Consumidores contam o que diriam a Guedes se o encontrassem no supermercado
Após o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmar que recebe elogios e agradecimentos quando vai ao supermercado, o UOL visitou estabelecimentos da capital paulista para saber o que os consumidores diriam se encontrassem o ministro ali nos corredores.
No supermercado Mambo da avenida Vereador José Diniz, no Brooklin, o segurança particular Antônio de Moraes comprava pão, frios e Coca-Cola na tarde de segunda-feira (15). "Está caro", afirmou.
Eu perguntaria o que ele consegue comprar com um salário mínimo. Se ele seria capaz de viver com esse salário.
Antônio de Moraes, segurança particular
O governo subiu o salário mínimo de R$ 1.045 para R$ 1.100 neste ano, reajuste que ficou abaixo da inflação acumulada em 2020.
A nutricionista Roberta Freitas, cliente do Pão de Açúcar da avenida Ibirapuera, em Moema, disse que o melhor seria ficar calada. "Minha avó tinha um ditado: quando você não tem uma coisa boa para falar, é melhor ficar quieto. Então se eu o encontrasse, ficaria quieta, porque não teria nada de bom para falar", disse.
"Eles todos [governo Bolsonaro] vivem no mundo da lua, no reino do faz de conta. Acham que são maravilhosos, que o país está indo muito bem. É uma cegueira", protestou Roberta, enquanto baixava os óculos para conferir o preço do azeite.
Eles falam que não tem inflação. Não sei onde, porque tudo está subindo muito. Uma coisa que eu compro por R$ 6, na semana seguinte está R$ 6,50, na outra está R$ 7,20. Eles vão comendo pelas beiradas. Realmente, estamos vivendo tempos difíceis. Além da pandemia, nossa gestão está entregue.
Roberta Freitas, nutricionista
No mesmo supermercado, a confeiteira Chadia Salomão concorda que os preços estão altos, mas diz que Guedes não tem culpa.
Está assustador. Carne, laticínios, arroz, feijão, está tudo caro. Mas ele [Guedes] não tem culpa, quem tem culpa são os governantes estaduais, que estão fazendo dessa pandemia um jogo, uma baixaria.
Chadia Salomão, confeiteira
Eu votei em Bolsonaro, mas isso [a alta dos preços] tem a ver com o governo estadual. A economia vai afundar porque ninguém trabalha. Vamos morrer de fome, e o vírus vai continuar aí. A culpa não é do Paulo Guedes, porque ele não tem muito o que fazer, não entende de economia e não tem como ajudar. O povo está de mãos atadas, não é [questão de] partido, não é ideologia.
Chadia Salomão, confeiteira
A operadora de câmera Danuzia Chaves, que fazia compras no Pão de Açúcar da avenida Angélica, no Higienópolis, bairro nobre de São Paulo, afirmou que, se encontrasse Guedes, diria para o ministro estudar.
Já que não pode falar palavrão, eu mandaria ele para bem longe. E falaria para ele estudar, encontrar pessoas novas para o auxiliarem nessa caminhada que está muito errada.
Danuzia Chaves, operadora de câmera
O estudante universitário Lucas, que fazia compras em Moema e não quis informar o sobrenome, afirma que tem se surpreendido com os preços dos produtos ao longo dos últimos meses.
"Eu diria para o ministro que a desvalorização do real só fez aumentar muito os preços. Mesmo que os grandes produtores [de alimentos] sejam beneficiados, para a população em geral, está sendo bem prejudicial", afirmou.
A publicitária e empresária do ramo de eventos Ana Cândido diz que a solução seria reduzir os impostos na pandemia.
Pediria que Guedes pensasse no povo humilde, que ele baixasse pelo menos os impostos nessa época de pandemia, principalmente valor de IPTU. Eu tenho empresa, e os impostos estão cada vez maiores. Estamos esperando essa vacina que vem a conta-gotas e não estamos podendo trabalhar da forma como a gente gostaria.
Ana Cândido, publicitária e empresária
O IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) é um tributo municipal, não federal.
"Com relação aos preços, está um absurdo, cada vez mais caro. Estamos ganhando cada vez menos e tendo que gastar mais", afirma.
UOL Economia+ fará evento para quem quer investir
Entre 23 e 25 de março, o UOL Economia+ e a casa de análises Levante Ideias de Investimento realizarão evento online gratuito. O economista Felipe Bevilacqua, analista certificado e gestor especialista da Levante, comandará três grandes aulas para explicar ao leitor do UOL como assumir as rédeas do próprio dinheiro.
O evento é gratuito para todos os leitores UOL. Garanta o seu lugar no evento aqui.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.