Com novo corte de juros, onde vale a pena investir? Especialistas indicam
Resumo da notícia
- Especialistas dizem que o cenário de juros básicos baixos vai afetar rendimento de aplicações tradicionais, como poupança e títulos públicos
- Diversificar os investimentos e assumir mais riscos será fundamental para garantir ganhos mais altos
- Investimentos em fundos, Bolsa e títulos de empresas devem entrar no radar do aplicador
- Escolha dos melhores produtos depende do prazo no qual o investidor planeja sacar a aplicação
A taxa básica de juros, a Selic, vai continuar caindo e pode chegar a 3,5% ao ano em 2020, dizem os economistas. Segundo eles, o cenário de juros baixos não vai mudar tão cedo, e os brasileiros devem cada vez mais repensar a maneira como cuidam do seu dinheiro, diversificando os investimentos e assumindo mais riscos.
"Os juros baixos vieram para ficar", disse Ronaldo Guimarães, diretor e chefe da área de investimentos do banco digital Modalmais. "Acabou aquele negócio de aplicar na poupança ou em qualquer fundo de renda fixa e 'ir para a praia' porque o investimento renderia muito mais que a inflação", afirmou.
De fato, com a taxa básica de juros no atual patamar, a caderneta de poupança vai render em média 3,8% ao ano. Com a inflação anual prevista para este ano, de 3,3%, o ganho do investidor em 12 meses mal chega a 0,5%. Quem aplicasse R$ 10 mil, por exemplo, ganharia R$ 50.
"O investidor vai ter que procurar ativos diferentes, como Bolsa e fundos, por exemplo", disse Luiz Portella, sócio gestor da Novus Capital.
Assumir riscos significa colocar o dinheiro em negócios que podem render mais que títulos do governo, vendidos no Tesouro Direto, que rendem de 2% a 6,5% ao ano. A Bolsa, por exemplo, acumula este ano ganho superior a 20%. Por outro lado, ativos de risco também podem cair e gerar perdas.
Por quanto tempo investir
"É fundamental saber por quanto tempo você quer aplicar e aonde quer chegar. Isso vai dizer qual tipo de composição de carteira de investimentos é a mais indicada", disse o presidente do Sofisa Direto, Alessandro Andrade.
Andrade diz que só o Sofisa Direto oferece 8.000 combinações possíveis de produtos, como fundos, CDBs, LCAs e LCIs, para diferentes tipos de investidores, levando em conta o tipo de produto, o prazo de aplicação e a quantidade de aporte inicial.
O investidor pode montar sua carteira ideal com o auxílio do gerente de sua instituição financeira, de um consultor financeiro ou até mesmo de um robô de investimentos.
Algumas dicas servem como passos básicos essenciais para todo mundo.
Quem está começando a investir agora
Para quem está começando a aplicar agora, definir um prazo para o investimento é crucial, dizem os especialistas. Se o dinheiro será usado no curto prazo, para pagar a matrícula escolar dos filhos no começo de 2020 ou para viajar em julho, os títulos do governo continuam sendo uma opção interessante.
Quanto menos tempo o investidor tem para sacar a aplicação, menos risco ele pode correr. Afinal, se a aplicação se desvalorizar, ele vai perder dinheiro e não terá tempo para recuperar o prejuízo.
Para quem tem planos de médio prazo, para pagar a faculdade do filho daqui a três anos, por exemplo, vale a pena diversificar o investimento.
Nesse caso, para aplicações com prazo superior a um ano, a Bolsa e os fundos multimercados são opções que devem ser levadas em conta, afirma Gustavo Pessoa, sócio e gestor da Legacy Capital. Eventuais momentos de baixa do mercado de ações acabam compensados por outros momentos, de alta.
Em 2015, por exemplo, quem colocou dinheiro no Ibovespa perdeu cerca de 13% do seu capital. Mas no ano seguinte o índice se recuperou e ganhou 39%.
"O investidor deve avaliar que percentual de seu patrimônio consegue alocar [em ativos de risco], de acordo com o seu perfil", disse o sócio e gestor da Pacífico Gestão, Daniel Vairo.
Quem já está com o dinheiro aplicado
Para quem já tem dinheiro investido, profissionais de mercado dizem que os juros baixos exigem especial atenção com os custos extras de cada aplicação. Impostos e taxas de administração podem corroer a rentabilidade de algumas opções, que já é baixa.
Esses descontos têm ainda mais peso para quem pretende sacar o dinheiro em pouco tempo, dentro de três a seis meses, por exemplo. A alíquota de Imposto de Renda nos fundos de longo prazo começa em 22,5% para o dinheiro que for sacado em até 180 dias (seis meses), caindo gradativamente até chegar a 15%, para saques a partir de 720 dias (dois anos).
Essa diferença pode "comer" o ganho a mais que o aplicador teria em um fundo mais rentável.
Além do IR, o investidor deve considerar outras taxas. Não adianta retirar o dinheiro da caderneta de poupança e colocá-lo em um fundo que cobra IR e taxa de administração de 2% ao ano, por exemplo. A poupança é isenta de Imposto de Renda.
Tenha uma reserva
Em todos os casos acima, os especialistas têm mais uma recomendação: ter uma reserva.
"É como aquela caixinha de remédios que temos em casa. Precisamos para eventuais emergências", disse Guimarães, do Modalmais. Segundo ele, essa reserva, deve estar em uma aplicação que não tenha custos extras para resgates imediatos, como é o caso da poupança.
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