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Confira 7 dicas de Luiza Trajano para os pequenos empresários

Jorge Araujo/Folhapress
Imagem: Jorge Araujo/Folhapress

22/11/2013 08h51

SÃO PAULO - "Apaixonada pelas pequenas e médias empresas brasileiras." Foi assim que Luiza Helena Trajano iniciou a sua palestra em um evento realizado pela Endeavor nesta semana, em São Paulo. Diante de pequenos empreendedores, a empresária, que já esteve à frente do Magazine Luiza, disse que é uma conhecedora das pequenas empresas brasileiras e que não aceitou o convite para ser ministra da Secretaria da Micro e Pequena Empresa porque não podia “largar” o emprego.

Luiza contou que o seu lado empreendedor se deve muito a sua mãe e sua tia. Segundo ela, a mãe, que tinha uma inteligência emocional muito forte, sempre a estimulou a fazer tudo que desejava sem ter medo. “Não tinha essa de cuidado com isso, cuidado com aquilo. Ela falava que eu era capaz. Ela acreditava em mim.”

Sobre a tia, que também se chama Luiza, a empresária disse que ela é a mulher mais empreendedora que conhece. Foi ela quem deu o pontapé inicial na empresa. Na década de 1950, ela comprou a pequena loja de eletrodomésticos na cidade de Franca, interior de São Paulo. Na época, a loja tinha o nome de “A Cristaleira”.

“Ela era a melhor vendedora da cidade. Até hoje, ela não entende porque temos que dar treinamento para vendedores. Para ela, quem é vendedor já nasce vendedor.”

Outra qualidade que Luiza ressalta de sua tia foi ter criado uma empresa com uma cultura que valoriza o marketing. “A gente nasceu com isso.” O nome Magazine Luiza foi escolhido pelos consumidores de Franca em um concurso na rádio da região. Luiza conta que a escolha do nome muitas vezes já causou confusão. “É difícil entender que a gente vende fogão e geladeira, e não revista”, disse a palestrante.

Luiza disse ainda que, depois de tantos anos, ainda está aprendendo, e que um dos assuntos que ela tem tentado saber mais é sobre o mercado financeiro.

“Não entendo muito de IPO e de Bolsa, mas estou apreendendo.”

Confira abaixo as dicas que Luiza deu para os pequenos empresários.

1) Seja positivo: "Tem gente na vida que só vê problema. Olha para o negócio e torce para não dar certo. Eu não falo mal das coisas. Eu não falo mal do Brasil. Eu me sinto responsável em ajudar o meu país. Pare de ver problema e tente arrumar uma solução. Isso serve para as pessoas também. Tem gente que é mais 'marcha lenta', mas não quer dizer que está perdido. Tente achar o melhor desta pessoa e pare de dizer que lidar com pessoas é muito difícil. Não, não é.'

2) Acredite nas suas ideias: "Quando eu falei anos atrás que ia fazer uma super liquidação às 5h da manhã, as pessoas falavam que não ia dar certo. A minha tia ficou preocupada, disse que ninguém sairia de casa para comprar televisão de madrugada. Eu não dei ouvidos. A ideia deu tão certo que hoje todo mundo faz igual. A concorrência fica de olho na gente. Mas sempre tentamos driblar a concorrência."

3) Seja sempre vendedor: "Eu sou vendedora. A minha família é vendedora. Eu não tenho vergonha de dizer isso. Comecei a trabalhar no varejo aos 12 anos porque queria comprar presente de Natal para as pessoas de quem eu gostava. Com o dinheiro das comissões eu consegui. Todo mundo que trabalha vende algo para alguém. No Magazine Luiza, durante cinco anos, todo mundo tinha o cargo de vendedor no crachá. Isso é motivo de orgulho, e não de vergonha."

4) Invista na publicidade: "Do que adianta fazer uma empresa e não contar para ninguém? Tinha uma época que meu concorrente investia tanto em propaganda que, no meio das propaganda, tinha o Jornal Nacional. Nós também queríamos, mas ele tinha muito mais dinheiro do que a gente. Uma estratégia foi começar pelo Faustão, demos caminhão e avião. Agora vamos patrocinar a transmissão da Copa do Mundo. Isso é a realização de um sonho."

5) Preste atenção às finanças da empresa: "Coloca uma coisa na cabeça: capital de giro não é lucro. Capital de giro é fluxo de caixa. Pare de pegar o dinheiro para comprar carro, e pagar viagem."

6) Empresa familiar tem de ser profissionalizada: "Trabalhar com a família dá certo, sim. Só não dá certo quando não é profissionalizada. Meus filhos respeitam o CEO [Marcelo Silva] profundamente. Antes do CEO assumir, queriam que meu filho fosse o presidente. Eu não concordei. Ele não estava preparado. Eu queria alguém do mercado. Na nossa empresa não entra ninguém sem ser competente. A cultura da empresa familiar é a que está na moda, o que não pode é ter uma empresa familiar bagunçada, sem comando."

7) Atendimento é o diferencial: "O que diferencia as empresas é o atendimento. Eu tenho um SAC (Serviço de Atendimento ao Consumidor) direto comigo. Quando você ocupa um cargo alto, os problemas não chegam até você. Só chegam depois que não é possível mais passar por ninguém. Além disso, as pessoas só falam o que você quer ouvir. Eu tenho uma linha direta, eu sei de tudo, gerente que namora, gerente que não abre loja, lá pode namorar a vontade, mas tem que contar."