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Decisão dos empréstimos é tímida, R$ 20 bi não vão resolver nada, diz Maia

Pablo Valadares/Câmara dos Deputados
Imagem: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

Guilherme Mazieiro

Do UOL, em Brasília

27/03/2020 13h39

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), classificou como "tímido" o anúncio do Banco Central que abrirá linha de crédito de R$ 40 bilhões por dois meses para pagar salários. Ele afirmou que o montante de R$ 20 bilhões mensais é pequeno para enfrentar a crise do coronavírus.

"A decisão dos empresários é boa, mas tímida. R$ 20 bilhões por mês não vão resolver nada", disse Maia hoje (27) durante evento do Lide, voltado a empresários.

O evento é restrito a empresário que integram o Lide e feito por videoconferência.

"É óbvio que o empréstimo que o governo está fazendo já deveria ter sido feito e em um volume maior", disse Maia.

O governo Bolsonaro anunciou hoje que disponibilizará o montante para que empresários possam pagar salários de funcionários de pequenas e médias empresas por até dois meses. Em contrapartida, os empresários manteriam os empregos.

Maia criticou a medida e cobrou que o governo Jair Bolsonaro (sem partido) apresente planos integrados entre vários ministérios para enfrentar os efeitos do coronavírus nos próximos meses.

Contra o fim do isolamento

O presidente da Câmara considerou que reduzir o isolamento, como é defendido por Jair Bolsonaro (sem partido), pode levar o sistema de saúde a um colapso.

"É claro que todos querem reduzir o isolamento, mas a gente não pode ter uma onda de abertura de isolamento que gere uma segunda onda de um aprofundamento maior da crise econômica e uma tragédia maior, principalmente, na perda de vidas pelo colapso do sistema de saúde", disse Maia.

Aos empresários, Maia disse que cobra do governo as decisões que precisam ser tomadas para dar previsibilidade e garantir o funcionamento da economia.

Para ele, após medidas emergenciais para diferentes setores, em um segundo momento o governo deve retomar as obras que estão paradas pelo país.

"Em relação à questão dos impostos, é óbvio que o governo já deveria ter feito isso. Isso é óbvio. É óbvio que o governo já deveria ter suspendido os contratos e ter aberto o seguro desemprego como contrapartida. É óbvio que esse empréstimo o governo tá fazendo já deveria ter feito num volume maior, no meu ponto de vista, e não só pra pagar salário, mas pra garantir capital de giro", afirmou.

Maia também defendeu medidas compensatórias para o setor aéreo e shoppings.

"Vamos organizar o futuro e o governo tem poucos dias, no meu ponto de vista, pra gente não criar esse conflito que já está aberto nas redes sociais de empresários que querem abrir, empresários que querem fechar, pastores que querem abrir, pastores que querem fechar.", disse Maia.

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