Reforma tributária não é 'adequada' e nem 'ideal', afirma presidente do Itaú
O presidente do Itaú Unibanco, Candido Bracher, afirmou que a busca pelo equilíbrio fiscal é essencial após o aumento do endividamento público por causa da pandemia, mas não deve ocorrer via a elevação de impostos. A atual reforma tributária em discussão, na sua visão, não é a mais "adequada" e "ideal" na medida em que eleva a carga para o sistema financeiro, o que deve aumentar o custo do dinheiro.
"O equilíbrio fiscal após a expansão de gastos necessária em função da crise é muito importante, mas não deve ser buscado em função da carga de impostos, que já é extremamente elevada", disse, em teleconferência com a imprensa ontem.
Para ele, o aumento de impostos atua no "sentido contrário da expansão da economia". É preciso buscar, conforme ele, a simplificação de impostos e aqueles que "atrapalham menos o funcionamento da economia".
"Esperamos uma reforma tributária racional e que simplifique impostos. A que estamos vendo, não avaliamos todos os pontos, tem aumento de carga no sistema financeiro, o que inexoravelmente provoca aumento do custo do dinheiro. Não me parece adequada, ideal", destacou o presidente do Itaú.
A primeira fase da reforma tributária proposta pelo governo federal prevê a Contribuição de Bens e Serviços (CBS), resultado da unificação do PIS e Cofins. No caso dos bancos, está prevista uma alíquota de 5,8%, acima do que os pagam hoje, de 4,65%.
Ele também não vê como positiva a criação de um imposto semelhante à CPMF. "A CPMF não me parece ser o imposto mais eficiente, além de prejudicar cadeias econômicas com muitos agentes", avaliou.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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