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PIB do Brasil cresce 0,1% no 3º trimestre, e país sai da recessão técnica

Do UOL, em São Paulo

28/11/2014 09h01Atualizada em 28/11/2014 10h09

A economia brasileira, medida pelo PIB (Produto Interno Bruto), cresceu 0,1% no terceiro trimestre e registrou R$ 1,23 trilhão. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (28) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O PIB é a soma das riquezas produzidas pelo país. 

Em relação ao mesmo período do ano passado, houve redução de 0,2%. Quando considerados os últimos quatro semestres, o PIB aumentou 0,7%. 

No segundo trimestre, a economia encolheu 0,6%, e o país entrou em recessão técnica porque houve dois trimestres seguidos de queda (no primeiro trimestre, o recuo havia sido de 0,2%).

Com dois trimestres seguidos de resultado negativo, considera-se tecnicamente que o país está em recessão. Isso não acontecia desde a crise financeira global de 2008 e 2009.

O resultado positivo no terceiro trimestre tira o país da recessão. 

Analistas consultados pela agência de notícias Reuters esperavam um desempenho melhor da economia, com crescimento de 0,3% em relação ao segundo trimestre e queda de 0,1% na comparação com o mesmo período de 2013. 

Setor agropecuário cai, e indústria tem alta

Na comparação com o segundo trimestre, o setor agropecuário apresentou queda, de 1,9%, compensada pelas altas na indústria (1,7%) e nos serviços (0,5%), que cresceram em todas as áreas.

Na indústria, o destaque foi a extração mineral (2,2%) e a construção civil (1,3%). Nos serviços, o crescimento foi puxado por transporte, armazenagem e correio (1,4%) e intermediação financeira e seguros (0,6%).

Dos outros itens internos que entram na conta do PIB, apenas o consumo das famílias encolheu, 0,3%. A formação bruta de capital fixo (medida de investimento) e a despesa de consumo da administração pública aumentaram 1,3%.

Com relação ao setor externo, as exportações subiram 1% e as importações de bens e serviços, 2,4%.

Previsões para o PIB têm sido cortadas

Em outubro, o FMI (Fundo Monetário Internacional) revisou para baixo, pela sexta vez seguida, a previsão de crescimento do Brasil neste ano. A previsão caiu de 1,3% para apenas 0,3%.

O Fundo também reduziu suas projeções para 2015: espera 1,4%, em vez dos dos 2% anteriormente estimados.

O atual ministro da Fazenda, Guido Mantega, reclamou da previsão do FMI e disse que é "um pouco pessimista". "Estamos observando uma recuperação moderada da economia brasileira. Tudo indica que o terceiro trimestre terá um bom crescimento", afirmou o ministro em outubro.

Mantega, criticado pelo mercado por errar muitas previsões, está de saída do governo. Seu substituto, Joaquim Levy, foi anunciado nessa quinta-feira (27) pelo governo.

O Ministério da Fazenda diz que o Brasil deverá crescer 0,5% neste ano. Um dos principais desafios da nova equipe econômica é fazer o PIB crescer mais.

Analistas consultados no último relatório Focus, do BC, divulgado na segunda-feira (17), apostam em crescimento de 0,21% em 2014 e de 0,8% em 2015.

O Banco Central reduziu sua previsão para o crescimento do PIB neste ano de 1,6% para 0,7%, segundo dados do relatório de inflação do terceiro trimestre.

Dado do BC apontou alta de 0,6%

A estimativa do Banco Central, mostrada por meio do Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), era de alta de 0,6% no terceiro trimestre, na comparação com o segundo.

O índice é elaborado mensalmente pelo BC e é considerado pelo mercado uma prévia do PIB, embora o Banco Central oficialmente não reconheça que seja uma previsão do PIB.

Mesmo assim, o indicador do BC é visto pelo mercado como uma antecipação do resultado do PIB, e serve de base para investidores e empresas adotarem medidas de curto prazo. Porém, não necessariamente reflete o resultado anual do PIB e, em algumas vezes, distancia-se bastante.

Em entrevista, um diretor do BC justificou a diferença, dizendo que o IBC-Br não tem a pretensão de medir o PIB, apesar de o mercado o usar como um balizamento.

(Com Reuters)

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