41% não sabem declarar IR sozinhos; 77% criticam burocracia em geral

Quase metade dos brasileiros precisa de ajuda para declarar o Imposto de Renda, segundo pesquisa divulgada nesta terça-feira (28) pela CNI (Confederação Nacional da Indústria). De acordo com o estudo, 41% dos contribuintes não sabem como prestar contas à Receita.

A pesquisa também revela que 77% dos entrevistados criticam a burocracia em geral no país e consideram que ela prejudica o desenvolvimento econômico.

Na opinião dos ouvidos, fazer a declaração do IR é o procedimento que mais requer ajuda especializada. 41% tiveram de recorrer a especialistas ou amigos: 29% das pessoas contrataram um profissional ou empresa, enquanto 12% pediram a ajuda de parentes ou amigos para a tarefa.

O encerramento de negócios também requer ajuda. Para realizar esse procedimento, 27% dos entrevistados contrataram empresa especializada. O mesmo ocorreu com as pessoas que abriram uma empresa.

Entre os procedimentos em que os entrevistados menos precisaram de ajuda, estão limpar o nome na Serasa ou no Serviço de Proteção ao Crédito, pedir o desligamento de serviços de água e luz, e receber direitos trabalhistas, como FGTS e seguro-desemprego. Nesses três casos, mais de 90% das pessoas afirmaram terem feito o trabalho sozinhas.

Excesso de burocracia

Para 77% dos entrevistados na pesquisa, o Brasil é um país burocrático. O mesmo percentual acredita que o excesso de burocracia é uma das principais dificuldades para o crescimento da economia brasileira. Entre as pessoas com renda familiar acima de cinco salários mínimos, esse número sobe para 82%.

A redução da burocracia deve ser uma das prioridades do governo para 62% das pessoas. Outras 74% concordam total ou parcialmente que o excesso de burocracia desestimula os negócios, incentiva a corrupção e a informalidade, além de fazer o governo gastar mais do que o necessário.

Unificação dos documentos

Na avaliação de 77% dos brasileiros, os documentos de identificação, como carteira de identidade, CPF, carteira de motorista, título de eleitor e cartão do PIS-Pasep deveriam ser unificados. 

"A medida reduziria o excesso de documentos exigidos para que os cidadãos possam exercer seus direitos e deveres", diz a pesquisa da CNI.

Entre as pessoas com renda familiar superior a cinco salários mínimos, 81% defendem a unificação dos documentos de identificação. O número cai para 70% entre os que têm renda familiar de até um salário mínimo, informa a pesquisa.

O estudo da CNI, em parceria com o Ibope, foi feito entre os dias 5 e 8 de dezembro de 2014. Foram ouvidas 2.002 pessoas em 142 municípios.