Inflação acelera para 0,22% em abril, puxada por remédios e planos de saúde
O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que mede a inflação oficial no país, acelerou para 0,22% em abril, após encerrar março em 0,09%.
No acumulado de 12 meses, o IPCA ficou em 2,76%, abaixo do limite mínimo da meta do governo.
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A meta em 2018 é manter a inflação em 4,5% ao ano, mas há uma tolerância de 1,5 ponto, ou seja, pode variar entre 3% e 6%.
As informações foram divulgadas pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quinta-feira (10).
Remédios e planos de saúde puxam índice
Todos os grupos de despesas pesquisados pelo IBGE ficaram mais caros no mês passado, exceto comunicação (-0,07%) e transporte (preços não mudaram).
O que mais pressionou o índice foram os gastos com saúde e cuidados pessoais (+0,91%), responsáveis por metade da inflação geral.
Segundo o IBGE, os planos de saúde encareceram 1,06% em março, e os remédios, 1,52%. Os medicamentos refletem o reajuste anual que passou a valer a partir de 31 de março, variando entre 2,09% e 2,84%, conforme o tipo de remédio.
Cebola sobe quase 20%
Os alimentos, que têm forte peso no índice geral de inflação, encareceram 0,09% em abril, apesar de os gastos com alimentação fora de casa, em restaurantes, por exemplo, terem ficado 0,22% mais baratos.
Dentre os produtos que mais subiram, destacam-se a cebola (+19,55%), as hortaliças (+6,46%), o leite (+4,94%) e as frutas (+2,95%).
De acordo com o instituto, o aumento do leite se deve à redução na oferta do produto por conta dos baixos preços praticados no ano passado. Isso teria desestimulado a atividade, com os produtores aumentando o abate de vacas. Consequentemente, os preços das carnes caíram (-0,31%).
Após anúncio de embargo pela UE, frango cai
Também registraram queda nos preços a batata (-4,31%), o açúcar (-2,8%) e o frango (-2,08%). O IBGE afirma que o embargo da União Europeia ao frango brasileiro pode ter contribuído para derrubar o preço, ao aumentar a oferta do produto no mercado interno.
"A oferta [de frango] está alta e o consumo, baixo. Também pode estar influenciando a questão do embargo europeu, que embora só comece no dia 15 de maio, já afeta o preço do produto”
Fernando Gonçalves, gerente do IPCA
Inflação abaixo da meta em 2017
A inflação fechou 2017 em 2,95% e ficou abaixo do limite mínimo da meta do governo pela primeira vez na história. Foi a menor inflação anual desde 1998 (1,65%).
No início deste ano, o atual presidente do banco, Ilan Goldfajn, enviou carta ao então ministro Henrique Meirelles dizendo que a meta não foi cumprida no ano passado devido à queda nos preços dos alimentos, após safras recordes.
A carta é uma exigência em caso de descumprimento da meta de inflação.
Expectativa em 2018
A expectativa de analistas consultados pelo Banco Central é que a inflação termine 2018 em 3,49%, dentro do limite da meta deste ano.
Com o crescimento de 1% no PIB (Produto Interno Bruto) em 2017, o país começa a sair do buraco, após a economia encolher 3,5% tanto em 2016 quanto em 2015. Mas a recuperação é lenta e, segundo especialistas ouvidos pelo UOL, a economia vai demorar pelo menos dois anos para chegar ao nível de antes da crise.
Juros X Inflação
Os juros são usados pelo BC para tentar controlar a inflação. De modo geral, quando a inflação está alta, o BC sobe os juros para reduzir o consumo e forçar os preços a caírem. Quando a inflação está baixa, como agora, o BC derruba os juros para estimular o consumo.
Em março, o Comitê de Política Monetária do BC (Banco Central) decidiu cortar a taxa de juros pela 12ª vez seguida, de 6,75% para 6,5% ao ano, menor nível da história (O Copom foi criado em 1996).
(Com agências de notícias)
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