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BC decide juros hoje; poupança perde atração se taxa baixar a 8,5% ou menos

Do UOL, em São Paulo

06/09/2017 04h00

Em sua sexta reunião no ano, o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central decide nesta quarta-feira (6) a taxa básica de juros (Selic). A expectativa é de mais um corte de 1 ponto percentual, levando os juros dos atuais 9,25% para 8,25% ao ano.

Com isso, a Selic chegaria ao menor nível desde julho de 2013, quando estava em 8%, e faria a poupança render menos. 

Novas regras da poupança

Desde 2012, passaram a valer novas regras que mudam o cálculo do rendimento da poupança sempre que a taxa de juros for de 8,5% ou menos ao ano.

Normalmente, quando a Selic está acima de 8,5% ao ano, a rentabilidade da poupança é de 6,27% ao ano (0,5% ao mês) mais a TR (Taxa Referencial) .

Quando a Selic está abaixo de 8,5%, a poupança passa a render 70% da Selic mais TR, o que, na prática, representa um rendimento menor.

Com os juros mais baixos, a poupança passaria a ser mais atraente para os investidores do que os títulos públicos por ser mais mais segura e não sofrer incidência de Imposto de Renda ou outras taxas. Com isso, o governo teria mais dificuldade para financiar sua dívida.

Juros em queda

A taxa Selic vem caindo desde outubro do ano passado, quando passou de 14,25% para 14% ao ano. Em novembro, houve mais um corte de 0,25 ponto percentual, seguido por reduções de 0,75 ponto percentual em janeiro e em fevereiro.

Em abril, o Copom acelerou o ritmo de cortes para 1 ponto percentual. Nas duas últimas reuniões de maio e julho, a Selic também foi reduzida em 1 ponto.

Juros X Inflação

Os juros são usados pelo BC para tentar controlar a inflação. De modo geral, quando a inflação está alta, o BC sobe os juros para reduzir o consumo e forçar os preços a caírem. Quando a inflação está baixa, o BC derruba os juros para estimular o consumo. 

A meta em 2017 é manter a inflação em 4,5% ao ano, mas há uma tolerância de 1,5 ponto, ou seja, pode variar entre 3% e 6%.

O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que mede a inflação oficial no país, ficou em 0,24% em julho. Em 12 meses, o índice acumulado é de 2,71%, o menor desde fevereiro de 1999 (2,24%).

Os juros também interferem no crescimento econômico. Quando estão altos, a tendência é as empresas investirem menos na produção e as famílias consumirem menos, o que prejudica o crescimento. 

Juros para o consumidor são mais altos

A Selic é a taxa básica da economia e serve de referência para outras taxas de juros (financiamentos) e para remunerar investimentos corrigidos por ela. Ela não representa exatamente os juros cobrados dos consumidores, que são muito mais altos.

Segundo os últimos dados divulgados pelo BC, a taxa de juros do cheque especial em julho era de 321,3% ao ano. Já os juros do rotativo do cartão de crédito eram de 399,1% ao ano.

(Com agências de notícias)