Grécia faz nova proposta e pede extensão de plano de resgate por 2 anos
A Grécia apresentou uma proposta de última hora aos seus credores, pedindo que a renegociação da dívida do país seja realizada de forma paralela à concessão de novos empréstimos ao longo dos próximos dois anos.
"O governo grego propôs hoje um acordo de dois anos com o ESM (Mecanismo Europeu de Estabilização Financeira) para cobrir totalmente suas necessidades financeiras e com reestruturação paralela de dívida", afirmava um comunicado do gabinete do primeiro-ministro, Alexis Tsipras.
Esta terça-feira (30) é o último dia para o governo pagar uma parcela da dívida que tem com o FMI (Fundo Monetário Internacional), no valor de 1,6 bilhão de euros. O ministro das Finanças, Yannis Varoufakis, já afirmou que o país não vai pagar pelo empréstimo.
A Grécia e seus credores estão tentando negociar uma saída para o impasse há meses.
Por um lado, a Grécia está em crise e precisa de dinheiro emprestado; por sua vez, os credores exigem que o país adote, em contrapartida, as chamadas 'medidas de austeridade', que consistem em cortes de gastos do governo e aumento de impostos.
O atual governo, de extrema-esquerda, foi eleito prometendo acabar com a austeridade, e agora enfrenta o impasse de negociar com as instituições da zona do euro.
Assim, Tsipras anunciou que vai deixar a população decidir sobre a questão: no próximo dia 5 de julho, o país vai realizar um referendo, perguntando aos gregos se querem ou não aceitar o empréstimo internacional nas condições que são exigidas.
Entenda o caso
A Grécia foi um dos países mais afetados pela crise econômica que começou no final de 2008. O país pertence à zona do euro, e recorreu ao bloco para botar suas finanças em ordem.
Em 2010, foi acertado um plano de empréstimos concedidos pelo FMI (Fundo Monetário Internacional), o Banco Central Europeu e a União Europeia, trio que ficou conhecido como "troika".
Em troca, a Grécia deveria adotar as chamadas medidas de austeridade, como aumento de impostos e corte de gastos do governo. Tais medidas foram extremamente impopulares e a "troika" passou a ser odiada pelo povo grego.
O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, filiado a um partido de esquerda, foi eleito com a promessa de minimizar o programa de austeridade no país e focar sua política no bem-estar dos cidadãos.
O país precisava renovar o empréstimo com a "troika", ou poderia ficar sem dinheiro. Para estender o programa de resgate, no entanto, a Alemanha pressionou para que a Grécia continuasse aplicando reformas econômicas.
(Com Reuters e agências de notícias)
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