Dólar dispara, e Bolsa desaba após anulação de condenações de Lula
O dólar comercial disparou, e a Bolsa opera em forte queda hoje, após o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Edson Fachin anular todas as condenações impostas ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela 13ª Vara Federal de Curitiba no âmbito da operação Lava Jato. Com a decisão, que ainda será avaliada pelo plenário do Supremo, Lula volta a ser elegível.
O dólar fechou em alta de 1,67%, a R$ 5,778 na venda. É o maior valor de fechamento desde 15 de maio do ano passado (R$ 5,839). A moeda já operava em alta ao longo do dia, mas passou a subir ainda mais após a decisão de Fachin. O Ibovespa, principal indicador da Bolsa de Valores brasileira, tombou 3,98%, a 110.611,58 pontos.
A Bolsa paulista já operava em queda desde a abertura, em meio a movimentos de venda de ações para embolsar lucros e um quadro ainda preocupante sobre a covid-19 no país.
O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.
Eleições de 2022
Segundo o gabinete de Fachin, o ministro entendeu que Curitiba não tinha competência para julgar os processos e anulou todas as decisões proferidas nos casos do tríplex do Guarujá, do sítio em Atibaia, da compra de uma sede para o Instituto Lula e das doações feitas ao instituto do ex-presidente.
A Procuradoria-geral da República vai recorrer da decisão, que agora precisará ser analisada pelo plenário da Corte.
No fim de semana, a imprensa publicou levantamento do Inteligência em Pesquisa e Consultoria (Ipec), segundo o qual Lula teria mais potencial de voto do que Bolsonaro nas eleições de 2022.
"Com Lula elegível, cresce ainda mais a chance de este governo ir totalmente para o populismo", disse Alfredo Menezes, sócio-gestor na Armor Capital, à agência de notícias Reuters.
O receio de investidores de que o governo enverede por um caminho mais populista aumentou nas últimas semanas, depois de uma série de episódios em que, para o mercado, o presidente Jair Bolsonaro agiu deixando de lado princípios de uma política econômica liberal.
Destaque para a decisão do presidente de trocar o comando da Petrobras e os alertas feitos por ele de atuação em outras estatais e setores da economia, como energia.
*Com informações da agência Reuters
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