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Bolsa vira e opera em alta de quase 1%; dólar se aproxima da estabilidade

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Imagem: Reprodução

Do UOL, em São Paulo*

29/10/2020 10h28Atualizada em 29/10/2020 15h26

O dólar comercial opera quase estável após passar a maior parte desta quinta-feira (29) em alta. Por volta das 15h, a moeda norte-americana subia 0,03%, vendida a R$ 5,765. O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, chegou a cair mais de 1%, mas se recuperou e subia 0,89%, a 96.217,84 pontos.

Os mercados começaram o dia instáveis com a confirmação da segunda onda de covid-19 na Europa e o receio de que novas medidas de isolamento social prejudiquem a atividade econômica, como aconteceu no primeiro trimestre. Mas os Estados Unidos apresentaram dados melhores do que os esperados para o PIB do 1º trimestre e para os pedidos de seguro-desemprego, o que injetou ânimo entre os investidores.

Ontem (28) o dólar subiu 1,43%, fechando a R$ 5,763 na venda. O Ibovespa fechou em queda de 4,25%, a 95.368,76 pontos, na pior queda diária em seis meses.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.

Nova onda de covid-19

Na visão do estrategista Dan Kawa, da TAG Investimentos, a explosão de casos de coronavírus na Europa nos últimos dias acabou levando diversos países a adotarem medidas mais agressivas de distanciamento social e fechamento econômico mais amplo, gerando maior instabilidade.

"Esperamos um curto-prazo de maior volatilidade e incerteza. Por alguns momentos, podemos ter a sensação de que voltamos no tempo e poderemos viver um novo 'março de 2020'", afirmou. "Ainda estamos distante da normalidade e de uma clara recuperação mais vigorosa em todas as regiões do mundo."

PIB e desemprego dos EUA melhores do que o esperado

Houve algum alívio no movimento do dólar depois da notícia de que o Produto Interno Bruto dos Estados Unidos disparou 33,1% no terceiro trimestre, resultado acima da previsão de ganho de 31% em pesquisa da Reuters. Esse foi o ritmo mais forte desde que o governo iniciou os registros, em 1947, e seguiu-se a uma contração recorde de 31,4% no segundo trimestre.

Além disso, dados separados desta quinta-feira mostraram que 751 mil norte-americanos entraram com novos pedidos de auxílio-desemprego na semana passada. Apesar de continuar em um patamar elevado e sinalizar dificuldades para o mercado de trabalho dos EUA, a leitura veio a abaixo da previsão da Reuters de 775 solicitações.

Logo após a divulgação dos dados, o dólar foi à mínima da sessão, a R$ 5,758.

No entanto, o cenário de forte disseminação da Covid-19 em grandes economias — com alguns dos principais países europeus a caminho de impor novas restrições economicamente prejudiciais — continuava no radar dos investidores, que já operavam com os nervos à flor da pele a poucos dias das eleições presidenciais norte-americanas.

Eleições americanas

A proximidade da data da acirrada disputa entre o atual presidente, Donald Trump, e seu adversário democrata, Joe Biden, significa mais um obstáculo para as negociações de novos estímulos fiscais na maior economia do mundo, que provavelmente só serão implementados depois que os norte-americanos forem às urnas.

"Um dos fatores para a alta do dólar é a segunda onda de coronavírus na Europa, que afeta não apenas o mercado de dólar, mas o mercado geral, bem como a economia de vários países", disse à Reuters Mauriciano Cavalcante, diretor de câmbio da Ourominas. "Temos também a questão do estímulo do governo norte-americano, que conta com a falta de acordo no Congresso", o que eleva a busca por segurança e seca a oferta de dólares no mercado, completou.

Juros e gastos públicos no Brasil

No Brasil, os investidores digeriam a notícia de que o Banco Central manteve na quarta-feira a Selic na mínima histórica de 2% ao ano, conforme ampla expectativa do mercado, deixando a porta aberta para eventual corte nos juros básicos à frente.

Parte dos agentes do mercado esperava um endurecimento na postura do BC após a escalada dos temores fiscais desde a última reunião do Comitê de Política Monetária, em 16 e 17 de setembro. O BC, contudo, não fez nenhuma menção mais concreta ao tema.

Entre os principais riscos fiscais projetados pelos mercados, o que tem dominado as preocupações dos investidores é a possibilidade de que o governo fure o teto de gastos para financiar seu novo projeto de auxílio econômico, batizado de Renda Cidadã.

O dólar acumula alta de quase 44% contra o real em 2020.

Intervenção do Banco Central no câmbio

O Banco Central anunciou no início desta sessão o leilão de swap tradicional para rolagem de até 12 mil contratos com vencimento em abril e agosto de 2021.

Este conteúdo foi gerado pelo sistema de produção automatizada de notícias do UOL e revisado pela redação antes de ser publicado.

*Com informações da Reuters