Doria diz que não controlará preço do arroz, mas ficará atento a abusos

O governador de São Paulo João Doria (PSDB-SP) disse hoje que não vai controlar ou tabelar o preço de itens da cesta básica que têm apresentado alta nas últimas semanas, sendo o principal deles o arroz. No entanto, Doria afirmou que sua gestão ficará atenta a possíveis abusos por parte dos comerciantes.
"Quero esclarecer que não vamos fazer controle ou tabelamento de preços. Somos um governo liberal e respeitamos a variação de preço em função das regras de mercado", disse Doria durante entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo.
"Aqui em São Paulo estaremos atentos a eventuais abusos e especulações, e quando falamos nisso não falamos em regras de mercado. Regras de mercado não aceitam abusos nem especuladores", completou o governador paulista.
Diante da alta do arroz, que teve o pacote de cinco quilos vendido a até R$ 40 nos últimos dias, chegou a ser comentada a possibilidade de o governo tabelar os preços do produto. O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) descartou o recurso, mas disse ontem ter autorizado a Senacon (Secretaria Nacional do Consumidor) a notificar supermercados.
Para Doria, regular o preço de suas mercadorias é um direito dos comerciantes.
"Os empresários têm o direito de determinar, num regime de livre mercado, os preços dos produtos, desde que sejam respeitadas a normas do código do consumidor, sem abusos", comentou o governador.
Em São Paulo, o Procon (Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor) promete fiscalizar supermercados a partir de segunda-feira (14), mas sem aplicar multas a princípio. O diretor executivo do Procon SP, Fernando Capez, explicou hoje que a punição financeira só será aplicada se constatado o abuso após análise do valor pago pelo comerciante no produto e comparado ao da venda.
Falta de estoque regulador
Apesar de fazer a ressalva de que não era uma crítica, Doria aproveitou para opinar sobre os motivos que causaram a alta dos preços. Diferentemente do que tem sido senso comum entre o governo federal, de que o aumento é consequência das medidas econômicas tomadas por causa da pandemia do novo coronavírus, principalmente o pagamento do auxílio emergencial, o governador vê a falta de estoque regulador como um fator determinante.
"A inflação do arroz a nosso ver não foi causada pela pandemia. A agricultura não parou no Brasil e não parou em São Paulo. Também não tivemos quebra de safra, a safra deste ano foi praticamente igual à do ano passado", disse Doria.
"Em 2020, é preciso registrar isso, o estoque regulador do governo federal, que já vinha baixo, teve o segundo pior registro em duas décadas. O governo federal poderia ter ouvido mais de perto o setor e promovido o equilíbrio de estoque e demanda", opinou o governador paulista.
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