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Inflação em 12 meses fica em 2,71%, a menor desde fevereiro de 1999

Do UOL, em São Paulo

09/08/2017 09h04

O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que mede a inflação oficial no país, ficou em 0,24% em julho. Em 12 meses, o índice acumulado é de 2,71%, o menor desde fevereiro de 1999 (2,24%). 

As informações foram divulgadas pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quarta-feira (9).

É a primeira vez que a inflação fica abaixo da meta desde 1999, ano em que ela foi criada. A meta em 2017 é manter a inflação em 4,5% ao ano, mas há uma tolerância de 1,5 ponto, ou seja, pode variar entre 3% e 6%.

Quando o país descumpre a meta anual, com a inflação acima ou abaixo do limite tolerado, o presidente do Banco Central precisa enviar uma carta aberta ao ministro da Fazenda explicando por que ela não foi cumprida, quais ações serão adotadas e o tempo esperado para que essas medidas surtam efeito.

Apesar da inflação baixa em 12 meses, o índice acelerou em julho, na comparação com o mês anterior. Em junho, os preços caíram, e o país registrou a primeira deflação em 11 anos. Em julho do ano passado, o IPCA foi de 0,52%. 

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A expectativa de analistas consultados pelo Banco Central é que a inflação termine 2017 em 3,45%, bem abaixo dos 6,29%, registrados em 2016, mas dentro da meta deste ano. No ano passado a meta também era de 4,5% ao ano, mas a tolerância era de dois pontos para mais ou para menos, ou seja, podendo variar entre 2,5% e 6,5%.

A queda nos preços é resultado de um conjunto de fatores.

Com a crise econômica, o desemprego atinge 13,5 milhões de trabalhadores, o que provoca diminuição do consumo. Mesmo quem está empregado acaba comprando menos porque a renda caiu ou por medo de perder o emprego. A procura menor por produtos, assim, ajuda a segurar a inflação. 

Contas de luz e de água e combustíveis

A alta dos preços em julho foi puxada principalmente pelas contas de luz (+6%) e de água (1,21%) e pelos combustíveis (0,92%). 

No mês passado, o governo voltou a cobrar uma taxa extra na conta de luz, a chamada bandeira tarifária amarela. A medida representou um custo de R$ 2 a mais a cada 100 kilowatts-hora consumidos.

A conta de água pesou no bolso sobretudo devido aos aumentos registrados em Fortaleza (+11,27%) e em Porto Alegre (+1,9%).

Já os combustíveis encareceram porque o governo resolveu subir a cobrança de impostos no final do mês passado para tentar conter o rombo nas contas públicas. A medida chegou a ser suspensa na Justiça, mas o governo conseguiu derrubar a suspensão e manter o aumento. 

O litro do etanol ficou, em média, 0,73% mais caro. Já a gasolina apresentou alta de 1,06% em julho.

Vale mencionar também o preço das passagens de ônibus interestaduais, que ficaram 2,15% mais caras.

Preço da batata cai 52% em um ano

Por outro lado, alimentos e bebidas (-0,47%), que têm grande impacto na inflação, pesaram menos no bolso no mês passado.

Os destaques foram a batata-inglesa, que caiu 22,73% em julho e acumula queda de 51,97% em um ano, e o feijão carioca, 7,11% mais barato no mês passado e 50,54% mais barato em um ano.

Os preços do açúcar (-3,52%), do leite (-3,22%) e das frutas (-2,35%) também caíram.

Já o do tomate (16,9%) e da cebola (+11,7%) subiram.

Luz mais cara ainda em agosto

Segundo o gerente de Índice de Preços do IBGE, Fernando Gonçalves, é cedo para estimar qual será o patamar da inflação no final do ano. 

"O IPCA está muito ao sabor da energia e das bandeiras tarifárias nos últimos dois meses. É preciso esperar o fim desse movimento, para cima ou para baixo, para filtrar o real patamar da inflação", diz.

A pressão da conta de luz deve permanecer em agosto, quando valerá a bandeira vermelha, mais cara que a amarela. Além disso, o efeito do aumento do PIS/Cofins sobre combustíveis não deve desaparecer no curto prazo.

Juros X Inflação

Além da crise econômica, a inflação é afetada pelo corte na taxa básica de juros (Selic). Na última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central, no mês passado julho, o comitê decidiu cortar a Selic pela sétima vez seguida. A taxa caiu 1 ponto percentual, para 9,25% ano. 

Os juros são usados pelo Banco Central para tentar controlar a inflação. De modo geral, quando a inflação está alta, o BC sobe os juros para reduzir o consumo e forçar os preços a caírem. Quando a inflação está baixa, como agora, o BC derruba os juros para estimular o consumo.

(Com agências de notícias)

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