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Conheça o robô que negocia títulos melhor do que seres humanos

Katie Linsell

12/11/2018 14h28

(Bloomberg) -- Os robôs acabam de ficar um passo mais perto de administrar seu dinheiro. A AllianceBernstein Holding aprimorou sua assistente virtual Abbie para que agora ela possa sugerir os melhores títulos para comprar e vender com base em preços, facilidade de negociação e risco.

Ao contrário de qualquer ser humano, ela pode analisar milhões de pontos de dados para filtrar o universo de títulos em circulação em segundos e identificar possíveis negociações para os gestores de carteira usando outras ferramentas eletrônicas que a empresa elaborou.

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A Abbie 2.0 pode identificar títulos que talvez tenham passado desapercebidos pelas pessoas e será capaz de detectar erros humanos e se comunicar com robôs como ela de outras empresas, de acordo com Jeff Skoglund, diretor de operações de renda fixa. A assistente eletrônica original da AllianceBernstein, lançada em janeiro, só podia criar pedidos de títulos seguindo demandas precisas.

"Os seres humanos e as máquinas precisarão trabalhar mais de perto do que nunca para encontrar liquidez, negociar mais rapidamente e lidar com os riscos", disse Skoglund. "Nossa esperança é crescer e usar as pessoas de maneiras mais eficientes, para aproveitar melhor suas habilidades."

Abbie já dá suporte a mais de 60% das negociações de renda fixa da AllianceBernstein. A versão atualizada terá como alvo títulos dos EUA de alto rendimento e com grau de investimento, e se expandirá para outros mercados nos próximos meses, disse ele. A gestora de ativos de US$ 550 bilhões ainda dependerá de seres humanos para tomar decisões finais e executar negociações.

Mineração de dados

Embora o robô original só pudesse criar uma ordem para um título se lhe dissessem exatamente qual título o gerente do portfólio queira e em qual quantidade, a nova versão minera conjuntos de dados, como a biblioteca de pesquisa de crédito da empresa, para fazer sugestões.

Ela examina as classificações de empresas e de seus títulos com base em fatores como estrutura de capital e riscos ambientais, sociais e de governança, e propõe títulos que atendam aos requisitos de um portfólio.

As empresas de investimento estão processando dados e aproveitando a tecnologia para reduzir os custos de negociação, economizar tempo e evitar erros nos mercados em que os títulos são negociados com pouca frequência.

Também estão buscando uma vantagem nas transações de dívidas, à medida que os bancos se afastam da criação de mercados em meio às regulamentações posteriores à crise financeira. Os investidores receiam que a liquidez se torne ainda mais importante quando o bull market de renda fixa, que já dura anos, acabar.

A negociação eletrônica está se tornando mais prevalente na renda fixa, porque os bancos estabelecem conexões, em vez de manterem títulos em seu balanço, e porque os regulamentos estimulam que as negociações passem para as bolsas de valores. Mais de 80% dos investidores em títulos de alta qualidade usam plataformas eletrônicas, o que equivale a 20% do volume, de acordo com um relatório da Greenwich Associates.

"Big data e aprendizagem de máquina já estão sendo aplicados para aumentar a inteligência de negociadores e investidores", escreveu Kevin McPartland, diretor de pesquisa sobre estrutura de mercado e tecnologia da Greenwich Associates, no relatório do ano passado.

(Com a colaboração de Thomas Beardsworth)

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