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IBGE: Gasolina, diesel e conta de luz aceleram inflação a 0,4% em maio

Do UOL, em São Paulo

08/06/2018 09h01

Puxado pelos aumentos da gasolina, do óleo diesel e da conta de luz, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que mede a inflação oficial no país, acelerou para 0,4% em maio, após encerrar abril em 0,22%.

No acumulado de 12 meses, o IPCA ficou em 2,86%, abaixo do limite mínimo da meta do governo.

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A meta em 2018 é manter a inflação em 4,5% ao ano, mas há uma tolerância de 1,5 ponto para cima e para baixo, ou seja, pode variar entre 3% e 6%. 

As informações foram divulgadas pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta sexta-feira (8).

Gasolina puxou alta

De acordo com a pesquisa, a gasolina subiu 3,34% no mês passado e foi o item que mais contribuiu para o aumento da inflação. O óleo diesel apresentou alta de 6,16%. "Entretanto, com a greve dos caminhoneiros e o desconto de 10% no preço do diesel a partir do dia 24 de maio, o último período da coleta registrou preços menores", diz o IBGE. Já o etanol ficou 2,80% mais barato. 

No caso da energia elétrica, a alta foi de 3,53%, após a volta da bandeira amarela (taxa extra na conta de luz). O gás encanado (+0,91%) e a taxa de água e esgoto (+0,27%) também ficaram mais caros.

Com isso, os preços de habitação apresentaram a maior variação dentre os grupos de produtos e serviços pesquisados (+0,83%) e foi o que mais pesou (0,13 p.p.) no índice. 

Efeitos da greve 

Segundo o economista do IBGE Fernando Gonçalves, os efeitos da greve dos caminhoneiros, que interrompeu a circulação de produtos de diversos setores no mês passado, terão maior impacto no indicador de junho.

No mês passado, os preços dos alimentos deram os primeiros sinais dos efeitos da paralisação. "O movimento de alta dos alimentos em maio reflete em parte a greve dos caminhoneiros. Há aqui um movimento que se explica em parte pela greve que reduziu oferta e elevou preços", disse Gonçalves.

No mês passado, o grupo alimentação e bebidas apresentou alta de 0,32%, maior do que a registrada no mês anterior (+0,09%). Os destaques ficaram para os saltos de 32,36% nos preços da cebola e de 17,51% da batata-inglesa.

Desemprego também pesa

Apesar do impacto da greve, o desemprego elevado e a ampla capacidade ociosa vêm limitando a alta de preços no país ao afetar a confiança e o consumo, e a inflação tem permanecido constantemente abaixo do objetivo do Banco Central (BC) mesmo diante da forte valorização recente do dólar frente ao real.

Efeito disso é a queda de 0,09% em serviços em maio, a menor taxa da série iniciada em 2012. "Há menos pessoas consumindo serviços por conta do desemprego em níveis altos, do rendimento menor. As famílias ainda têm um certo receio de consumo", afirmou Gonçalves.

Inflação abaixo da meta em 2017

A inflação fechou 2017 em 2,95% e ficou abaixo do limite mínimo da meta do governo pela primeira vez na história. Foi a menor inflação anual desde 1998 (1,65%).

No início deste ano, o atual presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, enviou carta ao então ministro Henrique Meirelles dizendo que a meta não foi cumprida no ano passado devido à queda nos preços dos alimentos, após safras recordes. 

A carta é uma exigência em caso de descumprimento da meta de inflação. 

Expectativa em 2018

A expectativa de analistas consultados pelo Banco Central é que a inflação termine 2018 em 3,65%, dentro do limite da meta deste ano. 

Com o crescimento de 1% no PIB (Produto Interno Bruto) em 2017, o país começa a sair do buraco, após a economia encolher 3,5% tanto em 2016 quanto em 2015. Mas a recuperação é lenta e, segundo especialistas ouvidos pelo UOL, a economia vai demorar pelo menos dois anos para chegar ao nível de antes da crise.

Juros x inflação

Os juros são usados pelo BC para tentar controlar a inflação. De modo geral, quando a inflação está alta, o BC sobe os juros para reduzir o consumo e forçar os preços a caírem. Quando a inflação está baixa, como agora, o BC derruba os juros para estimular o consumo.

Em maio, o Comitê de Política Monetária do BC decidiu manter a taxa de juros em 6,5% ao ano, menor nível da história (o Copom foi criado em 1996).

(Com Reuters)

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