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Inflação em maio é a maior para o mês desde 2008; em 1 ano, passa da meta

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Imagem: Shutterstock

Do UOL, em São Paulo

10/06/2015 09h04

A alta dos preços no Brasil em maio foi de 0,74%, segundo dados do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quarta-feira (10).

O valor é o mais alto para o mês de maio desde 2008, quando a alta dos preços foi de 0,79%.

A inflação subiu com relação a abril, quando foi de 0,71%, e na comparação com maio de 2014, quando foi de 0,46%. 

Com isso, em 12 meses, o índice subiu 8,47%, ante 8,17% até abril. É a maior taxa acumulada desde dezembro de 2003, quando o IPCA chegou a 9,3%.

O número está muito acima do limite máximo da meta. A intenção do governo é manter a alta dos preços em 4,5% ao ano, com tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo --ou seja, variando de 2,5% a 6,5%.

Custo da energia elétrica puxa alta dos preços

Segundo o IBGE, a alta de maio foi puxada, principalmente, pelo preço da energia elétrica, que subiu 2,77%.

O item é um dos mais importantes nas despesas das famílias e, por isso, tem grande peso no cálculo da inflação.

Em algumas regiões pesquisadas, o aumento na conta de luz passou de 10%. É o caso de Recife (12,2%), Salvador (12,07%) e Vitória (10,38%).

A inflação de maio também foi bastante influenciada pelos gastos com alimentação e bebidas, cujos preços subiram 1,37% no mês.

O preço da cebola subiu 35,59% em maio, e o do tomate, 21,38%. 

Inflação e juros

A alta inflação de serviços tem sido uma das principais dores de cabeça para o Banco Central nos últimos anos. 

Na semana passada, o BC elevou a taxa básica de juros, a Selic, em 0,5 ponto percentual, de 13,25% para 13,75%.

Foi o sexto aumento seguido da Selic e, com ele, os juros se tornaram os mais altos desde dezembro de 2008, quando a taxa também estava em 13,75% --valor que permaneceu em vigor de 11 de dezembro de 2008 até 21 de janeiro de 2009. 

A taxa de juros é um dos instrumentos mais básicos para controle da alta de preços.

Quando os juros sobem, as pessoas tendem a gastar menos e isso faz o preço das mercadorias cair (obedecendo à lei da oferta e procura), o que, em tese, controlaria a inflação.

(Com Reuters)

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