Chipre vai controlar capital de banco e usar bem público como garantia
O Parlamento do Chipre aprovou, na noite desta sexta-feira (22), uma lei que cria um "fundo de solidariedade" para reunir ativos estatais (bens públicos) e torná-los base para venda emergencial de títulos. Uma forma de um governo obter recursos é vender títulos no mercado financeiro com a promessa de pagar juros.
Como há dúvida sobre a capacidade de o governo cipriota cumprir suas obrigações financeiras, o uso dos bens públicos como garantia seria uma forma de tentar atrair os investidores.
Outra lei aprovada dá ao governo o poder de impor controles de capital em bancos.
O Chipre buscava uma solução para arrecadar 5,8 bilhões de euros depois de ter rejeitado confiscar parte dos depósitos bancários no país. A quantia é exigida para completar o resgate de 10 bilhões oferecido pela União Europeia.
O país tentou negociar um acordo de empréstimo com a Rússia, ganhar mais financiamento e atrair investidores russos para bancos cipriotas e reservas de gás, mas não obteve apoio.
Chipre tem até segunda para levantar recursos e evitar falência
O Banco Central Europeu (BCE) deu ao Chipre até segunda-feira para levantar 5,8 bilhões de euros com o objetivo de fechar um resgate internacional, ou enfrentará a perda de recursos emergenciais para seus bancos e o inevitável colapso.
"Depois disso, a Assistência de Liquidez Emergencial (ELA, na sigla em inglês) só poderá ser considerada se um programa da UE e do Fundo Monetário Internacional (FMI) estiver em vigor que garanta a solvência dos bancos em questão" informou o banco.
O governo ordenou que os bancos permaneçam fechados até terça-feira. A Bolsa de Valores também suspendeu as negociações pelo resto da semana.
Havia longas filas em algumas agências bancárias em Nicósia, uma vez que os funcionários reabasteceram os caixas eletrônicos, que continuam a operar enquanto os bancos estão fechados desde a semana passada.
(Com agências)
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