativa de aprovação da nova regra fiscal. "Todas as curvas de juros futuras estão apontando para uma queda nos próximos meses", diz André Sanson, diretor de Asset Management da TM3 Capital, de Curitiba.

Uma taxa menor é benéfica para elas porque essas empresas dependem dos juros para crescer. Os juros afetam tanto suas vendas quanto suas dívidas, o que pode limitar o financiamento que fazem para crescer.

É o caso das empresas do setor imobiliário (Cyrela, MRV e Eztec). Com juros menores, elas vendem mais e têm menores custos financeiros.

As de educação (Yduqs e Cogna) ganham porque sua dívida fica menor e a inadimplência dos alunos cai. Além disso, o preço dessas ações estava muito baixo, segundo Leonardo Piovesan, analista da Quantzed, de Maringá (PR).

A Azul também é beneficiada pelos juros, porque com taxas menores as pessoas viajam mais. Mas o que mais beneficiou a empresa, na verdade, foi a queda do preço do petróleo.

São Martinho aumentou devido ao açúcar. Piovesan diz que o preço do produto vem crescendo porque existe a expectativa de colheitas reduzidas em várias partes do mundo, depois que uma onda de calor prejudicou plantações fora do Brasil.

Elas vão continuar crescendo?

Sim, é esperado que elas continuem se valorizando nos próximos 12 meses, segundo Sanson.

Por isso, vale investir nessas ações, segundo o BTG.

O banco montou uma carteira de small caps para o mês de junho, com as seguintes ações:

  • Grupo Mateus (GMAT3)
  • M. Dias Branco (MDIA3)
  • Aliansce Sonae (ALSO3)
  • SmartFit (SMFT3)
  • Santos Brasil (STBP3)
  • Minerva (BEEF3)
  • 3Tentos (TTEN3)
  • Banco Inter (INBR32)
  • MRV (MRVE3)
  • Orizon (ORVR3)

Todas as small caps estão indo bem?

Não, e muitas não estão se recuperando. Veja a lista das que mais caíram no ano, segundo a Economatica:

  1. PetroRecôncavo (RECV3) -46,76%
  2. Multilaser (MLAS3) -37,97%
  3. Alpargatas (ALPA4) -30,77%
  4. Zamp (ZAMP3) -30,09%
  5. Guararapes (GUAR3) -28,68%
  6. CVC Brasil (CVCB3) -24,72%
  7. Qualicorp (QUAL3) -24,64%
  8. Meliuz (CASH3) -24,58%
  9. Bradespar (BRAP4) -24,57%
  10. Brasilagro (AGRO3) -24,03%

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