Inflação desacelera a 0,62% em julho; em um ano, passa meta e chega a 9,56%
A inflação de julho atingiu 0,62%, o que representa uma desaceleração em relação a junho, quando os preços tinham subido 0,79%. Mesmo assim, essa foi a maior inflação já registrada em meses de julho desde 2004, quanto tinha sido de 0,91%. Em julho do ano passado, a inflação tinha sido de apenas 0,01%.
Em 12 meses, a inflação acumulada atingiu 9,56% --maior nível desde novembro de 2003 (11,02%). O valor está acima do limite máximo da meta do governo; o objetivo é manter a alta dos preços em 4,5% ao ano, mas com tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo, ou seja, podendo oscilar de 2,5% a 6,5%.
Em 2015, a inflação acumulada chega a 6,83%, bem acima dos 3,76% em igual período do ano passado. É também o maior valor para o período de janeiro a julho desde 2003 (6,85%).
Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (7) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Economistas esperam alta superior a 9% no ano
De acordo com a última edição do Boletim Focus, levantamento feito pelo Banco Central com instituições financeiras, é esperada inflação de 9,25% neste ano. A projeção não para de subir há 16 semanas.
Quando a inflação estoura o teto da meta do governo (6,5%), o presidente do Banco Central precisa redigir uma carta explicando os motivos.
Inflação e juros
A inflação alta tem sido uma das principais dores de cabeça para o Banco Central nos últimos anos.
A taxa de juros é um dos instrumentos mais básicos para controle da alta de preços.
Quando os juros sobem, as pessoas tendem a gastar menos e isso faz o preço das mercadorias cair (obedecendo à lei da oferta e procura), o que, em tese, controlaria a inflação.
Foi o sétimo aumento seguido da Selic e, com ele, os juros se tornaram os mais altos desde agosto de 2006, quando a taxa também estava em 14,25%.
(Com Reuters)
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