Inflação desacelera para 0,16% em setembro; em 12 meses, é de 2,54%
O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que mede a inflação oficial no país, ficou em 0,16% setembro. Em 12 meses, o índice acumulado é de 2,54%, abaixo do limite mínimo da meta do governo. A meta em 2017 é manter a inflação em 4,5% ao ano, mas há uma tolerância de 1,5 ponto, ou seja, pode variar entre 3% e 6%.
Quando o país descumpre a meta anual, com a inflação acima ou abaixo do limite tolerado, o presidente do Banco Central precisa enviar uma carta aberta ao ministro da Fazenda explicando por que ela não foi cumprida, quais ações serão adotadas e o tempo esperado para que essas medidas surtam efeito.
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O resultado de setembro mostra desaceleração em relação a agosto (0,19%), mas aceleração na comparação com setembro do ano passado (0,08%).
No acumulado de janeiro a setembro, a inflação é de 1,78%, bem abaixo dos 5,51% em igual período do ano passado. É o menor valor para o período desde 1998 (1,42%).
As informações foram divulgadas pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta sexta-feira (6).
Gasolina pesa mais no bolso
As despesas com transportes pesaram no mês passado (0,79%). Os combustíveis, com alta de 1,91%, tiveram o maior impacto individual no índice do mês, de 0,10 p.p. O litro da gasolina ficou, em média, 2,22% mais caro de agosto para setembro.
As passagens aéreas tiveram alta de 21,90%.
Alimentos caem pelo 5º mês
Os alimentos ficaram mais baratos (-0,41%) pelo quinto mês seguido, segundo o IBGE.
Aqueles para consumo em casa ficaram 0,74% mais baratos em setembro, com destaque para o tomate (-11,01%), o alho (-10,42%), o feijão-carioca (-9,43%), a batata-inglesa (-8,06%) e o leite longa vida (-3%).
Por outro lado, itens importantes no consumo das famílias, como as carnes (+1,25%) e as frutas (+1,74%), ficaram mais caros.
Conta de luz mais barata, gás mais caro
O aumento do preço do gás de cozinha vendido em botijões de 13 kg, em vigor desde 6 de setembro, também pesou no bolso dos brasileiros. Houve alta de 4,81%.
Já a conta de luz ficou, em média, 2,48% mais barata, em razão, principalmente, da taxa extra menor em setembro em relação à cobrada em agosto.
Crise
A expectativa de analistas consultados pelo Banco Central é que a inflação termine 2017 em 2,95%, bem abaixo dos 6,29%, registrados em 2016, e menor do que o limite mínimo da meta deste ano. No ano passado a meta também era de 4,5% ao ano, mas a tolerância era de dois pontos para mais ou para menos, ou seja, podendo variar entre 2,5% e 6,5%.
A queda nos preços é resultado de um conjunto de fatores. Com a crise econômica, o desemprego atinge 13,1 milhões de trabalhadores, o que reduz o consumo. Mesmo quem está empregado acaba comprando menos porque a renda caiu ou por medo de perder o emprego. A procura menor por produtos, assim, ajuda a segurar a inflação.
Juros X Inflação
Os juros são usados pelo BC para tentar controlar a inflação. De modo geral, quando a inflação está alta, o BC sobe os juros para reduzir o consumo e forçar os preços a caírem. Quando a inflação está baixa, como agora, o BC derruba os juros para estimular o consumo.
Na última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), o órgão decidiu cortar a taxa de juros pela oitava vez seguida, de 9,25% para 8,25% ao ano.
Na ocasião, o banco sinalizou que o ciclo de cortes deve ter "encerramento gradual" e que isso dependerá "da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos, de possíveis reavaliações da estimativa da extensão do ciclo e das projeções e expectativas de inflação.
(Com agências de notícias)
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